quinta-feira, setembro 22, 2005

Dá licença, meu furriel.

A minha geração (e outras para trás) habituou-se a ouvir a seguinte frase: a ti fazia-te bem era ires prá tropa, isso sim!

Não fui um dos destinatários dessa expressão, mas acabei por ir lá bater com os costados. Não foi um período muito longo, estive lá 8 meses, mas ainda assim deu para confirmar uma desconfiança que eu cá tinha: tenho um pó dos diabos aos militares.

Se há classe profissional que teve ao longo das últimas décadas benefícios e previlégios em barda, essa classe foi a dos militares. Quem nunca viveu dentro de um quartel, não faz a mínima ideia do que se passa lá dentro. Se há mundo onde se chupa dinheiro ao estado, é no meio militar.

Apesar de tudo, com o fim do Serviço Militar Obrigatório, muita coisa acabou ou acalmou, uma delas foi brincar às guerras. E isto não é nenhum eufemismo, brincava-se mesmo às guerras. Só que em vez de ser com soldadinhos de chumbo e com jeeps da Matchbox, era com mancebos de verdade e metralhadoras encravadas.

Tive a desgraça de ser chefe de um Centro de Mensagens, por isso tinha acesso a alguns dos telexes que vinham encriptados. Posso assegurar-vos que o seu conteúdo era do mais ridículo possivel. Já para não falar das mensagens que não vinham cifradas.

Podia falar aqui dos sargentos da messe (muita carninha ia para os congeladores das suas casa), da cozinha, das enfermarias, etc, etc.

Já para não falar dos benefícios médicos e afins que os militares possuíam (e ainda possuem).

É por essa razão que quando vejo na televisão manifestações militares sobre a perda das suas regalias, mudo logo de canal. Chupistas!!

3 comentários:

MF disse...

E vão continuar a chupar. Até ao tutano. E quando lá chegarem (ao tutano, leia-se) depressa arranjam outro. Ai Portugal, Portugal....

bree disse...

Concordo com tudo em género, número e grau!
Conheço um que por causa de uma simples hérnia (coisa q para as pessoas "normais" dá aí uns 2/3 meses de baixa) esteve 2 (dois) anos!!!!! CHULOS!!!!

bree disse...

Nádia, talvez o teu pai seja aquilo a que se costuma chamar de "excepção á regra".
Tal como acontece com as pessoas, também acredito que as instituições não são totalmente boas nem totalmente más. Por exemplo, nem todos os autarcas são corruptos; nem todos os políticos são mentirosos, etc, etc...