quinta-feira, dezembro 27, 2007

vida em marte?

há cantores ou grupos que eu sabia (e sei) de antemão que ainda iria gostar deles.

a elis não foi amor à primeira vista, o gonzaguinha também não, a minha mulher foi logo no primeiro olhar, os fleetwood mac quando consegui ouvir o tusk sem tirar, e rendi-me aos eagles quando ouvi o wasted time pela primeira vez.

um velho amigo diz-me, em tom de gozação, que eu ainda chegarei aos king crimson e quem sabe até aos devaneios do rick wakeman. cá estarei para assistir a isso.

o seu jorge chegou aqui há dias. fiquei com a tal sensação que descrevi ali em cima, quando o vi lá na cidade de deus: este gajo tem ali alguma coisa, nah, ainda não chegou a altura dele.

e rendi-me quando o ouvi cantar:
então vem cá, me dá a sua língua
então vem que eu quero abraçar você....

porque alguém que escreve assim, só pode ter nascido no brasil. um português falaria pudicamente em boca ou, quanto muito, em beijo. ai a falta que um jorge amado faz à literatura portuguesa... adiante! gostei, saquei, estou a consumir.

estas versões mais softes das coisinhas do báuí, além de virem com a voz quentinha do seu jorge, estão francamente adocicadas por estas letras francamente lindas.

por falar em versões, ouçam isto com atenção. estão a ouvir, estão? percebem porque é que os nouvelle vague me dão sono (e diarreia)? uma coisa são aquelas cenas dos stones e do marley em ritmo bossa nova. ah e tal, sabe bem ouvir aquilo no verão, com o céu alentejano como tecto, enquanto que a mão transporta um copo de licor de noz estupidamente gelado, do braço da cadeira até à nossa boca. maravilha! outra coisa são os nouvelle vague. que lástima. os nouvelle vague, além de estragarem músicas tão boas como o the killing moon, estão para o panorama musical como o júlio machado vaz está para a televisão e a rádio: ele fala, eu adoeço.


a vinte e quatro??????

em mirandela, um concelho que eu aprendi a chamar também de "minha terra", um juiz decidiu que uma criança tinha de ir para uma casa de acolhimento temporário antes de ser devolvida à mulher que a pariu.

até então, a catraia esteve com um casal que a tratou como filha.

eu já deixei de opinar sobre essas coisas de "quem é que deve ficar com a criança", "quem é que tem o direito", "quem é que afinal é o pai ou a mãe!". já não opino, pronto.

agora uma coisa tenho a certeza, um juiz que pega numa criança de três anos para a colocar lá na casa de acolhimento - antes de ir para a mulher que a pariu, como disse - NO DIA 24 DE DEZEMBRO, não é nem nunca será boa gente. que merda é esta? no dia 24? de dezembro? véspera de natal?

digam-me por favor que o juiz* fez aquilo porque os pais adoptivos a tratavam mal ou coisa parecida, se não dá-me já aqui a travadinha.

* terão estes juízes assim tão grande mérito para serem tratados por meritíssimos?

apesar de tudo...






... há qualquer coisa de transcendente numa consoada realizada sob a parca luz dumas simples e tradicionais velas (apagão no estoril made in edp).

terça-feira, dezembro 25, 2007

mais prendas

há cerca de dez anos o meu sonho era receber meias. sim, repito, meias. e fui anunciando isso ao longo do mês de dezembro:

- pessoal, quero que me ofereçam meias. pessoal, preciso de meias.

nunca ninguém me levou a sério. lá me foram dando coisas do arco da velha, alguns objectos que não lembram ao diabo e que, obviamente, não refiro aqui, com receio de ferir susceptibilidades. e lá tinha eu de ir comprar o raio das meias. são sempre iguais, são sempre as mesmas.

aliás, eu visto sempre as mesmas meias, os mesmos chinelos, as mesmas camisas, os mesmos calções e até as calças, passaram a ser sempre as mesmas, desde que há uns anos, um empregado da levi's do colombo, daqueles que atraca de popa, me disse enquanto me controlava o pacote: chavalo, andas enganado, pá. o teu número é 32/30!

depois desse momento já devo ter comprado uns quatro ou cinco pares sempre do mesmo modelo.

por essa altura, a minha namorada tentava colonizar-me com um tipo de roupa que ela achava ser o mais adequado à minha parva estampa. escusado será dizer que nunca gostei de nenhuma das peças que ela, tão pacientemente comprava. e eu lá tinha de fazer, nos dias seguintes, o caminho doloroso até às zaras e às pulls desta vida, trocar todas aquelas farpelas.

todos os anos é a mesma coisa. estão ali as pessoas a anunciar nomes como quem diz números do bingo e a cada embrulho que pegam nas mãos, eu até tremo de medo, com receio que seja para mim. e depois insistem que tenho de abrir ali, à frente de toda a gente, para ter de fazer aquele meu ar "eh pá, como é que adivinharam que eu (não) preciso mesmo disto (para nada)."

é arrepiante a mania das pessoas oferecer por oferecer. não há nada a fazer. ainda assim, o que me custa mais assistir são mesmo as ofertas de brinquedos às crianças. não há nada a fazer. continuam a matraqueá-las com barbies e mais o diabo a sete.

alguém faz ideia de quanto custa uma vacina? e um pacote de fraldas? arranjem tomates, dediquem-se à prenda útil. e que tal meia mensalidade escolar? juntavam-se dez pessoas, chegavam-se à frente e tunga! quinze dias lá na creche eram à borliú para os pais.

apesar de tudo, continuo a achar que aquela embalagem xpto de audace que o meu pai me ofereceu algures na década de oitenta consegue bater todas as bolas para fora que eu tenho assistido por aí. eu no fundo acho que ele tinha uma secreta esperança que eu virasse "lady piton" e fizesse carreira no trumps

prendas

e apesar das minhas incontáveis insistências, lá teimaram em me oferecer prendas* (ok, amor, foste a única a ouvir as minhas preces, verdade seja dita). lá voltaram a aparecer coisas que não lembram ao diabo e quase sem ter encomendado nada, houve um milagre, dois objectos que servirão para a vida: um espremedor de limões e um vaporizador de vinagre balsâmico.

* tias da minha terra, provem-me porque é se deve dizer presentes em vez de prendas que eu talvez mude de palavra.

ok corral

já li, pelo menos, umas quatro reportagens de fundo, sobre os incidentes ocorridos lá no porto com os bidás da naite.

a pergunta que eu faço é a seguinte: alguém consegue entender que é que estava do lado de quem? quem é que era amigo de quem? por causa de quem é que aquele matou o outro? conseguem, sem recorrer a esquemas desenhados num papelinho de rascunho, seguir o enredo do desenrolar dos acontecimentos?

ou, como eu, perdem-se a meio do caminho e até acham que afinal os matriquesses não são assim tão complicados?

(eu tenho para mim que eles se andam a matar simplesmente porque também eles às tantas, já não sabem quem é que fez mal a quem.)

sábado, dezembro 22, 2007

o que é nacional (nunca) é bom!

vê comigo,

isto não é bem uma "defesa do professor" versus "um ataque à dranquilidade e ao salir a ganar", nada disso. nem um precisa de defesa nem os outros deixaram de fazer coisas para não serem atacados. nada disso.

contrariamente ao que dizes no teu post, não há um único momento em que o jesu deixe de ser educado. olha as declarações dele: fala no penalti que ficou por marcar - e tem razão - mas depois continua as suas declarações sempre no condicional: "... esse lance poderia colocar o fcp em vantagem" (....) "provavelmente o jogo teria sido outro".
repito, ele usa sempre os tempos verbais no condicional.

deixa-me acrescentar mais um trecho das palavras do transmontano: "o fcp criou ocasiões suficientes para ganhar este jogo... falhámos demasiadas ocasiões para podermos aspirar à vitória... não fomos felizes e nem fomos suficientemente esclarecidos na finalização"

irmão, volta a rever as imagens, em nenhum momento ele diz que perdeu por culpa da arbitragem, repito, em nenhum!

em nenhum momento encontro uma falta de coerência. em nenhum momento ele diz que o árbitro influenciou o resultado ou mesmo que o árbitro é isto ou aquilo.

e para finalizar, deixa-me dizer uma coisa: quando o porto é beneficiado pelas arbitragens, nunca o viste dizer que "são lances habituais que servem também para compensar os erros que são cometidos a favor dos nossos adversários". capisce?

por outro lado, é um treinador (ou uma equipa - esta noite) que pode ser "atacada" porque:
- o mariano é francamente um erro de casting.
- eu não quero acreditar - está a custar, está a custar - que o meu clube só tem 12 jogadores. parece que os outros que entram a substituir esses 12 já são duma cepa mais reles, não é?
- e não concordo com o jesualdo quando diz que a equipa criou situações suficientes para marcar. acho que a equipa estava perfeitamente apática e perdia bolas atrás de bolas.
- um jogo em que tive saudades do tarik para mim é uma ofensa. o marroquino é jeitoso. mais do que isso, para mim, é um exagero. e eu acho que até hoje ele fez falta.
- já falei que o mariano não vale grande coisa?
- às vezes fico a pensar na nossa vantagem e imagino: bom, este pontinhos servem para aqueles jogos em que os adversário são melhores que nós. depois, claro, caio na real e lembro-me que não há adversários melhores que nós. há é jogos em que temos mesmo de perder porque sim. porque num campeonato com trinta jornadas, como hoje, há jogos em que não jogamos um caralho. e nesses jogos, perdem-se sempre pontos. se se fizerem muitos jogos desses, é certinho como o destino que também o campeonato vai para o galheiro.
- ai vai, vai!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

o ovário da minha quinita

e pronto, ontem lá tive a matar saudades deste memorável chou.

é incrível, parece que estou a ouvir um disco antigo ou a cheirar um perfume que já não usava há muitos anos. estamos a ver aqueles sequeteches e surgem em catadupa memórias da quantidade de vezes que ouvimos (ou dissemos) aquelas frases.

é incrível, ouço aquilo e, num ápice, sou transportado para as mesas da sul-américa, para os senuqueres lá ao pé do padre, para os jantares de fim de ano na (defunta) feira popular, para os copos na esquadra do vitinha lá da rua da rosa.

os trocadilhos, a voz da são josé lapa, o "issé que pods ter a certeza!", as pernas da são josé lapa, o lacerda, o "vá, vá lá, nós queremos é que os nossos concorrentes ganhem", a são josé lapa, "o roy raminho", tudo, está lá tudo. aquilo é o anos de mil novecentos e noventa sem tirar nem pôr.

saudades.

eu por mim, organizo já uma vigília em frente à érre tê pê (eu disse uma vigília? estava a brincar. vá, fico lá prostrado em frente da entrada principal, na parte da relva, entre as 16 e as 18 horas dum dia qualquer a combinar. se possível na primavera) para que seja lançado, assim para não se perder o balanço, o hermanias especial de fim de ano.



muita atenção:
o dvd do crime da pensão estrelinha traz uma entrevista com o mestre que deve ser vista com muuuuuuita atenção. para os que ainda duvidam, acreditem que só quem é muito inteligente, culto, esperto e atento consegue fazer uma comédia transversal, assim, daquele tipo que agrada desde aos ricos até aos pobres ou desde a esquerda até à direita (sem passar pelo bloco ou pelo partido do autedór). são todas elas, características comuns ao herman, ao rap, ao markl, etc...

quarta-feira, dezembro 19, 2007

era um porto italiano, mesmo ao pé das montanhas

realmente não se percebe, um jogador tão bom, tão interessante, uma contratação tão cirúrgica que o benfas tinha feito.

não se percebe, mesmo!

pois é, é uma pena,...

... ninguém ganhou a jogar bonito. a holanda em 88 tinha um jogo realmente muito feio (gulite, ráicard, fan basten, cuman...); a alemanha em 96 a mesma coisa (ésslar, chol, bierófe, ziga, quilinsmane e sá mer - meu deus, este sá mer....); a frança em 2000, então, era uma coisa horrível (turâme, dê zái i, pires, diorcaí éfe, zidane, dê chans, enri, dugarri).

uma lástima, uma lástima...

vrummm

há uma cromice de estrada que eu julgo que tem sido subestimada ao longo destes anos e que merece uma criteriosa atenção.

não, não falo do pessoal que não usa piscas, não me refiro aos que circulam exclusivamente na faixa do meio, muito menos quero chamar a atenção dos que julgam que as rotundas são losangos. eu quero chamar a atenção do pessoal que não sabe que aquele bocadinho de estrada que construíram imediatamente antes e logo depois das saídas e das entradas das auto-estradas se chamam "zonas de aceleração e desaceleração".

ou seja, usam a faixa da direita para fazer esses movimentos em vez de utilizarem essas zonas. um gajo vai ali atrás de um carro, às tantas faz o pisca e sai da estrada, começando a travar, quando dá por ela, o marmelo que seguia à nossa frente, decide sair também ali, fazendo um movimento brusco para a direita - sem piscas nem nada - metendo-se à nossa frente e saindo da sua faixa, dois metros antes da saida da auto-estrada. um mimo.

é como quem diz: "eu começar a travar nas zonas de desaceleração? nahh, isso é para meninos. vou ali na minha faixa e quando estiver ali mesmo junto aos rails, zunga, saio!"

"entrar na auto-estrada e ter de seguir por aquele bocadinho de estrada que lá colocaram para esperarmos a nossa vez? vocês 'stão mazé malucos, pá. eu saio das portagens e vou logo a rasgar, atravessando as três faixas de rodagem até me localizar do lado esquerdo da via que é o meu lugar de eleição. olhar para trás a ver se vem alguém? eles que esperem, porra!"

cotão netes

os cotonetes do continente, aqueles mais baratuchos, têm uma caracterísitica que eu acho ímpar: não têm algodão.

ou então, se têm, eu não dou por isso. só sinto plástico a desentravincalhar-me o tímpano.

aí!!!!!!!!!!

fónix

em vez de phónix, não tinha mais piada chamar-se à nova rede de telefones dos correios: dasse!?

está um valente barbeiro!

a minha avó trindade, transmontana, até ao tutano dizia:

- está frio? mete o cu no rio!

dasse!

(não liguem, também dizia "tens fome? come um homem (óme, no original.)!")

ontem no chópingue...

... uma birra monumental. daquelas beras, com babas e cuspo projectados para as montras, à medida que ela se agitava e esperneava sem parar, tentando fugir do meu colo, em direcção a um livro de pintar que descobriu na fnac.

os olhares dividiam-se:

- os que não tinham filhos e olhavam, com dúvida e indignação, duas ou três vezes para confirmarem se não era mais um gajo que tinha raptado uma criança para redes pedófilas.

- os que tinham, seguramente, filhos e olhavam com pena e aquele olhar "pois, deixa cá ver, dia dezoito. sim, é verdade, hoje calhou a birra àquele gajo. tadito!

eu mantinha a calma. porque é que a calma irrita ainda mais as pessoas do sexo feminino?

pobreza de espírito

cresci rodeado pela pobreza. era assim mesmo.

até ao plano de erradicação de barracas, as traseiras da minha casa tinham vista para a quinta dos embrechados. curiosamente, à excepção dessa mancha na paisagem, é ainda, seguramente, uma das minhas vistas favoritas: os olivais, braço de prata, marvila, xabregas, palmela, alcochete, samouco, barreiro (blhec!) e aquela imensidão do mar da palha.

mas sim, se havia coisa que abundava no meu bairro era a pobreza. e alguns eram, obviamente, meus amigos: andavam na escola comigo, jogavam à bola comigo, compravam o pão na mesma padaria, iam à catequese comigo... vivíamos no mesmo bairro, fazíamos vida de comunidade. o habitual, não é?

não que eu fosse muito rico. nada disso, antes pelo contrário - rico, ah, ah, ah, ah! deixa-me rir - tínhamos as nossas limitações económicas mas nada que me fizesse macaquinhos no sótão.

uma família que nunca teve falta de comida - estamos a falar desde que eu sou vivo, da década de sessenta em diante, digamos - e que ia à marisqueira dos anjos, se calhar, duas vezes por ano, não pode nunca ser considerada de pobre. é certo que ainda sou gozado pelos meus amigos por nunca deixar comida nos pratos dos restaurantes ou por beijar o pão que cai ao chão, mas isso já são outros trezentos.

uma coisa que aquele bairro conhecia de cor e salteado era saber distinguir os pobres mesmo pobres

não lhes gosto de chamar humildes. bem sei que a língua portuguesa acolhe esta palavra com o mesmo significado de pessoa de uma classe social inferior. contudo, uma vez que muitos deles não eram nada humildes - por não conhecerem as suas próprias limitações - e eram bem arrogantes ou armados aos cucos, tenho francas dificuldades em lhes chamar humildes. fiquemos pelos pobres. porque isso, eram mesmo.

de todos os outros.

o meu avô materno costumava pronunciar, perto do final das refeições, "que os pobres mais necessitados do mundo estejam como eu estou agora". era uma forma de desejar barriga cheia a toda a gente. logo ele que soube na pele o que era passar fome e conheceu a pobreza por dentro e por fora.

quem habitava aquele bairro, sabia muito bem que este ou aquele não tinha direito a pequeno-almoço ou a bolo no dia de anos. já nem chamo para aqui outras necessidades básicas como por exemplo o banho, entenda-se. ainda noutro dia estive a ver uma fotografia da minha primeira classe. éramos aí uns doze, quinze alunos. desses, seguramente sete ou oito, nunca se sentiram numa banheira de água até aí aos quinze ou dezoito anos, sem exagero! água quente então, nem sei a que idade passou ela pelo corpo. muito
provavelmente, quando foram treinar ao vitória ou iam aos balneários de chelas.

adiante.

o que eu quero aqui salientar é que ninguém enganava ninguém com a pobreza. havia respeito - salvo parvas excepções - pela condição daquelas pessoas.

é por isso que me custa a evolução do crime, da malandrice, do engano praticado por supostos pobres. tira-me francamente do sério as histórias sobre pessoas que andam a pedir esmola e que depois a utilizam para outro tipo de gastos. fico francamente desiludido e irritado. esse tipo de comportamentos, num bairro tão hermético como a picheleira, era facilmente denunciado e motivo dumas bocas valentes ou dumas chineladas nas trombas.

gozar com quem tira da boca dos filhos para dar aos outros e mesmo assim ser enganado. meus amigos, isso era quase crime de lesa pátria.

por isso, cada vez mais me custa dar esmola. tenho vergonha de a recusar, mas tenho ainda mais medo que seja utilizada para outros fins. é a vida.

o ruizinho decidiu, aí por volta dos quinze ou dezasseis anos, deixar de andar na coboiáda connosco e ser agarrado ao caldo. tudo bem, era com ele. o que não devia era ter-me interpelado numa noite em que se encontrava sentado à porta dos pais - que o tinham posto no olho da rua pela enésima vez - pedindo-me cem paus para uma sandes ou uma sopa. ora, eu que sabia que aquilo seria, seguramente para mais um panfleto ou coisa parecida, disse-lhe para ele ter juízo. o que me tirou do sério foi o facto de ele já nem sequer ter reagido ao que lhe disse. é claro que dez minutos depois, estava novamente junto a ele com dois papo-secos guarnecendo umas costeletas de porco. pelo ar com que devorou aquilo e pelas lágrimas que iam caindo dos olhos, aquele estômago não via outra coisa que não ar, há uns tempos
valentes. em vez de ter ficado contente pela ajuda que lhe dei, fiquei antes irritado. irritava-me ver um gajo que, um par de anos antes andava comigo a tentar engatar uma gaja da mira fernandes, estar cheio de mazelas e completamente obliterado para a vida. fui-me habituando com os outros casos - muitos. alguns que foram parar mais cedo que o costume à quinta das tabuletas - que foram sucedendo ali à volta.

o pedro bucherie, escreveu um valente artigo no sábado, sobre uma família com rendimentos mensais de alguns milhares de euros que recorria à ajuda do banco alimentar para satisfazer a sua fome. ao que parece utilizava o dinheiro para outras necessidades. outras prioridades, não é? bem sei que este exemplo não pode ser confundido com o espírito que norteia o banco alimentar. mas mesmo assim, chateia-me profundamente que a ajuda a esta família, este exemplo relatado, pelos vistos, ainda persista.

saí dum bairro em que todos sabíamos, infelizmente, quem eram os pobres e vim viver para uma zona, presumivelmente "chique". puro engano. não digo que haja tanta pobreza. o que há - e mais do que eu supunha - é uma maior hipocrisia. faz-me francamente confusão ver a prioridade destas pessoas. sei do que falo porque tenho bem próximo de mim (família incluída) - não só daqui desta zona onde resido - pessoas que se queixam da crise e que ostentam exemplos contrários a essa mesma crise.

reparem que eu não digo que são possuidores, eu disse que ostentavam. uma coisa é dizerem que não podem comprar porque não têm dinheiro mas depois, às escondidas, usam-no para comer fuá grá. não, o que eu digo é que dizem que não têm, devem a meio mundo, toda a gente sabe, mas não deixam de se passear de éme xis cinco, envergando pul ouvârs com senhores em cima de cavalos e de taco na mão. cabrões!

uma vez o baixinho - um valente cabrão, diga-se de passagem - estava no meio duma ressaca monumental, interpolou-me ali em frente à loja do nove dedos, dizendo que precisava de uns trocos para comprar pó. recusei, e tentei fugir. ele veio atrás de mim a moer-me o juízo e insistindo, pegou-me da carteira, sacou de lá quinhentos paus e disse que me daria protecção para o resto da vida. eu fiquei tão atónito com aquele roubo - ainda estou para saber porque é me deixei levar por um gajo completamente podre sem sequer reagir - que me calei e segui o meu caminho, fodido, obviamente com aquilo. até porque sabia que era mesmo - ele próprio me disse - para mais um panfleto.

esta semana, entrou-me na loja um gajo que tinha tudo menos um ar ameaçador. pediu-me para falar e explicou - numa linguagem perfeitamente imperceptível - que era búlgaro, que não tinha um tusto e que pretendia ir a sintra pois lhe prometeram um emprego para aquelas bandas. o meu instinto primário foi imediatamente recusar - lá está, é o tal medo dos pobres que não o são e apenas aparentam - e, com efeito recusei. insistiu, realmente num péssimo português - eu só entendia: bulgária, sintra, dinero. o resto era tudo corrido a gestos. fazia-me ali falta o iordanov -, pedindo, por favor, apenas dois euros. depois regateou e disse que só precisava de um euro. continuei a recusar. instintivamente ia recusando. ele lá saiu.

e foi pior a emenda que o soneto. pois, por mais que a história não fosse verdadeira - provavelmente era tanga - ter-lhe entregue um mísero euro, tinha-me deixado com a alma mais descansada. a minha vida não se alteraria rigorosamente nada se eu lhe tivesse dado, um, dois ou até dez euros. mas como recusei, fiquei na mesma na dúvida se ele não me queria dar a boca a mais dinheiro ou ao telemóvel - muito habitual aqui na zona - e fiquei por isso com este peso na consciência. peso que poderia ter aliviado com alguns trocos de trazer no bolso.

estúpido!

é isto que me irrita. esta proliferação de histórias de pessoas que se utilizam da pobreza como método para sacar carcanhol para proveito próprio. tudo bem que se faça humor com os pobres. agora o que eu não admito é que se brinque com a pobreza.

estúpido, na mesma!

terça-feira, dezembro 18, 2007

mea culpa? talvez não.

eu já perguntei neste blog: quando é que o bruno alves sai do clube?

e voltaria repetir. uma das coisas que me aborrece no meu clube é esta mania (às vezes boa) de termos que assistir em campo, e na nossa equipa, à evolução e ao crescimento de um jogador.

mas pronto, por vezes basta surgir-nos um nuno gomes pela frente, uma cabeçada e um castigo, para desatarmos a crescer e a ser homenzinhos. agora aquela parte em que temos de andar ali a stepanoviar enquanto eles não se decidem a justificar titularidades é que é do caneco, não é?

segunda-feira, dezembro 17, 2007

festinha de natal

acabo de chegar vindo da festinha de natal dela.

como sempre, as crianças são uma delícia inatingível.

cá fora, havia biscoitinhos, bebidas, broas, bolo-rei. infelizmente não encontrei por lá, lenços para limparmos as nossas lágrimas.

sou contra!

dá ares.

sou só eu que acho que o friday i'm in love tem muitas coisas do anzol?

(sabes, karla, eu acabo por confundi-las todas. friday i'm in love, just like heaven e até o in between days. até ao the top eles ainda tentavam fazer coisas diferentes umas das outras. do the head on the door em diante, confesso, tenho dificuldade em distinguir as músicas deles. mas deve ser, com certeza, culpa minha. de 85 para a frente desinteressei-me deles.)

uma foto, um bídio

já não é a primeira vez que me detenho em frente à tv enquanto está a dar o friends. um misto de curiosidade e de prazer faz-me ficar ali parado, muitas vezes em pé de comando na mão, a meio caminho entre o "ó paizinho, tira a cuca da banheira, tiras?" e o "podes vesti-la?"

a série é gira. tem francamente piada. confesso que ainda não consigo entender o que raio passou pela cabeça das pessoas que,
aqui há atrasado, decidiram dobrá-la para português e emiti-la como se fosse um desenho animado. é claro que mataram o sucesso da coisa à nascença.

por outro lado, não são só as piadas que me fazem ficar parado. parado, fico normalmente porque também vejo aquilo numa altura em que estou mais cansado. eu reparei foi que por vezes havia um fiozinho de baba que por vezes caía no soalho flutuante.

hoje no google percebi o que era.


é por estas e por outras que eu não percebo porque raio a série se chamava friends e não legs.

juro, não percebo.

minha querida jeni, deixa lá o pitt em paz. podes não ter os marmelos da angelina, mas olha que ela também não tem uns troncos como os teus. e és bem mais gira!

toma lá um bídio, filha.



orçamentos

as questões orçamentais como justificativo das diferenças pontuais nas tabelas classificativas, em portugal, só se aplicam em relação ao meu clube.

ou seja, se é eliminado com o fátima, é uma vergonha porque o ordenado mensal, sei lá, do guarda redes ventura, dava para pagar todo o plantel da equipa do escalão secundário.

no entanto ninguém compara o orçamento do meu clube com os restantes quinze que irão disputar os oitavos da liga dos campeões.

pior, nunca ninguém compara o orçamento do sporting e do benfica com os restantes plantéis do campeonato. por isso, deixem-me lá perguntar:
- com esta diferença de orçamentos, não era suposto o sporting estar com muitos mais pontos de vantagem sobre o guimarães, por exemplo? e sobre o setúbal? será que a diferença de dois pontos, por exemplo sobre o braga, não são muito pouco para uma décalage* orçamental tão gritante entre os dois sportings?

* ando seguramente há 3 anos para arranjar maneira de fazer um post onde pudesse incluir esta palavra tão querida nos meios económicos da nossa nação. c'a bonito: décalage. quando conseguir introduzir "período homólogo", acreditem, serei um homem realizado.

dedos

nos anos oitenta ainda me chateava e irritava com o futebol. entretanto a coisa passou, mas nessa altura, normalmente, a guerra maior era com os benfiquistas e, quase sempre, com o zé burrié à cabeça:

- então ó fernando gomes, como é que é? deves pensar que esta ano ganhas aquilo.
- qué que foi, ó galrinho, até agora não ganhaste nada. veremos no fim.

naquele tempo, ao contrário de agora, dizer-se: "este ano o campeonato é nosso, na certa." era algo de arriscadíssimo. é certo que tínhamos as previsões do zandinga - sempre ajudavam muito - mas uma vez ou outra sempre havia um campeonato que lá ia para a luz ou lá se lembravam de meter o allison ao barulho para atrapalhar as conquistas do meu porto e do benfas. por isso, quando o meu clube se lembrava de ganhar jogos na luz distanciando-se dois ou três pontos dos encarnados e o zé burrié vinha com conversas do género:
- então ó fernando gomes, não penses que ganhas o caneco. ainda não acabou o campeonato...
eu, invariavelmente, deixava a matraca fechada, tirava a minha mão direita do bolso, ergui-a bem alto, esticando dois, três ou quatro dedos, consoante a diferença pontual existente na altura.

olho para aqueles tempos num misto de saudade e ternura mas não deixando de verificar que naquela altura as coisas eram bem mais simples. imagine-se agora, com este frio de rachar - seis graus às nove horas da matina, em plena costa do sol, acreditem, é um atrofio - como é que seria se me cruzasse com o zé burrié e tivesse de tirar ambas mãos dos bolsos tendo também de esticar todos, repito, todos os dedos?

com este frio, porrrrrraaaaa! tá bem, tá.

topografia da cidade, sumptuoso personagem

o nelson sargento é um dos maiores baluartes - um termo que ele adora evocar - do samba do rio de janeiro.

escusam de estar à espera que lhes apresente exemplos de coisas conhecidas feitas por ele que, na certa, não irão conseguir identificar. tudo bem, não há crise. digamos que o senhor já leva com mais de oitenta anos no esqueleto e continua aí para as curvas do morro. uma maravilha.

lembrei-me dele porque ao andar por aí a passear na net - raramente navego porque me dá enjoos, prefiro passear - encontrei, quase sem querer, um documentário fantástico sobre este malandro. é um documentário que já tinha visto há cerca de uns bons dez anos realizado pelo estevão pantoja e que retrata duma forma belíssima, o morro da mangueira, o espírito do samba que vem lá de cima, a poesia do nélson e, porque não, um pouquinho da boa onda da favela.

não me vou alongar muito com isto, convido-vos apenas a assistir ao filme, e a deixarem-se levar pelas palavras deste senhor. uma maravilha.





bom, eu disse que não me alongava mas não consigo deixar de mencionar o seguinte. reparem neste trecho do filme. diz o nelson em voz off:


agora, cada pessoa é uma pessoa. eu não sou dado a tristezas não. eu não penso no meu problema mais de uma hora. eu tenho vários. eu penso: bom, vamos fazer isso. vamos, vou tentar aqui, não deu. se não deu aqui, vai ali, não deu. nnenhum dos três deu... ah, amanhã eu penso nisso. vamos ouvir sarah vaughan.


depois entra o encanto da paisagem:

morro, és o encanto da paisagem
sumptuoso personagem de rudimentar beleza
morro, progresso lento e primário
és imponente no cenário
inspiração na natureza
a topografia da cidade com toda simplicidade és chamado de elevação
vielas, becos e buracos
choupanas, tendinhas, barracos
sem discriminação
morro, pés descalços na ladeira
lata d`água na cabeça
vida rude alviçareira
criança sem futuro e sem escola
se não der sorte na bola vai sofrer a vida inteira
morro, o teu samba foi minado, ficou tão sofisticado, já não é tradicional
morro, és lindo quando o sol desponta
e as mazelas vão por conta do desajuste social.


e termina o bom do nélson como seguinte comentário:

isso aí é meio frescura, mas tudo bem. isso é para agradar os possíveis intelectuais que olharem meu samba. topografia da cidade, sumptuoso personagem. bonitinho, né?

jóinha!


no entanto o meu trecho favorito sucede lá após o minuto catorze - podem andar com o cursorzinho para a frente se não quiserem estar à espera -, quando ele diz "a mangueira mudou, mas a mangueira não morre" e surge o eu agora sou feliz. este, curiosamente, um samba do jamelão.

eu agora sou feliz
eu agora vivo em paz
me abandona por favor
que eu já tenho um novo amor
e eu não te quero mais
esquece que você já me pertenceu
que já foi você meu querido amor
aquela velha amizade nossa já morreu
agora quem não quer você sou eu!

que espectáculo, meu deus!

sexta-feira, dezembro 14, 2007

está confirmado

isto é mesmo um dvd.

de caras, desde que puseram os padrinhos em dvd, o mais aguardado lançamento de sempre.

repito, de caras.

pronto, agora só faltam o thirtysomething, o live at the appollo dos hall & oates, o skin deep e não fica a faltar mais nada. ou fica?

(fica sempre)

quinta-feira, dezembro 13, 2007

leões*

ontem, no final do encontro, os jogadores joão moutinho e miguel veloso ofereceram as camisolas à juve leo. aos despois, a claque devolveu-as à procedência alegando que ainda estavam amuados com aquela cena do "não dignificaram a camisola do clube em jogos recentes".

entretanto, a claque informou que foram lá resgatar as camisolas, porque as mesmas continham símbolos do clube.


aqui há uns anos, num daqueles torneios estilo "taça snickers", "taça nike" ou coisa parecida - com malta do milão, do real madrid, equipas assim, de peso -, para aquelas equipas de miúdos de 10 ou 12 anos, o sporting levou uns oito ou dez - bom, não sei precisar, foi uma cabazada - dum desses "colossos europeus". às tantas, na reportagem televisiva, entrevistaram o guarda-redes leonino:
- não ficaste triste por ter levado com tantos golos?
- não, uma pessoa quando veste uma camisola com este símbolo aqui - apontando para o leão no símbolo estampado no peito - nunca se pode sentir triste.
(respeito!)
(o miúdo não tinha sequer 12 anos, pessoal)


percebem a diferença dum leão para o outro?
percebem porque é que eu odeio claques? percebem? vejam o próprio nome da coisa: claque. claque chama-se claque porque é o som que as mãos fazem quando se bate uma palmada mão na outra. desde quando é que as claques existem para controlar, repito, controlar a qualidade desportiva dos atletas? ou para amuar, por exemplo?

* para o meu tio álvaro, o melhor leão de sempre.

terça-feira, dezembro 11, 2007

cão preto

o concerto do milénio (so far)! de caras.

foi ontem! eu estive lá (só que foi há sete ou oito anos, snifff). à falta de melhor, venha o dvd! (e a tourné)

respeito!

(perdão)

muito respeito!


asae

irá a asae proibir a trombada?

e o bico?

segunda-feira, dezembro 10, 2007

cama de princesa




lamento se olho para as outras crianças e não te ache a mais bonita de todas.

lamento se relativizo demais coisas que te dizem directamente respeito.

lamento se olho para outras crianças - assim aquelas mais bem comportadinhas, sabes? - sem evitar pensar que tinha dado jeito teres vindo com menos pedal, com menos velocidade, digamos.

lamento se não consigo deixar de pensar que gostava que fosses sossegada - sei lá, uma vez por semana - o suficiente para ficares assim, no meu colo a ver tv, por exemplo, enquanto ficava ali a fazer-te festinhas nas costas ou fun-fun
nos teus olhos com uma melena do teu cabelo.

sinto por vezes que ainda estou a anos-luz de me sintonizar com a tua frequência radiofónica. és imprevisível, gaita. vê ontem, por exemplo, andavas cansada mas ao mesmo tempo tão feliz que nem fizeste birras. mas logo depois recarregaste baterias e pronto, estavas logo pronta para outra. para outra guerra qualquer. essas de manjerona que gostas de inventar.

lamento se olho para esta ou aquela criança mais dadas a socialismos sem sentir ma certa pena pelo teu aleatório egoísmo.

curiosamente ando a gostar da tua auto-estima. ok, por vezes roças o piroso ou o peneirento, mas havias de ver o ar
com que entrei na sala de educação musical da professora maria helena belém, há uns vinte e tal anos, envergando um equipamento do fê quê pê, para logo compreenderes que não tenho autoridade moral nenhuma para te chamar foleira.

nem sempre estou com pachorra para o fazer mas gosto de te ler histórias. assim, quando vais para a cama, sabes? mas gosto, confesso que gosto. ficas deitada sobre o meu peito e permites que te cheira o cabelo enquanto te conto as façanhas do hércules ou as malvadezas do hades.

mas é quando já dormes que me vingo. sem saberes, vou até lá, ponho para dentro da roupa aquela tua perna que gostas - como eu - de deixar de fora, sobre o edredon quando adormeces e fico a fazer-te festas na cabeça.

ali, sim. umas duas horas após ferrares no sono, quando vou à casa-de-banho antes de apagar a luz lá do quarto da mãe e do pai, passo pelo teu e fico a olhar para ti, iluminada apenas pelo fantasminha azul que trouxemos lá da loja grande que tem aqueles cachorros quentes que tanto adoras.

ali, sim, aceito. ali és perfeita. és a filha que eu gostava de ter. e tenho! és linda, serena, derrotada, cheiras bem, tens aquele respirar que adoro nos bebés. dá gosto ver-te agarrada à tua mana zarolha ou bem de braços abertos e esparramada à balducha sobre o lençol.

é nessas alturas que fico a pensar que um dia peço autorização à tua mãe para me deixar dormir contigo. e tu, será que me deixas? nem, que sejam uns meros 32 minutos. coisa pouca, pá. mas gostava, sim gostava de saber o que é adormecer com esse corpinho tão maneirinho e leve - já disse que é bem cheirosinho, não já? - bem juntinho ao meu nariz.

ontem tentei, sabes? ia apagar a luz da cozinha e fiz-te uma última visita. eram umas duas da manhã e já o teu sono era profundíssimo. deitei-me lá do lado da parede, agarrei-me a ti e fiquei a cheirar-te - o teu perfil é bestial, sabes? tivemos sorte, contigo. hummm, tão bom. e tinhas o cabelo suado qb, exalando mesmo o teu cheirinho bom aqui para dentro do meu nariz.

quarenta e oito segundos depois, caí na real. acordaste e sentenciaste em voz baixa:
- pai, sai da minha cama de princesa e vai lá dormir com a mãe!

fui.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

o tempo perguntou ao tempo...

"são eles é que nos fazem velhos."

esta frase que muitos de nós ouvimos os nossos pais pronunciarem em conversas com outros adultos sempre me fez espéce. gaita! que raio nós fizemos para andarmos a acrescentar anos à idade dos cotas? quanto muito, demos cabo do orçamento familiar com a quantidade de ténis que escavacávamos em futeboladas na rua, certo?

pois é, julgo que só me apercebi do eventual sentido dessa frase quando passei a dizer "há vinte anos". até uma certa altura, dois anos era uma eternidade. quatro anos, então, a duração do ensino primário, era algo que não tinha fim. depois o raio dos anos passaram a ser mais curtos e pior que isso as coisas passaram a perder o seu lugar na moda num ápice. recordo bem, dum gajo amigo ter dito isso: eu senti-me velho, ou melhor, senti que já não era miúdo quando passei a dizer isso mesmo "foi há uns 20 anos.".

fiquei a pensar nessa frase. e pensei também que, quase sem dar por isso, andava a dizer equipas do clube, campeões de há 20 anos. assim, ditas de cor, como o meu tio álvaro dizia das equipas da década de quarenta.

fonseca, gabriel, simões, freitas e murça; octávio,
rodolfo e duda; oliveira, seninho e gomes. parece fácil mas a verdade é que lá por alturas da expo, num jantar de amigos, eu disse esta equipa, assim duma penada. e depois lembrei-me: há vinte anos. gaita, fui apanhado pelo bicho do tempo.

depois vieram as diferenças temporais. e aí a coisa já estava mais parecida com o "são eles é que nos fazem....". às tantas tive uma namorada, uns anos valentes mais nova que eu, uma miúda da geração do cd, que não sabia o que eram maxi-singles. meu deus, foi aí que eu caí em mim e relembrei a frase, dita por um velho irmão, embebida por fluxos etílicos: não achas que andas a desmamar a chavala? ela era realmente bem mais nova que eu...

não sabia o que eram maxi-singles imagine-se.

aqui há dias tive a estocada final. numa conversa com o meu sobrinho, um chavalo de quinze anos, cento e setenta e sete centímetros de massa óssea - já a meter os meus 173 cms num chinelo -:
- mas se queres mesmo comprar um dvd portátil, tens ainda de juntar uns carcanhóis valentes.
- mas, muito?
- sei lá. uns vinte, trinta contos, talvez mais.
- contos? isso é o quê?

ora, eu que não consigo pensar em euros, ouvir um chavalo que eu vi em ecografias, dizer que não sabe o que são contos, fez-me pensar umas quantas vezes. sim, abalou.

não é bem o "há vinte anos", não é bem o "o que é um maxi-single", felizmente ainda não é o "eles é que nos fazem velhos", mas este "contos?" deitou-me abaixo.

buááá!!!!!!!!!!!!!!, quero voltar a dançar o i don't wanna talk about it (a versão do absolutely live, por favor) ou o oh patti dos scritti politti, agarrado a uma gaja qualquer, se possivel no central park do centro comercial são joão de deus.

pode?

quarta-feira, dezembro 05, 2007

quêeeee, o montenegro?????



pára tudo, já disse, pára tudo!

estarei a sonhar? isto significa que a time out vai fomentar a produção do dvd do crime na pensão estrelinha?

será?

hummm, é fruta a mais. aquilo cheira-me que será apenas uma reportagem.

ou não? ai, será?????

terça-feira, dezembro 04, 2007

bibó futebol

eu sabia, mais cedo ou mais tarde haveria de assistir a uma gira do soares franco. esta do veloso e do queiroz acho que lhe fica a matar.

lagartada, já não estão sozinhos: uns têm o pc, outros o orelhas, outros ainda têm o bartolomeu ou aprígio ou os madeirenses do costume. vocês já têm também uma coisa gira com que se queixarem do presidente que têm.

ou nem assim se queixam? ai não? pronto, ok, deixem-se estar assim que estão muito bem.

nota 1) o queiroz tem quantos títulos na sua carreira de clubes? uma taça e uma supertaça? é isso? boa, tantos troféus como o camacho.
nota 2) se o veloso, nas horas vagas, em vez de modelo fosse, sei lá, escritor ou astrofísico também era assim muito censurado? que mal tem, afinal, ser modelo?
nota 3) terá mesmo o nuno gomes noção do que é um prato de sopa? e do que é o cuspo? e ainda mais, do que é cuspir?
nota 4) não estou com fé rigorosamente nenhuma no jogo com os turcos. mas nenhuma mesmo.

benfica campeão

ouvi há pouco na tvi o zé veiga abrir o coração ao povo português.

confesso, estava ali triste a olhar para o senhor e vi que havia alguma coisa que faltava aquele quadro bonito. arranquei um pêlo do nariz e lá me rolou uma lágrima do canto do olho.

agora sim, agora estava tudo bem: o zé veiga a queixar-se do vieira na tvi e eu comovido a chorar.

barrinhas

no centésimo segundo aniversário da trisavó da minha filha - bisavó da minha mulher, avó da minha sogra, mãe do ..... - como habitualmente, fazemos uns dez ou quinze brindes à valente velhota:

- e agora sai mais um brinde à vó mirita!
- yeahhhhhhhhhhhhhh....

este pandã de alegria, é sempre regado com valentes copázios de vinho, e acompanhado por uns quantos frá-fré-fris e por aí fora.

uma vez ou outra - pronto, ok, é sempre. - há um energúmeno - eu - que incentiva a malta a fazer a onda. e faz-se.

à segunda e terceira vez, reparo que a minha filha, ali ao meu lado, ria-se mas não se levantava nem içava os braços:
- não fazes a onda à avozinha?
- NÃO!!!!
- porquê, filha?
- PORQUE ESTOU GRÁVIDA!

pronto, sai mais uma barrinha lilypie ali para o frontispício lá de cima.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

alho vs. cavaca

tenho aqui ao lado, na gaveta, um saco cheio de cabeças de alho.

e não há vez que olhe para lá em que não pense que aquilo parecem cavacas.
e não há vez que olhe para lá em que não fique com uma gula do camandro.

será que o corpo notará muito, se eu enfiar uma cabeça de alho pelo bucho dentro, convencido que é uma cavaca?
e a minha mulher logo à noite, notará alguma diferença no hálito?

tau tau!

venho dos correios, chego ao carro e está um outro a entalar-me a saída.

fón, fón!!!!!!!!!!!!!!!!!

(nada!)

fón, fón!!!!!!!!!!!!!!!!!

(nada!)

dou mais umas seis ou sete buzinadelas e nada. tranco a viatura e começo a fazer uma visita pelas redondezas: uma casa de frangos, um banco, um café.... ai que já me estou a chatear a sério...... outro banco:
(já muito fodido com a situação)
- há por aqui alguém que foi estúpido o suficiente para estacionar em segunda fila?
- um citröen preto?
- claro!
- sim, sou eu. vou já, não demoro.
- não demoro? estás parva? anda já à minha frente! olha me esta: não demoro! deves....
- ai que falta de educação. (virando-se para o senhor do banco) guarde-me isto aqui que eu já venho.

a caminho do carro:
- a senhora está a precisar de tau-tau nesse rabo, estás, estás...
- tens meia-hora livre para me dar?
- achas que já só aguento meia hora?
- ......
- ......

(ai ca nervos!!!!!!!!!)

sábado, dezembro 01, 2007

malandros

o candal ganhou hoje ao porto 2-1. já não há equipas invencíveis no campeonato nacional de júniores.

há dias realmente para esquecer.

quinta-feira, novembro 29, 2007

e não os podemos extinguir?

um amigo, velho companheiro da naite, manda-me periodicamente mails com anedotas, más e anti-benfiquistas e/ou anti-sportinguistas.

apanhar com estas coisas logo pela manhã, é, convenhamos, um acto de real aferição das qualidades resistentes dum ser humano.

dália*, minha querida, estás perdoada, podes voltar a enviar os tais videos de gajas no fornicanço que me (nos) entupiam a caixa de correio.

* nome francamente fictício.

efeitos secundários

a melhor coisinha que aconteceu desde que o abramo..coiso deu com o mourinho de frosques: o andré vilas boas está a comentar a bola na sport tv.

muita, muita atenção ao senhor. querem perceber porque é que o zé mário tinha sempre a lição tão bem estudada? pois, ponham as orelhas, os ouvidos, os tímpanos, o canal auditivo todo em conjunto neste senhor.

respeito.

piscina de fígado

pois, pois.... não, não estou a ver do que é que o senhor está a falar.... quatro a quê?.... nah, nada disso. que eu tivesse dado conta foram foi três a um.

sim, sim, três a um. demos três a um ao trofense no arranque da liga intercalar.

é verdade... três a um ao trofense. e o adriano até marcou dois e tudo.

quatro a um, foi o que disse? pois, não estou a ver....

como lhe digo, não vi. não dei por nada.

terça-feira, novembro 27, 2007

eque sepensive milque

entro numa pastelaria, peço uma sandocha de fiambre e um quarto de vigor.

pedem-me um euro e vinte cêntimos pelo leite.

enquanto mastigo desato a fazer contas. às tantas reparo que estou de boca aberta com o bolo alimentar à mostra.

ca nojo!

é que às tantas começo a fazer contas à antiga e vejo que aquela garrafinha custou-me duzentos e quarenta paus. duzentos e quarenta????? fónix!

estou a tentar engolir o raio da comida quando chego à previsível conclusão: novecentos e sessenta e dois escudos o litro.

pergunto se não se terão enganado no valor. dizem-me que não que é mesmo assim. vêm-me à memória os litros e litros de whisky que levei numa garrafa para dentro do dois, da kapital, do plateau... vou passar a trazer um pacote da parmalat aqui, assim, junto ao telefone.

bolas, uma terra como esta, com tanta vaca à solta, não admira que andem todas montadas em valentes serie seis cupê.

deves!

foto finish

não há uma única minha fotografia escolar - pronto, estou-me a cingir aos anos da primária - em que não apareça com a boca rebentada por causa do cabrão do herpes.

não quer dizer que se a boca se apresentasse limpinha nas fotos a coisa melhorasse muito. mas gaita, dá sempre um aspecto, vá, mais asseado, pronto.

a minha filha não tem esse problema. até ver o raça do vírus ainda não deu sinais de andar lá por dentro. por isso, não há registos fotográficos lá da escola, com a miúda apresentando a sua boquinha lixada.

ontem recebemos as fotos deste ano escolar. ai filha*, desculpa lá a sinceridade, mas estás com ar de peido. estás feiinha, pá.

queres que te rasgue as fotos** para não te envergonhares da coisa?

* este "ai filha" tem de ser dito no tom utilizado pela clotilde maluca. senhora que merecerá três posts em dias futuros.
** descansa que as entrego à tua avó. para ela, qualquer cocó na tua fralda era algo bonitinho...

sing this with me, this is forty




entraste nos enta e eu nem te mandei um presentinho nem nada. quarenta biscas. nem pareces. para mim continuas com os dezoito que tinhas lá no antigamente. caraças, pá. continuas gira de morrer.

dizem que essa tua cena com o belloto vai de vento em popa. sou contra, como deves imaginar. é a vida. bom, sabes onde eu moro, não sabes?

qualquer coisa, apita.

p.s.: zé, se estiveres aí desse lado do ecran, controla-te. sei muito bem para onde estás a olhar. perverso! olha para outras, esta aqui é minha!

sim, denominar-me de parvo é a atitude mais correcta* - parte III

gosto de dizer, com pronúncia espanhola - galega talvez -, saragoça.

(sabe bem à boca. xaragoxa, tentem lá. para quem conheceu a peça, é mais ou menos como o príncipe dizia "senhor josé". aquilo saía algo como xenhor xoxé. tentem. sabe bem, pá)

* pois, se não és tu, não é mais ninguém, ó ricardo.

sim, denominar-me de parvo é a atitude mais correcta - parte II

gosto de dizer a palavra hipócrita.

(há qualquer coisa de saboroso quando enchemos as bochechas, quase um sopro, na parte em que dizemos "...pó..".)

sim, denominar-me de parvo é a atitude mais correcta - parte I

gosto da palavra drageia.

por nada em especial. gosto, pronto.

segunda-feira, novembro 26, 2007

crime at little star boarding-house

anda por aí um blog, bestial, diga-se de passagem, sobre os melhores programas de televisão de sempre. é uma cena a meias com a time-out e tal...

a minha opinião acaba por ser, mais coisa menos coisa, idêntica à da maioria dos inquiridos da minha geração: tal canal, zé gato, etc...

contudo, eu sou capaz mesmo de nomear o melhor programa de todos. a noite de 31 de dezembro de 1990 para 1991 viu nascer o melhor programa de tv da minha geração. o tal canal foi muito bom, o hermanias, foi aquela classe, o casino royale foi algo incompreendido. nessa referida noite o herman decidiu exceder-se e criou o crime na pensão estrelinha.

e nunca um programa teve tantos textos decorados, tantos "e lembraste quando o gajo faz de emigrante em berlim?.... e lembraste....", tanta coisa.

nunca.

já aqui disse que é um crime isto não haver em dvd. deixo aqui uma das coisas que eu encontrei no iu tub. é o felisberto lalande, um senhor que não consegue dizer os éles.

sublime.



p.s.: à medida que vou vendo isto, vou descobrindo mais coisas pequeninas que adoro neste programa. reparem por exemplo, nas interjeições que o vítor de sousa vai dizendo (ui!... eh!...) isto é divino, meus amigos.

divino!

por falar em coisas que a minha mãe dizia

cheguei até a desenhar rabos e algarismos. cheguei até a pronunciar as palavras em voz alto para ver se existia alguma similaridade sonora. mas entretanto desisti. nunca consegui entender uma frase, um dito, que a minha mãe dizia

a senhora não morreu. eu é que como já não vivo com ela, nunca mais a ouvi dizer.

e que era: nariz no cu, faz trinta e um!

a novidade

a minha filha não gosta de leitão.

(yessss!)

como me diza a minha mãe: mais fica. deixa à borda do prato!

taime aute

sim, é boa! quando estou com ela na mão, tenho a sensação que estou a ler blogs.

eu, compro!

p.s.: a secção "mentiras para dizer aos turistas" é uma delícia.

justiça

é justo referir que o expresso está muito bom.

(não me consigo alongar sobre este tema. a minha aferição baseia-se no tempo que passo de volta daquele calhamaço. neste momento em cada cinco números do jornal, quatro deles merecem o dinheiro que pago por ele.)

(para mim, chega. até ver, continuarei a comprar. a comprar e a ler que era algo que não fazia anteriormente, quando me cingia ao sousa tavares e ao freitas lobo. exemplo? ler com atenção o artigo/entrevista sobre a guerra peninsular. no cartaz, salvo erro - eu com o nome dos suplementos sou pior que com o nome dos programas de tv)

é uma pena

a revista do inatel, tinha (pelo menos) em tempos uma secção de passeios. o jornalista ia dar uma voltinha e tal - a pé ou de carro - e depois contava ali a sua impressão sobre a coisa.

motivado por um desses artigos, este irmão lembrou-se de me seduzir a descobrir um passeio que vinha descrito num dos últimos números da revista.

a coisa passava-se ali na zona de mafra, uma coisa pertinho e tal, 500 paus de gasosa para cada um, estava solinho não é? - ai como o povão é adepto do heliotropismo - e lá fomos nós.

o passeio revelou-se uma valente merda. os sítios eram uma merda, os "lugares frescos e húmidos" não passavam de pântanos com pneus e fogões a apodrecerem, a vegetação rica não era mais que cardos e azedas, etc., etc....

por vingança, ainda fomos até à venda meter umas trouxas no bucho enquanto dizíamos asneiras alto e em bom som para quem quisesse ouvir a nossa indignação.

é o que faz confiar nos relatos duma única pessoa, digo eu.

a revista sábado lembrou-se de fazer uma reportagem sobre os 12 lugares mais bonitos de portugal. estão lá coisas previsíveis - meritoriamente previsíveis, acrescento - e outras que nunca ouvi falar. contudo há lá uma coisa que me fez espécie - adoro este "fazer espécie" -: a fraga da pena.

eu volto à capa, regresso para o início da reportagem e releio o título para ver se não me enganei. sim, são 12. o título refere os 12, e não 12. portanto para os editores, qualquer outro lugar que surgisse já seria relegado para 13º lugar.

acreditem, eu, eventualmente, colocaria a fraga da pena naquela lista, se em vez de 12 estivesse lá 120. e mesmo assim, teria de retirar o artigo "os" e advérbio "mais".

vão por mim, colocar lá a fraga da pena
estou a fazer contas de cabeça e, num raio de, sei lá, 50 quilómetros, encontro aí uns 7 lugares mais bonitos que a fraga. de caras? de caras, de tronco, de membros, de tudo!
não é uma parvoíce - o lugar é bonito, sim - mas é um erro, pronto.

nos doze mais bonitos? haja paciência e justiça!

sexta-feira, novembro 23, 2007

suavemente

eu exijo aqui três comentários. pelo menos três. e os visados comentareiros saberão muito bem quem são.



deixem-se de merdas, tive um trabalhão do camandro para fingir que estávamos todos novamente em 1982. não me interessa, só sei que não deve haver, sei lá, cinco pessoas no mundo que tenham tido o trabalho de espetar uma coisa no iu tube só para que vós, meus valentes colegas de bar, se dignem ouvir esta perolazinha.

vá, escrevam-me qualquer coisa. mesmo que seja algo decepcionante como, por exemplo: "iá, bacano!" ou mesmo "ó parvalhão, estamos-nos cagando para esta música".

mas escrevam.

vá estou aqui à espera.

picalm

e há dois dias, ao deitar, a minha mulher diz-me o seguinte:
- tens de me dar aqui umas bombadas!

e eu comecei a esfregar as mãos de contente e tal mas afinal, quando viro a cara, ela estava com um objecto cilíndrico na mão. mau, tu queres ver que ela foi à sex-shop?

não tinha ido.

afinal o tal objecto cilíndrico era o picalm.

catano pá, ficou cá uma pedrada de bálsamo no ar.....

ó gonçalves, aquilo meu amigo, já estás a ver o filme todo, não já? parecia que estava a dormir em casa do senhor flávio
"que deus tem". já não é a primeira vez que a trato por flávio e tudo. será que é melhor explicar-lhe que o homem, apesar de ter feito umas massagens "ó xô flávio, dê-ma aqui um jeitinho no joelho, fáxavor...." a meia população lá do bairro, era um senhor com agá grande e não era ligado a paneleirces nem nada?

gajos da bola

ontem, naquele programa da rtpn sobre a bola, o freitas lobo e o bruno prata.

talvez um dia se perceba o que é se significa estarem estes dois meninos a falar sobre bola, assim, ao mesmo tempo. que coisinha superior, pá.

e que bom seria se a sic acabasse com aquela coisa do jogo falado* e a rtp pegasse no enooooooorme david borges e o pusesse a moderar este programa.

porque realmente: o jogo falado é ridículo, o trio de ataque é bacano - há pessoas que nunca perceberam que o daniel é muito bom e que é muito difícil encontrar três adeptos assim tão independentes e ao mesmo tempo tão doentes. ou pelo menos, simplesmente dependentes desta gaita desta doença que todas as pessoas da bola graças a deus têm que é a parcialidade - mas este da rtpn com o freitas lobo é o melhor dos que se falam duma coisa que cada vez se fala menos que é: isso mesmo, falar de bola, de jogadas, de golos, de fintas...

p.s.: há dois programas sobre os quais me recuso falar: aquele da tvi com o querido manha e um na rtpn que tem o daniel serrão e afins....

* tens razão, ó anónimo. eu sou muito fraquito e não consigo atinar com os nomes dos programas. é o dia seguinte, pois claro que é!

e agora?

o prd tem um blog?

(imagine-se, o prd!)

e agora? sim, agora que já está tudo inventado. o que é que se pode esperar mais do mundo?

gosto!

quinta-feira, novembro 22, 2007

democrática

meu deus, se na altura já houvesse net e se eu tivesse feito um print desta página, tudo teria sido diferente.

ainda dizem mal do avanço tecnológico.

boaventura




eu bem lhes digo que não, que há histórias que não dão para transpor para o papel, mas há sempre uns quantos que insistem:
- ó jaime, tu tens de lá pespegar com a história do boaventura, e eu até lhes digo "mas aquilo é coisa que tem de ser contada com gestos" mas eles não ligam nenhuma. cá vai.
a coisa passou-se há uns 12 ou 15 anos. o meu grupinho dessa altura tinha ido passar um fim-de-semana à terra da minha mãe. no regresso, tínhamos combinado parar em coimbra para jantar. éramos uns quatro ou cinco carros.

eu, parei ali nas redondezas do largo da portagem, e fomos, visconde da luz adiante, até ao tal restaurante.

às tantas reparo que até os cinco que compunham o meu carro, se tinham dispersado: a minha namorada, a irmã anica e o mariano, seguiram à frente. eu e o joão, irmão da namorada, ficámos para trás.

- ó joão, o pessoal?
- ihhh, pois é. ficámos a olhar para as montras e distraímos-nos.
- que barraca. sabes onde fica o restaurante?
- não. mas sei o nome. acho que era democrática ou democracia ou coisa assim.

e ali por volta do santa cruz, aproximámos-nos dum polícia - alto, bigodaça, barriga proeminente - e eu, começo então o famoso diálogo:

eu: boa noite, xô guarda, pode-me dizer onde fica o restaurante democrática?

(silêncio durante uns 40 segundos)
(eu olho para o joão, o joão para mim e o polícia em silêncio. impavidíssimo, diga-se de passagem.)

eu: democrática, não era joão?
joão: isso, democrática.
eu: pois, de-mo-crá-ti-ca, não é?
(mais silêncio)
joão: democrática, democrática. é isso pá, era mesmo isso: democrá-ti-ca!

(mais silêncio)
(às tantas)

eu: ó xô guard..
psp: CALMA!
eu: desculpe!

(medo)
(mais medo e mais silêncio)
(olho para o joão)
(o joão olha para mim)

eu: pronto, se não sabe eu...
psp: CALMA!

(e pega no seu uólqui-tólqui e pressiona o botão)

psp: alô central, aqui boaventura, escuto.
(crhhrrrhhrrrrr)
central: alô boaventura, aqui central, escuto

psp:
alô central, aqui boaventura, pergunto: onde fica restaurante democrática?(atenção à falta de artigos nas frases.)
(crhhrrrhhrrrrr)

central: alô boaventura, aqui central, pergunto: porquê?
psp: alô central, aqui boaventura, informo: porque não me recordo.(crhhrrrhhrrrrr)central: alô boaventura, aqui central, informo: junto praça oito de maio, numa perpendicular rua da sofia

(boaventura sorri e abana a cabeça para cima e para baixo como se já estivesse a ver tudo.)
(crhhrrrhhrrrrr)
psp: alô central, aqui boaventura, afirmativo! já visualizei mentalmente a localização do estabelecimento.
(crhhrrrhhrrrrr)
central: afirmativo!

sem olhar para nós, o guarda boaventura, ordena:
- sigam-me.

(medo e alguma esperança)

e começamos a caminhar, precisamente no sentido da praça da portagem, ou seja a direcção oposta à rua da sofia.

lá andámos, sempre atrás do agente da autoridade, os três num silêncio tumular.

e eu sem perceber o porquê deste andar para trás olhava para o joão, num misto de medo, de ambiente twin peaks, de sei lá o quê...

ali por volta do arco do almedina,
num repente, o boaventura dá meia volta, nós parámos também sobressaltados com medo de chocar nele e é então que ele fala:
- vocês vão a com'a'quem vai sempre nesta direcção, passam pelo local onde nos encontrávamos, atravessam a praça oito de maio, passam a cgd, entram na rua da sofia, que é logo aquela que começa logo ali e, uns metros à esquerda, há uma rua pequenina onde está localizado o restaurante que os senhores procuram.

estou ainda para saber, porque raio andámos aqueles 150 metros para trás. será que a ideia do boaventura era fazer-nos apanhar balanço?


(fiquei com medo de olhar para o joão e nem me atrevi a olhar para trás)
(eu achava que aquilo era motivo suficiente para me escangalhar a rir durante 13 dias)
(pelo sim, pelo não, só me ri da coisa já no famoso democrática. aliás de-mo-crá-ti-ca!)

penalty

a inglaterra não vai ao europeu.

estará o ricardo condenado a ter de defender penaltys doutras selecções?

estou a ver as coisas muito más para ele, estou estou!

úuupiá


ter tomado a sapiente decisão, há coisa de seis anos e tal, de me ter deixado indrominar pela minha mulher trouxe-me uma coisa ou outra, aqui e ali, digamos, inusitada. dentre elas, coube-me em sorte, por exemplo, ter familiares finlandeses, imagine-se.

por causa desses pormenores, desses activos que adquiri, vejam lá por exemplo, se ser possuidor desta informação é ou não de suprema importantância:

hyypiä lê-se úpiá e não ípiá como ouço por aí.

vale?

bom, estive aqui a pensar e afinal esta não é sequer uma informação importante. pronto, é uma informação engraçada, digamos. vá lá, é uma informação curiosa, pronto. também não?

têm razão, informações importantes são aquelas que dizemos a uma gaja no plateau e ela responde:
- a sério? que giro. e o teu pai tem essa penthouse duplex no parque das nações, é?

now, that's what i called quite good

há coisa de 18 anos, fui com o mira - o melhor escultor de areia do mundo - mamar uns canecos à chafarica, ali para os lados de são vicente - descansa bic, eu prometo que um dia faço um post sobre a casa da lina, o chafarica, o graça, o noites de luar, o ópera e todos esses antros de mesinhas de 40 cms de altura, por onde nos embebedávamos ao ritmo de latas de coca-cola cheia de pedrinhas que faziam tschica-tschica .

nessa noite, aproveitando um fim-de-semana sem pais e tendo em consideração a dimensão da cardina que carregava no bucho, achámos por bem que eu devia ir dormir a casa dele.

pelos vistos não aprendemos bem a lição já que ele, que sempre foi um gajo com a cabeça completamente marada devido ao pó do mármore das esculturas que andou a snifar durante a sua vida, lembrou-se de abrir uma 75 cl do redondo, sua terra natal, para calcar melhor as cervejolas que tínhamos do estômago.

às tantas só me recordo de estar deitado no chão do seu quarto, muito zonzo, a olhar fixamente para duas tiras de fita isoladora preta, coladas em x, num canto do tecto:
- ó mira, para que é que serve aquele x ali em cima no cantinho, pá?
- para as pessoas que cá vêm a casa, perguntarem isso mesmo.
- ahhh....... és espertíssimo, sabes? olha, vou ali vomitar e já venho, tudo bem?
- vai à vontade.
- entretanto, mete um disquinho para animar a coisa.


meteu este:



este disco anda agora no meu carro. comprei-o há uns 3 ou 4 anos. quando apareci com ele em casa, a minha mulher disse:
- compraste? não havia necessidade. também o tenho. está no escritório.
- pronto, ouvimos então em estéreo.

eu acho que não ouço música. eu tenho impressão que agora meto discos para activar saudades.


geração calimero

se a geração do queiroz ficará conhecida como a geração de ouro, eu sugiro que a do scolari seja homenageada como a geração calimero.

p.s.:
1) tira-me do sério ver o pepe e o deco de camisola com umas quinas ao peito.
2) o pepe é um jogador do catano!
3) esta qualificação foi deprimente. estamos lá porque andámos todos às cavalitas do cristiano. curiosamente um jogador que, meus amigos, eu definitivamente não gosto. não gosto, não gosto, não gosto. e gostava que ele estivesse sempre na minha equipa. é esquisito mas é verdade. gostam da celine dion? - quem gostar, cale-se por uns instantes - não gostam, pois não? mas conhecem muita gente que cante como ela? pois, sinto o mesmo em relação ao cristiano.
4) a desculpa "não se pode pedir muito a um grupo de jogadores que só se reúne durante dois ou três dias antes de cada jogo" é muito tacanha, não é? quando eles fazem grandes jogatanas - contra a bélgica, por exemplo - isso sucede porquê? por sorte?
5) podemos ou não, pedir que também joguemos um bocadinho bem?
6) não? não podemos? pronto, ok.

terça-feira, novembro 20, 2007

pronto, só dez ou vinte pessoas é que perceberão o post, mas cá vai

que merda é esta?

então o gajo faz uma pirâmide no teledisco - é que é uma pirâmide descarada, pá! - e não nos paga direitos de autor sobre a coisa?



acho mal!

pára tudo!

há certezas absolutas que o mika não é mais que os dragostea picasso mas em inglês?

a sério? têm a certeza?

hum!.....

elis e tom


há coisa de 18 anos, a minha namorada sugeriu (reparem bem neste sugeriu. raça da miúda!) que eu lhe oferecesse no dia de aniversário este disco. como era boa chavalita, adicionei também uma colectânea da mesma senhora.

na altura, confesso, não liguei muito ao conteúdo da coisa. aquilo entrava, tudo bem, mas não entranhava. percebi na altura que ainda não tinha chegado a minha hora elis regina.

felizmente já chegou há um dois ou três pares de anos. curiosamente a hélice regina, como era conhecida na década de sessenta por causa do movimento giratório de braços que constantemente fazia em palco, tem o pendor de me afectar positivamente aos bochechos.

ou é por causa dum dvd em que aparece com aquele cabelinho que é um tesão, ou é por causa da forma como canta um certo atrás da porta ou é ainda como descubro esta ou aquela canção que me toca nesta partezinha que temos ali acima do rego do rabo.

em boa hora cheguei a este elis e tom. aconteceu, há uns dois meses. acreditem, pode parecer um exagero, mas ouço este disco, seguramente, mais que três vezes por dia. porquê? porque tenho de compensar todos os anos em que tive acesso a ele e não lhe toquei. ou pelo menos em que não lhe toquei devidamente.


desculpa ana, tinhas razão: eu deveria ter saída de tua casa naquela tal noite com uma cópia deste disco. eu sei que tu sabias que mais cedo ou mais tarde haveria de gostar. mas tens de contar também com a minha teimosia. vale?


boazona? nahhhh

bem sei que o pessoal por vezes exagera. há aqueles que são crucificados por acharem a cláudia mergulhão (aquele abraço, irmão) um valente naco e há outros que desprezam as qualidades bélicas da alexandra lencastre.

tenho um amigo que diz que a gaja dos mupis da langerie não vale o caco e que ainda tem de comer muita chicha para ser uma gaja, digamos (sic) booooa!


a pergunta que eu faço é a seguinte:
- ó carlos, vê lá bem isto com cuidado, que raio de chicha é que tu te referias quando dizes que ela tem em defeito na sua eventual descuidada roda dos alimentos?

segunda-feira, novembro 19, 2007

black betty

a sic notícias tem um programa chamado caras notícias.

não sei o que é, não sei quem apresenta, não sei se já vi, não sei se não vi, não sei rigorosamente nada.

sei é que tem um teaser, um anúncio, sei lá, uma gaita que passa de vez em quando a anunciar aquela rubrica, com o black betty dos ram jam que eu acho um pedal do caneco.

e uma música daquelas puxa logo a seguir uma valente saudade do 2001....

ai....



eu dou em doido...

... com este começo todos os dias e durante, sabe-se lá, quanto tempo.



ahhhhhhhhhh!

domingo, novembro 18, 2007

bosingwa

quando a nossa selecção tem um jogador cujo nome, para eu o escrever correctamente, tenho de o googlar, é porque alguma coisa anda mal.

mais a sério: se o porto arranjar um defesa direito de jeito - o seitaridis, porque não? - eu voto para que o zé bosingwa seja o extremo-direito da equipa.

quaresma

eu tenho para mim que não é bem nesta altura que tem lógica o quaresma jogar pela selecção.

foi mais quando ele estava em forma. lembra-se, mais coisa menos coisa, daquela altura do mundial, meu caro luis filipe?

(pronto, mas isto é mais a minha opinião, quer-se d'zer!)


fuiiii fuiu

o ronaldo ficou triste porque assobiaram a selecção. diz ele que anda há 5 anos a jogar em inglaterra e que lá não é nada assim.

tadinho.

eu sugiro que caso eles percam contra a finlândia que o rui rio faça um são joão para celebrar a coisa. agora assobios quando jogam mal? nahhh, nem pensar, coitados dos rapazes.

anúncios

bolinhas, azevinho, iluminações, pais natais pendurados, coisas dessas em pleno novembro (e até mesmo em outubro que eu bem vi), é francamente um exagero.

mas não sei o que direi do "eu vou!" que já anda por aí a anunciar o rock in rio de 2008!

estou a ficar com medo...

... daquela quantidade estúpida e pornográfica de prendas que as pessoas teimam em oferecer à minha filha no natal.

é proibido proibir

eu exijo que os gajos que andaram a foder o campo dos trangénicos se organizem, faça uma paliçada à volta dum belo quintal assim ao estilo da aldeia do astérix e que crie uma feira com barraquinhas geridas pelas empresas fechadas pela asae.

que porra, se ainda permitem - e bem - que se venda tabaco, porque raio não deixam o raio dos estabelecimentos abertos, permitindo que estes afixem na entrada o reclamo:

consumir aqui, pode matar!

e quem quisesse morrer, ia.

a ginginha do rossio? talheres de pau na sangria? roulottes de coiratos? assadores de castanhas em barro? qual é o mal, caralho? quem foram os benditos que permitiram estas exageradas leis? bem sei que eles só cumprem, isso mesmo, a lei, mas porque raio não fecham eles o grupo parlamentar do psd?

binya

a pergunta que eu faço é a seguinte:

- vai ver muita gentinha a arrepiar caminho ou não?

nota: se eu acho 6 jogos muita fruta? nem eu nem nenhum benfiquista acha. andamos é muito mal habituados, essa é que é essa.

saudade

saudade não, muita saudade.

indignações

quem foi a ignóbil alma que teve a peregrina e estúpida ideia de vender embalagens de fiambre em fatias encarquilhadas?

indignações

- há alguma abertura fácil que seja realmente fácil?

de caras:

control 0 - 24 hour party people 10

notas:
- e esta mania parva de fazer os filmes a preto e branco "porque sim!".
- e esta mania do antão estar convencido que se pode fazer um filme da mesma maneira que se faz um teledisco.
- e o gajo que faz de curtis faz-me mas é lembrar o stephen morris.
- e não incluir o heart and soul parece-me francamente uma forma do holandês me querer irritar.
- e o love will tears.... que em 1982 me parecia algo superlativíssimo, agora, francamente tem aqueles sintetizadores que me fazem lembrar música de solistas de casamentos.
- e eu sei é que devia ter visto este filme era há 25 anos, pronto!
- e se calhar eu devia era ter visto isto no cinema, assim com um bom sonoro e tal.
- e oh nápoles, não vás na minha cantiga. vai ver o filme à confiança que eu sei que vais gostar. tranquilo.

sexta-feira, novembro 16, 2007

kamasutra? talvez!

quando a ingenuidade reinava na minha vida - não que já não ande por aqui mas já não reina, pronto! - eu julgava que o ponto alto de ter uma companhia feminina connosco era, seguramente, aqueles agarranços, aquele pousar da cabeça dela no nosso peito, eventualmente o ficar ali abraçado a elas durante um porradão de tempo, enquanto víamos placidamente a chuva a cair lá fora - assim, ao estilo do amanhã de manhã das doce - ou repousávamos os olhos na televisão, observando calmamente filmes com pares românticos.

afinal se o andré cajarana (tony ramos) e a carina (elisabeth savalla) do pai herói - que já tinham sido o márcio e a lili no astro - conseguiam estar tempos imensos deitados e abraçados na cama a conversar e a sacar beijinhos é porque aquilo era realmente muito bom (bom no sentido de ser doce e tal).

quando anos mais tarde comecei a praticar essas coisas, verifiquei que aquilo é tudo uma valente treta: ou as cabeças delas após uns 2 minutos pesam cumó caraças aqui sobre o pulmão direito, espremendo até à exaustão a pleura; ou se nos deitamos sobre o feminino e suave ventre enquanto nos fazem festinhas no couro cabeludo ficamos com o pescoço todo dorido por estar com ele tanto tempo dobrado; ou ainda, se decidimos abraçá-las em cadeirinha, às tantas, o braço que fica posicionado sob o corpinho delas - por mais magras que sejam - acaba por ficar num estado de paralisia tal que necessitamos duma massagem do ombro até à mão para conseguirmos mudar o canal com o comando.

andámos pois, anos e anos, em rodas de amigos recolhendo informações sobre a localização do clitóris ou sobre a existência do ponto gê de gato e nunca nenhum mais rodado nas coisas das junções de corpos nus nos deu truques e dicas sobre a forma perfeita de encaixar numa gaja.

simplesmente porque não há uma forma perfeita.

ou se com aquela que tínhamos namorado no acampamento das berlengas, o cotovelo podia ficar assim, já com a outra que decidiu dormir connosco
- eu disse dormir, ok? - naquele inter-rail que passou por bucareste, o cotovelo não tinha problema nenhum mas o raio do joelho magoava-lhe a coxa esquerda.

porque é um mistério do camandro as diferentes maneiras que os casais encontram para se encaixarem debaixo dos edredons. mas consegue-se. e é realmente bom cumó catano quando ali após umas quantas semanas descobrimos o conforto desta ou daquela posição. é mesmo misteriosa até porque eu acho que se a conseguisse descrever não o conseguia.

eu sei lá, sei que há um pé que fica assim, que um dos ombros quase que se inverte e recolhe sob a omoplata, que aquele joelho encaixa ali naquela concavidade lá em baixo...

é um mistério sim.

convenhamos, uma retanchada é bem mais simples de dar não é?