quinta-feira, dezembro 30, 2010

não digam nem bem nem mal, antes pelo contrário.

algures no século passado, numa viagem de regresso do dois mil na minha "potente carrinha", perguntou-me o meu cúplê da noite o que é que eu achava da moça que ele tinha despachado (sem aviso de recepção nem registo) umas semanas antes.

e é nessa altura que descobrimos qual é a última coisa da condição humana que devemos revelar a outrem, depois de termos contado despudoradamente às gajas que «sim, era habitual tirarmos à sorte ou, num acto supremo de amizade e irmandade masculina, chegarmo-nos à frente e enunciarmos a, por vezes dolorosa, frase: ok, bute lá, eu fico com a gorda/de óculos». dizia, a última coisa que devemos fazer quando não é bem dizer «ah, quer dizer, o meu pai chegou a ir a um comício do cds em 1975!», é mesmo emitir uma opinião sobre uma gaja/gajo/amigo/amiga dum amigo/amiga com uma relação deficitária.

mais tarde ou mais cedo, acreditem, ele/ela volta a apaixonar-se por ela/ele ou voltam a ser amigos, ou voltam a trabalhar juntos e, nessa altura, tramar-se-ão quando forem delatados com a seguinte frase: imagina tu que ele insinuou que tu até mijavas no duche, quando não estavas a tomar duche.

admirem-se! 

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