segunda-feira, novembro 01, 2010

nós-mesmos, a gente, eles e tal!



é um paradoxo. sério, no mínimo, eu considero isto um paradoxo. no meio duma das maiores crises económicas que há memória, um grupo de pessoas decide, imagine-se, fazer uma empresa.


é isso, tão simples como isso, reúnem-se e deliberam: vamos criar uma empresa!

pronto, quem leia isto imagina que os gajos são mas é uma empresa de advogados, daqueles que vende pareceres ao governo, e até concorda. 

parece-lhes bem, não é?

mas depois vamos investigar melhor a coisa e não tem nada que ver com aquilo. criam uma empresa sim mas, imagine-se, de teatro. isso mesmo, de teatro. assim, como os moliéres, os commedia dell'arte, e os pantomineiros e essas coisas e tal... 

mais, decidem criar uma companhia teatral. 



('tá tudo parvo, não é?)

bom, mas depois paramos para reflectir e imaginamos a coisa com um teatro por trás... ou um subsídio chorudo... um mecenas de mãos largas... um punhado de peças adjudicadas e tal...

mas não, nada disso. decidem começar tudo do zero: sem texto, sem teatro, sem... pronto, no meio da maior crise económica decidem criar uma companhia teatral sem essas merdas todas.

(agora topam mesmo que está tudo mesmo lé-lé da cuca, não é?)


entretanto, o tempo vai passando e desatam, imagine-se, a escrever um texto. isso mesmo, um texto. sabem, aquelas merdas que depois vão dizer lá ao palco para quem os queira ir ver? parece simples, não é? pois, mas não é!


e quando dão por ela, esfalfam-se até ao tutano, conseguem reunir uns amigos, uns carolas  que lhes fazem uns desenhos, outros emprestam-lhes roupa, fazem-lhes cenários... essas mariconeras do palco e mais o camandro... e quando dão por ela, estão a ensaiar uma peça. 

olha, tu queres ver que afinal sempre vai acontecer alguma coisa?.... pois é, e a coisa acontece mesmo.


de maneiras que ontem, já à noitinha e tal, estrearam a coisa. é isso mesmo, o escadote, o barbas, a gira e boa e o vó zoff (deves ser da família do campeão do mundo, dino zoff) estrearam não só uma peça, mas também uma companhia teatral. 

desculpem já ter gasto uns quantos parágrafos e não ter ainda dito nada sobre a peça em si. não liguem, é a minha mania em estragar-me com pragmatismos. confesso que não consigo deixar de pensar no volume de colhões que esta gente tem que ter para se meter numa empreitada destas. e por isso, caramba, quando ontem estava lá  sentado e às tantas os cortinados do palco se abriram para os lados (não fizeram as pancadinhas porquê, porra?), foi nisso que eu pensei: em coragem, caramba, coragem! uma coisinha tão sobrevalorizada por uns e tão armada em reles por outros  e que ontem, curiosamente (ou não, ou não!...), fez-me todo o sentido, quando verifiquei que aqueles malandros se tinham inscrito nas finanças para nos fazerem rir.

e conseguiram!

pela vossa saúdinha vão ver a peça. não liguem às críticas, não liguem ao facto de ser no estoril, não se acanhem por «isto estar uma crise do camandro», venham, registem-se no sáite, e depois comprem o bilhetinho. assim fica mais barato e tudo. 

porra, não me lixem, se o ps faz excursões de santa coisa do assobio para apoiar o antónio costa, não me digam que vocês se ficam e não vêm até ao mirita casimiro (o bar até vende sumóis e merdas dessas e tal) rir uma beca à pála da coltura!

(desculpem qualquer coisinha, pedem-me para divulgar a peça mas já sabem que não faço fretes - olha, olha, vêm mesmo ter ao guichet certinho.... - por isso, faço o que posso e sinto. aqui neste estaminé, param, de vez em quando, 27 pessoas para ler estas coisas. pelo menos essas sabem que eu gostei e recomendo. 

não querem que os obrigue, não?) 

2 comentários:

Anónimo disse...

Já não vejo o Simão a actuar desde que deixei de ir ao Mario Viegas. O que vem dai deve ser bom concerteza : ) as maiores felicidades!

Sarita Reis

Anónimo disse...

Pois é my friend....nos tempos que correm ver acontecer alguma coisa, ver um punhado de gente que pega em si e vai à luta, porque acredita que pode fazer alguma coisa....é de salientar....

Assumindo que sou parcial, porque o Simão, o João, a Vanessa e o Sérgio são pessoas de quem muito gosto, nem por isso me deixo toldar demasiado por este sentimento de amizade....e junto-me pois ao meu querido Pêdxaime e aconselho-vos a ir...e terão a oportunidade de conhecer um percurso, uma história....por eles mesmos....

Abreijos...