é nos pequenos pormenores que topamos que a crise está não só instalada como também solidificada.
os grandes pormenores (está aqui uma frase gira, está), estão à vista de todos: a pobreza, o reitingue, as pessoas nas bichas da caritas, o sete vírgula zero por cento, as manifs, o desemprego, essas são o tipo de coisas que estão aí em todo o lado.
o que não se vê - mas sabe-se -, são outras situações: o pão que já não é com queijo mas apenas com manteiga ou, quem sabe, apenas molhado no molho do bife; a sporttv que passa a ser vista naquele sáite que o filho do antunes do economato - que é um chavalo bestial que até arranja lá na internet fotografias de gajas nuas e tal... - me mostrou; o jornal diário que passou a ser o destak em vez do correio da manha (assim, sem til), o clube de video que passou a ser o canal óliúde, etc...
hoje, deparei-me com outro desses sinais de crise: os recipientes para recolha da urina para análises deixaram de ser copinhos e passaram a ser pipetas. isto não é brincadeira. é verdadinha da pura. acabaram-se os copos plásticos - porreiros para colocar restos de molhos do fondiú - com tampinha e agora levamos com cilindros compridos e fininhos.
ontem ao marcar as análises e recolher a tal pipeta não me apercebi da razão de certos sorrisos femininos e parvos que por lá se fabricavam ao entregar a malfadada pipeta. mas hoje de manhã fez-se luz. compreendo agora o ar de gozo das meninas das análises lá do hospital. quando lhe entrego a desgraçada pipeta, sorriem com aquele sorriso de «mijaste as mãos e os joelhos todos para conseguir encher a pipeta, não foi?»
e fico a pensar como é que é com as meninas? vocês têm pontaria para mijar para uma pipeta ou está subentendido que «olha mais uma que foi buscar o funil que usa para repôr o azeite e o vinagre nas galhetas»?
os grandes pormenores (está aqui uma frase gira, está), estão à vista de todos: a pobreza, o reitingue, as pessoas nas bichas da caritas, o sete vírgula zero por cento, as manifs, o desemprego, essas são o tipo de coisas que estão aí em todo o lado.
o que não se vê - mas sabe-se -, são outras situações: o pão que já não é com queijo mas apenas com manteiga ou, quem sabe, apenas molhado no molho do bife; a sporttv que passa a ser vista naquele sáite que o filho do antunes do economato - que é um chavalo bestial que até arranja lá na internet fotografias de gajas nuas e tal... - me mostrou; o jornal diário que passou a ser o destak em vez do correio da manha (assim, sem til), o clube de video que passou a ser o canal óliúde, etc...
hoje, deparei-me com outro desses sinais de crise: os recipientes para recolha da urina para análises deixaram de ser copinhos e passaram a ser pipetas. isto não é brincadeira. é verdadinha da pura. acabaram-se os copos plásticos - porreiros para colocar restos de molhos do fondiú - com tampinha e agora levamos com cilindros compridos e fininhos.
ontem ao marcar as análises e recolher a tal pipeta não me apercebi da razão de certos sorrisos femininos e parvos que por lá se fabricavam ao entregar a malfadada pipeta. mas hoje de manhã fez-se luz. compreendo agora o ar de gozo das meninas das análises lá do hospital. quando lhe entrego a desgraçada pipeta, sorriem com aquele sorriso de «mijaste as mãos e os joelhos todos para conseguir encher a pipeta, não foi?»
e fico a pensar como é que é com as meninas? vocês têm pontaria para mijar para uma pipeta ou está subentendido que «olha mais uma que foi buscar o funil que usa para repôr o azeite e o vinagre nas galhetas»?
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