algures por volta de 1988, ali pelo final de verão início de outono, esta era a minha música favorita.
em tempos em que não havia espaço financeiro para comprar discos (acabei por comprá-lo em segunda mão, ali para os lados de notting hill), as audições que fizeram desencadear esta paixãozeca, eram efectuadas junto da telefonia dum tijolo que me emprestou uma vizinha, e que, juntamente com três pares de pilhas médias, viajou comigo durante as minhas férias.
eu até já sabia a hora a que aquilo tocava e tudo: catorze horas. a érre éfe éme tinha-a em playlist e era certinho cumó destino que às 14h07 eu estava a dançar esta guitarrada na garagem da minha casa.
por essa altura, a discoteca que frequentávamos era o trópico de poiares. uma coisa maravilhosa, um hino aos anos oitenta ainda com reserva de mesas e sofás bórdô. tótil. uma noite, no meio de pisan gambons ou cergais, passei metade do tempo a chagar o dê jota, que o glam slam era o que estava a dar. ele, cagou para mim, mas fez um ar surpreso "eh pá, não me digas" e prometeu-me pôr aquilo a bombar, dali a duas ou três músicas.
passaram duas, passaram cinco, passaram os slows, passou o touch by the hand of god, passou o close to me, passou o geno, o comanchero, passou o caralho a sete e eu ali, sempre de fronha levantada para o biombo de vidro à espera dum sinal do maduro, à espera dum levantar de polegares que me anunciasse: é agora.
quatro da matina, as luzes a acender e a pista fechar. vejo finalmente um levantar de polegares. começo-me a mexer e a guitarra de prince desata a rasgar pelas colunas fora.
dancei sozinho mas dancei. essa é que é essa.
terá havida mais alguém em portugal que tenha dançado numa discoteca o glam slam? não, não é?
eu dancei*
muita, muita atenção à xila i na bateria e à quéte glâuver nos bailados.
* dancei também uma versão do sign of times ao vivo na ésse á da foz do arelho mas não consegui encontrar o vídeo.
em tempos em que não havia espaço financeiro para comprar discos (acabei por comprá-lo em segunda mão, ali para os lados de notting hill), as audições que fizeram desencadear esta paixãozeca, eram efectuadas junto da telefonia dum tijolo que me emprestou uma vizinha, e que, juntamente com três pares de pilhas médias, viajou comigo durante as minhas férias.
eu até já sabia a hora a que aquilo tocava e tudo: catorze horas. a érre éfe éme tinha-a em playlist e era certinho cumó destino que às 14h07 eu estava a dançar esta guitarrada na garagem da minha casa.
por essa altura, a discoteca que frequentávamos era o trópico de poiares. uma coisa maravilhosa, um hino aos anos oitenta ainda com reserva de mesas e sofás bórdô. tótil. uma noite, no meio de pisan gambons ou cergais, passei metade do tempo a chagar o dê jota, que o glam slam era o que estava a dar. ele, cagou para mim, mas fez um ar surpreso "eh pá, não me digas" e prometeu-me pôr aquilo a bombar, dali a duas ou três músicas.
passaram duas, passaram cinco, passaram os slows, passou o touch by the hand of god, passou o close to me, passou o geno, o comanchero, passou o caralho a sete e eu ali, sempre de fronha levantada para o biombo de vidro à espera dum sinal do maduro, à espera dum levantar de polegares que me anunciasse: é agora.
quatro da matina, as luzes a acender e a pista fechar. vejo finalmente um levantar de polegares. começo-me a mexer e a guitarra de prince desata a rasgar pelas colunas fora.
dancei sozinho mas dancei. essa é que é essa.
terá havida mais alguém em portugal que tenha dançado numa discoteca o glam slam? não, não é?
eu dancei*
muita, muita atenção à xila i na bateria e à quéte glâuver nos bailados.
* dancei também uma versão do sign of times ao vivo na ésse á da foz do arelho mas não consegui encontrar o vídeo.