quinta-feira, maio 31, 2007

paninhos quentes e água benta



chegamos a uma altura, a uma idade, em que temos de tomar alguns cuidados com o corpo. muito principalmente nós, os homens.

tenho saudades de quando era puto, quando os únicos cuidados médicos que tínhamos eram as vacinas. íamos todos ao molho, sozinhos, atravessando as hortas, pela linha do comboio, por outros bairros, até chegarmos lá longe, lá para o pé da mitra, lá para os lados do poço do bispo.

e depois eram as conversas:
- a mim não me doeu
- a mim nunca me dói!

até nisso eu era um maricas do catano. vomitava sempre. nunca falhava. o pascoal armava-se sempre em herói:
- eu até olhei a gaja a espetar a agulha.

os tempos evoluíram. passámos a sair à noite, a beber aquele whisky marado da kapital que sabia e cheirava a bagaço. depois vieram o raio das úlceras, vieram os ultra levures, os pantocs, essa catrefada de remédios.

aqui há tempos foi o raio da artrodese. por essa altura, mais coisa menos coisa, foram também as endoscopias e o clister opaco (nem perguntem, nunca sofri nem me diverti tanto num exame).

e não tarda nada virá o toque rectal.

é a vida, é a próstata.

passei a manhã a pensar nisso. talvez com o sub-consciente sugestionado por uma conversa recente com uma pessoa que tinha retirado recentemente um câncaro lá da noz do rego.

e esta manhã havia algo ali no baixo ventre... um certo desconforto que me fazia imaginar coisas piores. bem que me avisavam: o caranguejo chega quando menos esperamos e depois pode suceder que nem com quimios a coisa passe.

hoje de manhã foi um período complicado.

mas,
apesar da minha pouca experiência, é nestes momentos que eu vos dou, a vós homens, um conselho: não tenham vergonha, assumam, vão até à casa de banho, dispam-se e façam como eu. olhem para baixo e verifiquem se não era o raio das cuecas vestidas ao contrário que vos estava a trilhar os tomates e a arebanhar o rego do cu!

é a vida!

nova r(ota)

faz-se da ota o aeroporto do porto e deixa-se a portela para lisboa.

porque não?

quarta-feira, maio 30, 2007

luto

carlos queiroz confirma anderson no manchester united.

eu quero é que as derrotas do porto se fodam, eu quero é que os paneleiros e as putas, que volta e meia pensam que me moem a cabeça, mandando-me sms's, mails, comments e o caralho a sete, quando o meu clube perde, vão para o real caralho. se me querem mesmo fornicar a alma, façam o seguinte: mandem-me sms's, mails, cartas, façam comments, façam o que vos apetecer sobre este tema. futebolisticamente falando, é realmente com isto que eu fico em broa (perca de campeonatos inclusive), é quando perco estes jogadores.

meus amigos, eu não gosto de perder nem a feijões. mas saber que não vou voltar a ver o miúdo de camisola azul e branca, confesso, tira-me do sério!

estou de luto!

(haja respeito)

bezegol

não consigo entender a recorrente pergunta nas "modernas" entrevistas: já fumou um charro?

juro, não percebo. o que é que isso afinal significa? será isso assim tão grave? o que raio vai na cabeça dos entrevistadores quando fazem essa pergunta? e o que vai na dos leitores?

se eu disser que sim, isso faz de mim o quê? um janado? um drógádo (adoro dizer drógádo, assim, com duplo acento e tudo) um irresponsável? um gajo bacano?

e se eu disser que não? isso torna-me betinho? faz de mim um cidadão exemplar? um gajo bacano, também?

se a ideia é confrontar um passado (ou presente) eventualmente polémico ou ilegal (ilegal, olha, olha. he he!) duma pessoa, eu continuo a achar que a pergunta devia ser uma das seguinte (ou todas juntas mesmo):

- já comprou chamon na curra? e na buraca?
- consegue fazer charros com três filtros? assim, grandes bacamartes?
- quando faz a sopa, tem por hábito queimar a palma da mão?
- quando vira a mão, ao deixar cair a sopa na mortalha, deixa cair habitualmente migalhas ou consegue aproveitar tudo?
- já votou no manuel monteiro?

confesso

que quando alguém me vem com coisas do género "ai que engraçada!", "ai que feitiiiiiio!", "ai que gira!", "ai que esperta!" logo seguido pela mais parva pergunta que um pai pode ouvir " e sai a quem?", a minha vontade imediata, é dizer:

- sai à piça do pai e à parreca da mãe?

qual é a ideia dessa gente? que os pais do federer já esmagavam os amigos com grandes raquetadas? que os pais do hitler também fazia grelhados com judeus e ciganos? que os pais do paulo bento também não utilizavam artigos definidos? que porra é essa? mas toda a gente sai a alguém?

há pessoas tão chatas...

... que deviam vir com um botão de "skip intro" e já agora "skip outro".

birras?

a minha filha não faz birras.
a minha filha é uma birra que de vez em quando, muito raramente, porta-se bem!

filha - neste últimos tempos então -, deixa-me dizer-te uma coisa: vai lá p'ó caralho e a mais o teu mau feitio!

terça-feira, maio 29, 2007

frei hermano

no domingo consegui ser forte e aguentei aí uns 13 minutos a ver o programa do herman.

fez-me pena. isso, o senhor fez-me pena.
fez-me lembrar os últimos anos da amália* (ou até do maradona).


* como dizia uma pessoa muito querida (e que também era muito querida da fadista): "mas porque é que ela não canta, assim, em caves? ou em sub-caves, pronto. assim, onde não se possa ouvir."

e não consigo concordar com o markl quando diz que o programa foi prejudicado pelo facto de ser emitido já por volta da meia noite. eu tenho para mim que foi uma forma de o penin proteger os espectadores e até de proteger o próprio herman. ter más audiências à meia noite dói, mas doeria mais se o programa fosse emitido às 10! é que eu acho que as audiências não subiriam assim tanto. sinceramente, não estou a ver o pessoal gastar tempo com aquilo.

sempre a abrir

sempre a abrir, sempre a rasgar!

sócio,

às tantas já não sei se era a tua "semp'abrir" ou se era a minha. lembras-te que eu também fiz uma, não lembras?

mas eu acho que faltam aí músicas: então e o show me the way? e o cocaine? e em vez do china girl, eu tenho para mim que era mais o modern love, não era? e a minha tinha o geno de certeza absoluta. e tinha o don't stop me now, não tinha? ou era o another one bites the dust?

e, digo-te, hei-de lembrar-me de mais, vais ver.

mas o que essa passagem de ano teve muuuuuuuito, foram estas duas músicas:



aparece, filha. vem pagar um copo à gente.

a carla minorca fez ontem, só, 39 anos.

bem vistas as coisas e
caso ela tivesse chumbado um ano, podia muito bem ter sido da minha turma.
tinha tido a sua piada, confesso que tinha!

bequ'esquerdo

a quantos defesas-esquerdos paga o meu clube ordenado?

cinco? seis? mais?

steitemân

vamos lá a ver se nos entendemos. eu disse: há alturas em que um homem (quase) consegue detectar se há necessidade ou não de se fazer um teste de gravidez.

agora pergunto, em que parte é que aqui diz (ou dá a entender) (vá, leiam lá outra vez?) que a minha mulher já não tem a barriga devoluta?

vejam estas palavrinhas: "estrada da beira" e "beira da estrada". conseguem topar a diferença?

segunda-feira, maio 28, 2007

obrigado senhor, por me teres feito portista!

ouvi ontem:

"é claro que a taça é mais importante que a liga. a taça é uma competição entre todos os clubes de portugal. quem ganha a taça, ganha o título de melhor equipa de portugal. a liga não conta para nada. interessa é ganhar a taça e ir à liga dos campeões."
adepto com uma bandeira verde na mão

"para o ano, vamos ser campeões de certeza absoluta!"
fernando santos

ok, então ficamos assim, o sporting continuará a ganhar as taças de portugal que quiser e o benfica continuará a ganhar o maior número de títulos de "este já passou, para o ano é que é!"

ó hélder, lembras-te daquele gajo lá no bentos, depois da vitória sobre o inter: ahhh, as equipas italianas são muito mais difíceis que as inglesas. então mas ganhar ao inter não é mais importante que ganhar ao liverpool e ao manchester. mas há dúvidas?

estes lagartos são o máximo!

wooohhhh wooooh yeahhhhhh

quem viu viu, quem não viu, tivesse visto!

"ok, let's pretend it's nineteen eighty foooooooour!"

piadas lá de casa

"há alturas em que um homem (quase) consegue detectar se há necessidade ou não de se fazer um teste de gravidez"

(não me peçam esclarecimentos adicionais. não consigo dizer mal da minha mulher em público. olha, perguntem-lhe!)

flawless

benidorm até ao tutano (em 2001)!



coimbra até ao tutano! (em 2007)
"ok portugal, you wanna dance??????????????"


isto ouve-se todas as manhãs em minha casa. repito, todas as manhãs!
"you've got to go to the city....

dá ou não dá saudades daquele concertozasso??????

domingo, maio 27, 2007

e às tantas...



.... o robert plant avisa

Seems that the wrath of the gods
Got a punch on the nose and it started to flow;
I think I might be sinking.


e aquela voz... e as malhas do page....

chateia-me, confesso, chateia-me que as bandas acabem. pronto, ok, o bonham é insubstituível. mas gaita, então uma tournée (pus bem o acento?) com o jones, o plant e o page não seria uma coisa engraçada? punham o filho do bonham com as baquetas, ora!

nota: a única coisa de jeito (repito, a única coisa de jeito que os pearl jam fizeram depois do ten foi o given to fly. não é à toa que tiveram esta inspiração do catano. para os que não conheciam a fonte, fica aqui o vídeo.

banda do david mateus

ok, podem parar. agradeço a todas as pessoas que por mail, messenger e até pessoalmente me quiseram incensar e industriar-me no reino das testemunhas da dmb.

esqueçam. já percebi tudo. já não tenho dúvidas.

é feia. é música muito feia. e a voz.... fosga-se é horrivel.

sexta-feira, maio 25, 2007

select

o atrás referido bic laranja também tinha este éle pê. não conheço mais ninguém que também o tivesse comprado. ninguém mesmo. eu tenho o cd (ahhh, mas não é a mesma coisa). é outro como o the age of plastic. é perfeito.

(não és menino para fazer um post sobre ele? vá, eu dou-te umas dicas: words fell down e chaos at the airport)




elstree

o meu associado bico laranja (posso te chamar bico, não posso?) lembrou-se do fazer um post com um video do video killed the radio star. eu prometi-lhe que lhe dava uma resposta aqui. não é bem uma resposta do género: espera lá que eu já te dou o remédio para a tosse. não nada disso. é mesmo um postzeco sobre esse assunto.

já o disse aqui, quando éramos mais miúdos havia discos de algumas bandas que nós, reles pobrezecos, não nos atrevíamos a comprar: há uns quatro ou cinco discos desse tempo que me vêm logo à memória: o business as usual e o alchemy tinha-os o luis beiços; o from a to b, tinha-o o tó borg (ou tó escuteiro), o ghost in the machine tinha-o a sarém (é assim o nome?), etc..

infelizmente, não havia maneira de ninguém comprar
o the age of plastic. o que, para mim, sempre foi uma pena. lembro-me que o pires tinha o single do i am a camera, mas não era bem a mesma coisa. até porque se fosse uma coisa mesmo em grande tinha era comprado o adventures in the modern recording que é de onde ele é extraído. mas o que me chateava mesmo é que eu gostava, não só do video killed.... e do living in the plastic age e não havia maneira de haver alguém que tivesse perdido a cabeça e fosse à frineve comprar o raio do disco.

ora, quis o destino que por volta do início da década de 90, numa altura em que eu andava na tropa, que ali por algés, uma alma caridosa me pusesse nas mãos o citado éle pê. rezam as crónicas que essa alma caridosa queria que eu também lhe pusesse as mãos num sítio que ela lá sabe, mas isso são outros trezentos.

ora, de disco na mão, começo então a ouvir aquilo e foi então que me arrependi. oh meu deus, porque raio fui eu gastar dinheiro com o la verite, por exemplo, se o bic laranja também já o tinha em seu poder? ou até mesmo o party's over (também tens, não tens?). bolas, o disco é tão bom, tão bom. mas mesmo bom. são umas atrás das outras: o kid dynamo, o i love you, o clean clean, o elstree (é perfeita), o astroboy, e até mesmo o johnny on the monorail. isto claro, já para não falar nos video killed... e living in the...

a sério. o disco é perfeito.

anos mais tarde, aí há uns 10, mais coisa menos coisa, descobri-o na discoteca do palmeiras. tunga, foi logo ali. despi-o e foi logo para o pc.

ouvi, ouvi, ouvi.... e ainda ouço.

é perfeito. acreditem.

sobre o trevor horn, falarei um dia (frankie goes to hollywood, abc, propaganda, art of noise, etc..) são razões mais que suficientes para fazer um post sobre este caixa de óculos. o geoff downes escreveu o only time will tell e para mim isso é razão mais que suficiente para querer ser seu amigo. e sou. ele não sabe mas eu sou.


adequado

a minha filha utiliza correctamente a palavra "adequado". há um ano utilizava "connosco" sem problema algum.

que merda é esta? quero o meu bebé de volta.

não percebo...

... o sucesso do jack johnson e da banda do david mateus. desculpem mas não entendo.

nem sequer estou a dizer que são maus ou que são bons, simplesmente não entendo o sucesso deles. eu não entendo os coldplay, os gift, o scolari, a beyoncé, a aguilera, os radiohead, essa malta toda, mas compreendo o seu sucesso.

agora aqueles dois, meus amigos, não entendo. mas eles vieram de onde? e não era suposto terem uma ou outra música conhecida? vocês, sim, vocês que enchem o atlântico para ver estes maduros ouvem-nos onde? são coisas que circulam pela net, é? é gente que tem toques polifónicos e isso?

é que não estou a compreender mesmo nada do sucesso dessa gente.

zé dos queijos

duas páginas no record e chamada na primeira página.

o grande zé dos queijos (golo na tapadinha no empate (1-1) frente ao atlético) fala do bentinho.

espectáculo.

crochet?

a minha mulher e a mais todo o resto da família, vão em jeito de peregrinação ao jamor porque, ao que parece, vai lá haver bola. eu, como pessoa cheia de juízo, ficarei com a minha filha. ainda pensei fazer como as mulher do antigamente (e do presente, se calhar) e ficar no carro a fazer crochet.

sporting, taça de portugal, china, mário luís e jamor é algo que me atrapalha a alma. há coisas que não esqueceremos. até porque eu estava lá e vi.

todos temos os nossos pesadelos. uns é com o brasil outros com o calabote outros ainda é com canal caveira.

stôre, stôre, repita lá a graçola, se faz favor

eu até tenho medo de ser advogado desse "diabo" mas:
e se a história do professor suspenso tem acontecido durante o governo do santana?
como é que é? caía o carmo e a trindade ou caía só a trindade?

eu tenho para mim uma coisa como certa: há pessoas a masturbarem-se (sim, não é figurativo. estou mesmo a pensar em mulheres de dedo(s) (mãos) na greta garbo) à pala do nosso primeiro. esta onda do lambe-botismo começa a ser insuportável. lembro-me do nome margarida moreira e não me vem mais nada à memória: é gente com a lingua cheia de graxa.

mas havia alguém ingénuo o suficiente para supôr que o ps daria um partido diferente do psd?

quinta-feira, maio 24, 2007

modernices

o bloglines é o gps dos blogs.
não me consigo dar nem com um nem com outro.

no inverno de 1987...

... eu ouvia este disco



e agora voltei a ouvir.

já não tenho volta a dar. estou mesmo careta!

não há pecado ao sul do equador

sim, eu sou preconceituoso!

não gostam? pois, é a vida. tenho um preconceito a favor do brasil. ou melhor a favor de muita coisa do brasil.

gosto da palavra deles. gosto de a ver escrita. gosto de musicalidade que eles emprestam em cada frase, em cada palavra, em cada silaba. gosto da dança que eles conseguem fazer com os livros. com os seus textos.

e até gosto dos livros físicos. do papel que escolhem, das fontes tipográficas. de lhes pegar, de lhes mexer. das capas. gosto.

e gosto da sua objectividade.

por isso gosto daquelas coisas quentes, tórridas, lá do jorge amado. e gosto das crónicas do nelson rodrigues. e gosto do carlos drummond. e não encontro coisas tão certas e com tanta piada como as do millör. e não acho que existam gajos a dar porrada a sério, assim, em crónicas assertivas e de punho fechado como as do jabor ou do mainardi. e não existem... ora não existe tanta coisa....

(eu avisei que era preconceituoso) (e sou!)

e esta coisa toda é porque encontrei um texto tão bom, tão bom, tão bom. e não sei o que é que hei-de dizer mais para demonstrar que fiquei contente. que afinal há vida para além dos blogueiros armados aos cucos, cheios de funs-funs e gaitinhas que vou lendo por aí. descobri agora o mar. vou ler mais coisas para o outro lado.

(quem já se reconheceu nas coisas das mothern (quem foi amigo e trouxe um livrinho, quem foi?), sabe do que eu digo. quem amou a sua objectividade, sabe do que eu quero dizer.)

quero hoje falar desta bruna aqui.

e porque é que,

...de repente, todo mundo passou a odiar o eduardo sá?

eu gosto.

nem sempre sigo o que ele diz, é certo. (até porque dá uma trabalheira descomunal) mas gosto. e gosto muito mais do que do brazetrlad...jhjjkhj (não sei escrever o nome deste gajo, pronto!)

para esse, sim. para esse é que não há pachorra!

terça-feira, maio 22, 2007

não gosto...

... de cânticos que amocham as equipas adversárias.

o meu clube (e não só), infelizmente é pródigo nisso.

genesis

eu odeio de morte rock sinfónico e rock progressivo e looooooongos solos de sintetizador e de mellotron e o diabo a sete.

por isso sempre achei os yes, os emerson lake and palmer, algumas partes do genesis, os king crimson, algumas partes dos pink floyd e até mesmo os jethro tull, umas bandas responsáveis pelas maiores estuchas que os anos setenta jamais produziram.

pronto já disse, já está cá fora.

mas, como eu bem lembrei aqui há dias, por vezes somos atraiçoados pela forma como ouvimos certas coisas. os genesis foram umas delas.

há coisa de 18/20 anos estava em casa dum amigo a curtir o chelsea monday quando às tantas aterra ao meu lado um outro amigo dele, mais velho que eu aí uns bons 5 anos e que me diz:
- eh, isso é música para meninos!
- achas?
- acho.
- pronto, mas deixas-me ser menino, então?
- oh! tu é que sabes. mas se estás a ouvir os marillion e gostas, não percebo porque é que não vais à fonte e ouves o original.
- vai na volta é porque já tentei e não gostei, o que é que achas?
- pronto, caguei. mas tu não sabes o que perdes.
- queres me mostrar melhor o que perco?
- quero.
- pronto, vamos a isso.

e o "a isso" traduziu-se num par de cassetes todas supimpas. uma coisa trabalhada, sem aquelas músicas de 10 minutos e a puxar muito para a parte do peter gabriel que ele sabia que eu gostava muito. e eu, que sou tudo menos ortodoxo (reparem que até já ouvi - sem gostar, claro - coisas do anthony and the johnsons) lá ouvi a coisa. primeiro a medo, depois a acostumar o ouvido e lá para o fim, já a curtir a coisa.

mas pronto, depois lá vêm as estuchas dos sintetizadores e pronto. a coisa tem de ser mesmo bem escolhida. é mais ou menos como a fruta.

uns tempos mais tarde, numa altura em que tive na mão o nursery cryme, o foxtrot, o selling england, o lamb, o wind and wuthering, o ...and then there were three e o duke, por uma razão que não vem ao caso mas que marcou a minha vida, passei uns tempos a ouvir e a adorar estas coisas. não é bem o estilo de músicas que me transportam para outros tempos como também disse aqui há atrasado*, aquilo é mais uma elevação é uma paz de espírito. e eu gosto.

há uma ou outra memória que se revela com essas músicas. mas é uma coisa mais ténue, nada de marcante.

noutro dia, calhou voltar a ouvir os marillion - banda que para os fãs do peter gabriel e afins, está para os genesis como os queijinhos frescos estão para os clássicos - e atrás dos marillion eu vou sempre buscar o duke. e atrás do duke vou normalmente buscar o selling england e ouvindo este, tenho sempre de me deparar no more fool me (curiosamente uma daquelas que os puristas dos genesis odeiam. é a vida)

e eu gosto tanto, tanto, tanto dela, e traz-me tantas, tantas, memórias boas - coisas passadas à luz do amplificador technics do meu pai - que eu gostava muito de a colocar aqui. não encontro nada de jeito no tubo, mas pronto, segue a letra e segue uma amostra rasca da coisa.

Here am I
Who while away the mornings
Since you've gone
Too long have I lay alone
Not knowing which way to turn.

And there you are
Quite sure that you were right
Knowing full well
That I'd be the first one
To go down.

And you'd be the one who was laughing
Except when things weren't going your way
And then the lady would say that she'd had enough
Wandering around on her own.

The day you left
Well I think you knew you'd not be back
Well at least it would seem that way
Because you never said goodbye.
But when it comes round to you and me
I'm sure it will work out alright.

And you'd be the one who was laughing
And giving me something I don't need
And you know, I'd always hold you and keep you warm
Oh! more fool me.

Ah, but when it comes
Round to you and me
I ask myself
Do I really believe
In your love.

Yes, I'm sure it will work out alright.


* ó sócio, tens toda a razão, não ligues, pá.

fatucha

ao que parece o jorge nuno pinto da costa foi com a filha e a namorada (dele, não da filha) agradecer o título de campeão nacional a fátima.

imagine-se, tudo leva a crer, na opinião dele, que o título veio lá mesmo do céu.

ridículo!

só mais uma de bola

eu bem sei que um grande que come meninos é pedófilo e um pequenino que come grandes é atlético, e que por isso o meu clube vai jogar contra o leixões (sempre se poupa no gasóil*).

mas gaita, tirem-me lá uma dúvida: a final da taça é entre o o sporting e o ... o quem? é que leio e ouço notícias sobre a final da taça e não há referências ao outro clube.

é estranho!


* cá está mais uma daquelas palavras que eu gosto tanto de ouvir dizer. gasóil. eh pá, é lindo. outra coisa que gosto é de ouvir dizer que diesel é um combustível.

ai jesus(aldo)

o meu clube teve três treinadores numa época e foi campeão nacional. foi mais longe na liga dos campeões do que no ano passado e perdeu a taça de portugal. eis, na prática a diferença dum ano para o outro.

ainda assim, liderou o campeonato do início (ou da 2ª jornada, mais coisa menos coisa) até ao fim. esteve em 2º lugar, durante aí uns 35 minutos, coisa pouca, não é?

mas? pois, mas! eu não sei se hei-de pôr mas neste campeonato ou não. mas...

mas a gente fica com a sensação que a coisa podia ter sido melhor, não é? mas será justo exigir isso? pois, não sei. será que a tal história dele ter estado desprotegido a época toda, de ter sido o escudo das críticas, será que isso pega? eu não sei. eu não vejo o abramovich a fazer declarações, a responder a críticas.

será que o facto dele ter pegado na equipa uma semana antes do campeonato começar (um acto de coragem, digo eu), sem ter feito a pré-época nem nada é algo que se deve contar na sua avaliação? acredito que sim.

mas ainda assim...

será que o facto dele ser benfiquista.... ai, não vão por aí. o paulo bento não me parece ser sportinguista e nem o mourinho me parece ter sido portista desde pequenino (já o robinho, não se esqueçam, é benfiquista desde miúdo). nahhh, não vão por aí.

mas ainda assim...

olhem, eu gostava era que houvesse tomates para mandar para o lixo os mareques, os renterias e outros desta vida, poupando uns cobres mas aumentando o ordenado do anderson.

ai o anderson.... (dá-me a tua camisola, pá)

bentamentos e outros tentos

o que me chateia nestas coisas das avaliações e reflexões de final de época são as valentes incongruências que se cometem. as que mais me arrepiam são as dos sportinguistas e as do paulo bento.

ora bem, ou tenho a memória muito rasurada ou o paulo bento beneficiou (e beneficiará) de duas situações francamente inusitadas e avulsas. primeiro foi o facto de ter sucedido ao peseiro - sei do que sentem porque, como no meu clube, qualquer pessoa que tivesse sucedido ao couceiro e ao adriaanse teria de caras o meu aval. - assim sendo e depois das burrices que este treinador fez com a equipa - atribuiram-lhe há dias o nome dum recinto desportivo. parece-me bem. - qualquer pessoa que pusesse os miúdos da cantera leonina a jogar futebol seria logo considerado (e bem!) como um excelente treinador. ora eu não entendo muito de futebol para conseguir aferir se este é ou não bom treinador. mas dá para perceber que o paulo bento tem a vantagem de, pelo menos, ter tomates para não permitir abébias naquele balneário - é a diferença entre o contacto com os índios do bairro do aeroporto com os índios de coruche - e de incutir um espírito de vitória naquela malta de alvalade.

no entanto é na palavra dita - em contraponto com a palavra jogada - que o bentinho se revela catastrófico. pelo menos para mim. eu sinto-me desconfortável em ouvir o treinador do sporting dar os parabéns ao meu clube, dar-lhe mérito na vitória do campeonato e depois acrescentar os mas: mas se não fosse a mão do ronny; mas se não fosse o jogo com o leiria; mas e o plantel é muito novo (tem uma média de idades superior à do meu clube. mas pronto, não se pode falar sobre esse assunto)....

todos nós sabemos que se há clube que tem mau vencer é o sporting (o benfica tem obviamente mau perder) (não, não me provoquem, o meu clube não sabe é o que é perder. é diferente). ora o bento revela ali naquelas declarações todo o seu benfiquismo, todo o seu mau perder. ou seja, fala dos lances que prejudicaram o sporting mas obliterou do seu pensamento todos os lances que o beneficiaram, todos os lances que prejudicaram o benfica e todos os lances que prejudicaram o porto. ah, pronto, mas esses não contam. ora, os sportinguistas, que pelos vistos não têm massa crítica nem a memória apurada, ouvem aquilo e vivem na ilusão de que são o calimero deste cantinho desportivo. já não há cu para os ouvir.

mas também nada me admira. não me admira que se contentem e se sintam orgulhosos com uma equipa que fica em segundo lugar (o que não me parece mal, dadas as circunstâncias) e não me admira que não critiquem o paulo bento por não ter tido tomates para ir à luz ganhar duma vez o raio do campeonato. até porque fez uma primeira volta de merda (já ninguém se lembra que perdeu com o benfica, não é?). mas lá está a memória é fraca e tal....

o contentamento por, eventualmente, ganhar o primeiro troféu em 5 anos já de si revela alguma coisa sobre o sporting: como dizia há uns anos um anúncio "está eufórico, sente-se o melhor condutor do mundo...". estão contentes por terem sido a equipa com menos derrotas e com a defesa menos batida (já agora, é justo reparar que o ricardo fez uma época "à boavista"). nada a reparar. a minha filha é sócia do sporting desde que nasceu. a vontade da família assim o quis. alguns desses familiares ainda me perguntaram se eu ficava aborrecido com isso. eu???? eu estou-me marimbando para isso. agora também é certo. se a miúda andar triste para o resto da vida com um taçeca aqui e outra 5 anos depois, meus amigos, depois vocês que a aturem.

quanto ao benfica. bom nesse campo há um solidariedade leo-dragonista. caros lagartos, só nós mesmo é que sabemos que o fernando santos não é tão bom assim, não é? deixá-lo lá estar.

sobre o jesualdo, falarei noutro post. não confundamos os temas.

segunda-feira, maio 21, 2007

fliribela

- ó mãe, mas eu quero ver filibela.

pronto, há um novo noddy. bem sei que ainda duma forma discreta e tal, mas já a cimentar-se com um grande estilo. já sabe as músicas, já gosta de ficar a ver, já pede para ficar na sala quando é altura para ir para a mesa.

por mim, tudo bem. mas ainda assim a minha mulher:
- imagine-se, a minha filha já gosta da filibela.....
- ai môr, porra, não é o fim do mundo. preferias que ela nos dissesse que era do cds?

nada como relativizar as coisas para acalmar os ânimos.

vinte um de maio

gosto desta data:

- há 24 anos, no ginásio da minha escola, pedi namoro pela primeira vez a uma miúda. ela, parva aceitou. durou, seguramente, uns bons 40 dias. talvez nem tanto. (noutro dia encontrei a mãe dela e confidenciei-lhe: sabe, namorei com a sua filha. eu ali com medo que ela me puxasse uma orelha e tal, mas não, deu-me um abraço e um beijinho bom. fiquei perdoado)

- há 22 anos apanhei a maior bebedeira da minha vida. sobre este assunto prefiro calar-me bem caladinho. é que as pessoas que frequentavam o rainha nessa altura (pronto, algumas dessas pessoas) devem-se bem lembrar dumas cenas violentas que por lá aconteceram: na sala 16-a, no pátio lá do fundo, na casa de banho das miúdas, no bar e no relvado da estados unidos. era o aniversário do luis cabral. vergonha.

se tiver tempo...

...e pachorra - tenho de fazer primeiro um post sobre os genesis -, venho aqui explicar porque é que me faz impressão a falta de coerência do paulo bento.

aqui está um treinador que eu não queria no meu clube. ou melhor, ele até o podia treinar, mas não podia abrir o bico.

blogs

nas voltas pelos blogs, também eu tive as minhas modas: gostava de ler coisas sobre a maternidade quando queria saber se os outros pais mantinham as mesmas dificuldades e alegrias que eu; gostava (e gosto) de ler sobre música para encontrar similaridades nos sentimentos musicais dos outros bloggers; gosto de ler sobre bola; sei lá, gosto de saber um bocado de tudo.

a coisa agora está melhor. apesar de tudo, eu penso que as pessoas cada vez menos escrevem só por escrever. no entanto ainda subsistem pessoas que fazem dos seus blogs diários, uma catrefada de relatos de coisas inúteis. eu admito isso no início de vida dum blog, até porque dá calo mental. estranho, no entanto, que isso aconteça, um, dois, ou mesmo mais anos depois do início da escrita bloguista.

ainda assim, não sei se esse meu desconforto quando leio esse tipo de posts, não é mais o reflexo duma certa inveja por não conseguir escrever sobre tudo (pronto, assim, escrever), sobre tudo
o que me apetece ou se é apenas por considerar que esses posts são mesmo banais. banais, não, maus pronto!

maus, mas possiveis. possiveis e inóquos. nos blogs as pessoas podem escrever sobre o que se lhe dá na telha. é assim que isto funciona. quem não gostar que clique no quadradinho encarnado ali no canto superior do ecrã e vá desta para melhor. é também o que eu faço quando não gosto.

mas gostava, confesso que às vezes gostava de ser mais brega e também escrever posts desses. assim parvos.

e se eu tentasse aqui? olha, vamos lá ver no que dá:
"hoje, de manhã, fui fazer cocó. havia papel higiénico."

domingo, maio 20, 2007

sexta-feira, maio 18, 2007

manual de normas

(para os interessados que volta e meia me linkam)

o nome deste blog é pipáterra. não é pipá terra, não é pipa terra e muito menos pipaterra. entendidos?

(esclarecimentos adicionais aqui.)

este blog está feito uma merda dum nojo. é só videos do iu tubí

olha zé,

desculpa lá voltar a incomodar-te outra vez. não resisti.

eu não sei se esta não seria a melhor banda do mundo mas para lá caminhava: berry, keith richards, robert cray
(tenho de fazer um post sobre um concerto deste gajo no ccb. ou melhor, sobre o que aconteceu depois desse concerto, ali junto à estação marítima de belém), eric clapton, linda rondstadt, etta james, john julian lennon, steve jordan (baterista do catano), chuck leavell, bobby keys e claro o "johnnie johnson que deus tem"!



há uma coisa que eu adoro neste vídeo: a forma como a gaja começa a rasgar. assim, sem preparação. chega-se à beira do micro e desata aos berros: just let me hear some of that...

pedal camaaaaaaaaaaaaaaandro!!!!!!!!!!!!!!!!

a very psychedelic feeling up here

caro zé,

folgo saber que te encontras bem. o teu miúdo está fixe? a tua mulher, tudo bem? tem perguntado por mim?

olha, meu querido, andava a navegar pela net e dei de trombas com estas imagens? será que isto te diz alguma coisa? diz ou não, caralho? repara bem: hall, oates, david ruffin (the voice you know and love), eddie kendricks (a very special and dear friend of mine, one of the original temptations), apollo theatre.... ainda não estás a ver bem a coisa?



eu dou-te mais umas dicas, então: 1990, cubas libres, esquadra, japonês, ausência de travões, modern love pela calçada de santo antónio dos capuchos abaixo, portinho da arrábida, trivial, tony de matos, vitinha, pedro mourinho, creedence...

pronto já te dei umas luzes? parece que sim.

bom, fica bem. dá beijinhos lá por casa.

pitx

p.s.:
1) já reparaste na qualidade da imagem? será que isto ainda dará um dvd? isso é que era, não era?
2) por falar em dvd's, contei-te que tenho o "hail, hail, rock and roll". sério, pá! numa versão bestial (atenção que é região 1) de 4 dvd's. não estás a ver bem a coisa. tem imensos extras. o raio do preto era fodido como as cobras, pá. depois conto-te.

pertinência

calcei ontem pela primeira vez umas luvas de boxe.

antes de iniciarmos o treino, o professor pergunta-nos se temos alguma dúvida. levanto o braço e inquiro:
- e agora? como é que conseguimos coçar os tomates?
o pessoal riu-se mas eu não achei muita piada à coisa. estava mesmo ralado, certo?
com uma réstea de esperança, ainda assim, cruzei um olhar com a única pessoa do sexo feminino na sala. mas depois lembrei-me que estava lá também presente o seu marido que calha de caminho ser meu amigo.

merda!

coisas da tropa

ainda que o vasco graça moura diga que não, para mim, despoletar continuará a ser: fazer algo que ponha uma espoleta fora de uso.

ora como quando despoletamos uma granada, por exemplo, ela fica, vá lá, inanimada, é bem possivel que o despoletar que meio mundo usa não espelhe bem a ideia que as pessoas têm em mente.

mas, a dúvida mantém-se. eu, pelo sim pelo não, vou utilizando: desencadeou, precipitou, provocou, etc.

e faço isto por duas razões:
- porque na tropa não passei de um reles 2º cabo (acho que saí como 1º cabo, não tenho a certeza), ainda por cima de transmissões.
- e porque passei meia vida convecido que uma garrafa que já tivesse sido aberta era algo que já tinha sido incertado.

é a vida.

quarta-feira, maio 16, 2007

coisas que adoro

(adoro mesmo. fora de gozos, ok? adoro e fomento. tento imitá-los e tudo. mas imito sem gozar. com respeitinho)

pessoas que dizem:
- concesteza e não concerteza
- cambra e não câmara
- bonanza e não bonança
- fizetes e não fizeste
- ósdespois e não depois
- érós e não euros
- centavos e não cêntimos (nos euros)
- uílms e não williams
- platoon e não plateau
- gremlin e não kremlin

e não gosto, mesmo nada de quando se diz:
- júri em vem de jurado (nos casos em que se quer dizer jurado)
- quinhentas gramas
em vem de quinhentos gramas
- hádes
- olha, é assim: blah, blah, blah...
- fluviais e não pluviais (nos casos em que se quer dizer pluviais)
- carácteres
- caracter
- um tac em vez
uma tac (tomografia é um substantivo feminino, ok?. porra, parecem o pessoal dos palops a falar: o comida, o boca do menina....)

em breve e por vingança, um post sobre as minhas graaaaaaaaande calinadas. aguardem e verão que irão gozar com a minha cara.

junho, pá! junho, não é julho, ok?

se é tão difícil distinguir foneticamente junho de julho, expliquem-me porque é que o nosso engenheiro sócrates ainda não meteu mãos à obra e não lhes mudou o nome?

sinceramente, tem alguma lógica atribuir-se o nome dum mês, em honra da mulher do júpiter. mulher por mulher que fosse em honra da mulher do figo: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, helen, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro.

fica bonito, não fica?

e sim...

...mesmo já sem a christine mcvie, estes maduros seriam muito bem-vindos. ou mesmo só com a stevie nicks, pronto.


nem esta


bf

eu não sei explicar o que sinto quando ouço esta música. juro, não consigo. mas é uma coisa boa. sim, isso é.

Beautiful child
Beautiful child
You are a beautiful child
And I am a fool once more

You fell in love when I was only ten
The years disappeared
Much has gone by since then
I bite my lip, can you send me away
You touch
I have no choice
I have to stay
I had to stay

Sleepless child
There is so little time
Your eyes say yes
But you dont say yes
I wish that you were mine

You say it will be harder in the morning
I wait for you to say, just go
Your hands, held mine so few hours
And Im not a child anymore

Im not a child anymore
Im tall enough
To reach for the stars
Im old enough
To love you from afar
To trusting... yes?
But then women usually are

Im not a child anymore
No, Im not a child, oh no
Tall enough to reach for the stars
I will do
As Im told
Even if I never hold you again
I never hold you again


negrão?

querem ver que é desta que o be fica à frente do psd?

pronto, à frente não digo, mas não o estou a ver fazer mais do que os 26% do carrilho (ou quem sabe os 14% do basílio horta em 91)

quem sabe, quem sabe...

terça-feira, maio 15, 2007

cambra

eu chamo a atenção dos meus queridos leitores que a câmara municipal de lisboa foi eleita através de um acto democrático (calha de caminho serem também todas as outras câmaras do país.

sim, meus amigos houve mesmo eleições.

por isso - e porque eu acho que a merda toda começou em 2001 e não em 2005 - eu quero lembrar que houve 131.094 pessoas que acharam por bem, meter o doutor santana lopes na presidência do município. essas mesmas pessoas que ponham a mãozinha na consciência e que reflitam bem se era melhor estarem lá as santanetes que as joanetes.

por isso (calma, não digo mais nenhum "por isso") pensem bem, meus caros leitores das freguesias de sta. maria de belém, de s. francisco xavier, de benfica, de s. domingos de benfica, do lumiar, do campo grande, de s. joão brito, da lapa, de sta. justa, de s. nicolau, de alvalade, de n. s. fátima, de s. j. deus, de s. seb. pedreira (a minha terra), de s. jorge de arroios, do s. coração jesus, de s. mamede e de s. isabel que se lembraram de votar maioritariamente no grande santana se realmente aquilo foi ou não uma boa ideia.

já agora, deixem-se de paneleirices e não tenham medo de votar naquele que querem mesmo. votar no engº carmona só porque era realmente uma tolice pôr o prof. carrilho no trono (lembram-se do roçar de narizes na noite da derrota?) já se percebeu que não valia a pena. certo?

ou ainda há pessoas com vergonha em votar no pcp? ou no be? ou no cds? estão com medo de quê, que os comunistas comam criancinhas ao pequeno almoço? ou afinal havia mesmo 42% de lisboetas com amigos ou familiares na bragaparques ou em clubes de futebol e havia necessidade de garantir uns tachos?

gostava de rever aquelas imagens do santana, na janela da sede de campanha no chiado, ladeado pelos amigos, a falar a um povo ao rubro, porque tinham despachado os comunas da câmara. lembram-se quem eram esses amigos e amigas? gente boa, não era?

não me lixem!

há dias assim

dias de bruce. dias tristes. dias para esquecer.

They're still racing out at the Trestles,
But that blood it never burned in her veins,
Now I hear she's got a house up in Fairview,
And a style she's trying to maintain.
Well, if she wants to see me,
You can tell her that I'm easily found,
Tell her there's a spot out 'neath Abram's Bridge,
And tell her, there's a darkness on the edge of town.

Everybody's got a secret, Sonny,
Something that they just can't face,
Some folks spend their whole lives trying to keep it,
They carry it with them every step that they take.
Till some day they just cut it loose
Cut it loose or let it drag 'em down,
Where no one asks any questions,
or looks too long in your face,
In the darkness on the edge of town.

Some folks are born into a good life,
Other folks get it anyway, anyhow,
I lost my money and I lost my wife,
Them things don't seem to matter much to me now.
Tonight I'll be on that hill 'cause I can't stop,
I'll be on that hill with everything I got,
Lives on the line where dreams are found and lost,
I'll be there on time and I'll pay the cost,
For wanting things that can only be found
In the darkness on the edge of town.

segunda-feira, maio 14, 2007

jdjôrj máicâl

eu não gostava dos wham. não que me fizesse impressão. aliás, nessa altura, já eu estava fora da guerra "meninas=duran duran versus meninos=spandau ballet". na altura dos wham eu estava mais virado para o assassing ou mesmo para o here comes the flood.

portanto, resumindo e concluíndo, os wham passaram-me ao lado.

o mesmo já não se passou com o gm, propriamente dito. o verão de 1988 foi completamente faith.
a primavera e o verão de 1991 foi demasiadamente lwp. muito mesmo (ó inês, tu lembraste, pá? a gente só ouvia aquilo, não era?)
o verão de 1996 foi todo, todo mesmo, older.

ou seja, o george michael aparecia pouco na minha vitrola. mas quando vinha, vinha em força. e sempre pelo calor. e por isso, depois de ter visto os stones, dos ac/dc, dos depeche mode e do robert plant, ficavam só a faltar o gm e os eagles.

o concerto foi muito bom. bom até demais. em tudo. até no facto de não ter chovido (e olhem meus amigos que quando ali chove é a valer. não é à toa que coimbra é o penico de deus.)

não tenho muita coisa a dizer. mas pronto, chateia-me sempre o facto deste gajo ser tão bom em palco, tão bacano, tão profissional e ainda assim, ser avesso a tounées. uma merda digo eu.

digo também que o baixista dele era um craque do caneco e que os coros eram bestiais.

que, para o ano, venha outra vez.

p.s. já agora: para a minha mulher aquela noite foi como que se estivessem em palco: os stones, os led zepellin (com o bonham e tudo), os eagles, os police e tudo o resto. ela estava em transe, ali, apoiada no gradeamento a fixar o maduro. aliás, o facto de levar consigo uma t-shirt que comprou em londres em 1984 - não te envergonhes, miúda -, é sintomático de muita coisa; a minha irmã obrigou-me a traduzir o que ele dizia (letra do jesus to a child inclusive - aldrabei metade das coisas. disse-lhe que ele estava a dizer que tinha um amigo na picheleira e tudo); eu? eu estava descansado porque afinal, ele está tão gordo como eu. ainda assim a minha mulher replicou, dizendo que ele já leva uns 6 anos de avanço. eu replicava o replicamento dizendo que já vesti coisas muito feias, também em 1984, mas nunca andei com fato assim, com brilho, lustro ou lá aquilo que ele trazia no corpo.

mainada!

l-world

na semana passada, dizia-me uma colega:
- vou ver o maricão a coimbra. eu não ligo muito mas acho piada o meu marido gostar do gajo. imagine-se, o meu marido gostar de ouvir música daquela fruta.

e eu não consigo entender isto. juro, não consigo. significa, portanto, o quê?

que eu, sendo hetero, só posso ouvir os kiss ou os mötley crue?
que as fressureiras só podem ouvir a k.d.lang, a melissa etheridge a simone os programas da elen degeneres?
que os maricas só podem ouvir os discos dos judas priest?

isto é mesmo assim ou teremos de ser mais específicos. ou seja, quem gosta de canzana não pode ouvir música dos que gostam de missionário?
e as freiras, podem ouvir cânticos gregorianos?

igâls

quando há pouco falei nos eagles, não me referia a estes, mas sim a estes:


entendido?

george michael

pronto, não foi em espanha, foi em coimbra.

ficam a faltar os eagles*.

domingo, maio 13, 2007

fora de brincadeiras (juro!)

(bem sei que é pouco provável mas) acham assim tão difícil o benfica ser campeão? eu confesso que não acho.

quinta-feira, maio 10, 2007

manos

eu estava noutro dia a fazer referência a este mano e depois descobri um clip da versão do mano de antigamente.

uma versão que eu me lembro de tocar no etc de coimbra. (ou terá sido no states? ou terá sido no jamaica? ou era no incógnito. olhem, lá que foi nalgum sítio, isso foi de certeza. até porque eu me lembro que o início da música me transportava para esta aqui.)

só que esta última, meus amigos, é um pedalão. aliás se isto der numa disco e eu estiver por perto, desviem-se!

ai que saudades dos talking heads...

roman

a nossa câmara não precisa dum presidente que seja a helena roseta ou o sá fernandes. não precisa dum gestor e muito menos dum político.

precisa é dum abramovich e o resto é conversa.

cambra*

gostei que tivesse caído a câmara.

fico sempre contente quando há eleições. é sempre motivo para voltar à picheleira. voltar a dar um abraço à velha guarda que se encontra lá na escola, a fumar o seu cigarrito junto ao gradeamento. a ver as gajas que eram boas e estão batoques. a ver as outras gajas que eram farsolas e estão cheias de pinta.

gosto de eleições.

* nome que a minha irmã - e não sei quantos mais - julgava que a nossa escola da primária tinha. escola da cambra. pronto, assim, como se fosse um senhor chamado cambra, estão a ver?

por causa dos gatos...

...quando preciso de escrever este nome, sai-me sempre dranquilidade!

quotidiano II

ontem, a sanita entupida.

ser chefe de família também é isto: andar com as mãos dentro da sanita, no meio da merda, a tirar de lá meia dúzia de dodots ou coisa que o valha, supostamente autorizados pela marca, a seguirem pia abaixo.

eu e os senhores da johnson's temos de ter uma conversita.

nota: o cheiro a trampa entranha-se na pele que é uma doideira. alguém tem por aí daquelas luvas com que os veterinários mexem no rego das vacas? daquelas que vêm até ao sovaco. naquela, estão a ver? pode ser que seja outra vez necessário.

quotidiano

uma dúvida já com alguns dias:

- ó môor, esta escova dos dentes afinal é tua ou é minha?
- a verde é a minha...
- pronto, pronto. então tenho andado a utilizar mesmo a minha.

nota: o problema não era pela nojisse da coisa. era mesmo porque eu destruo escovas em duas semanas.

quarta-feira, maio 09, 2007

alô mano!

de hoje a um mês estarei a terminar mais uma fase de férias. eu só quero avisar quem manda lá na meteorologia que nem pense sequer em alterar este estado de tempo fantástico que se instalou no nosso país.

é que no ano passado foi o que se viu, aqui há dias a mesma merda. por isso, vejam se têm juízo e fazem um tempo bestial para a primeira semana de junho. vale?

entretanto, entrei em estágio. agora é todos os dias: cerveja fresca, noites quentes e no rádio (e na net) sempre este posto de escuta.

cul, mano!

eun lâve braiqs daun

entre 1985 e 1988, se eu soubesse tocar esta música

My love and i, we work well together
But often were apart
Absence makes the heart lose weight, yeah,
Till love breaks down, love breaks down

Oh my, oh my, have you seen the weather
The sweet september rain
Rain on me like no other
Until I drown, until I drown

When love breaks down
The things you do
To stop the truth from hurting you

When love breaks down
The lies we tell,
They only serve to fool ourselves,
When love breaks down
The things you do
To stop the truth from hurting you

When love breaks down
The things you do
To stop the truth from hurting you
When love breaks down,
Love breaks down

My love and i, we are boxing clever
Shell never crowd me out
Fall be free as old confetti
And paint the town, paint the town

When love breaks down
The things you do
To stop the truth from hurting you
When love breaks down

The lies we tell,
They only serve to fool ourselves,
When love breaks down
The things you do
To stop the truth from hurting you
When love breaks down
You join the wrecks
Who leave their hearts for easy sex

When love breaks down
When love breaks down

numa guitarra, acreditem, tinha papado um número descomunal de miúdas.

eu disse um número descomunal? esqueçam, estava a exagerar. eu queria dizer, sei lá, talvez aquela tipa que era um doce e que morava no prédio da clínica da avenida de roma, aquela ao pé da casa dos frangos que ficava em frente à sul-américa; provavelmente aquela blogger famosa (nem que me paguem revelarei quem é) que dava uns beijos "stereo surround 5.1"; seguramente aquela pré-tia que estava na festa do filipe e que eu não sabia que me queria dar uns beijos; a filha daquele comerciante de corroios...

mas como não tenho nem nunca tive unhas para isso, pronto, metia os auscultadores e ouvia no meu walkman esta coisa boa.

manu

já o disse aqui:
- há um ou dois perfumes que me tiram do sério. que me alteram (escusam de perguntar, não digo a ninguém as marcas dos mesmo). que me fazem subir paredes (isto é um eufemismo, o raio das essências fazem-me é subir a outras coisas).
- há uma ou outra voz feminina que me tira também do sério. não me estou a referir a coisas cantadas. nah, nada disso. falo de vozes que me fazem "cócegas" só de as ouvir reproduzir palavras. (ai são josé, são josé...)

pois há umas músicas, ou melhor, uns sons que me fazem o mesmo. são, como referi num post atrasado, uns teletransportadores. neste caso falo-vos destas músicas do manu chao. eh pá, há ali alguma coisa que me arrepia. não sei se é aquele loop do "th-th, ínnnn, th-th ínnnn...", não sei se aquilo tem calor, não sei, pá, não sei.

só sei que sou capaz de estar um dia inteiro a ouvir aquilo.






saudade?

o que mais me tira do sério é o facto de estar ali tudo.
o que mais me tira do sério é ser saudosista.
o que mais me tira do sério é não ter desconfiado na altura, em 1986, que vinte anos depois, este post iria fazer sentido.

o que mais me tira do sério é que há 20 anos, imaginar um encontro de colegas que se conheceram há 20 anos, era uma coisa impensável.

o que mais me tira do sério é nunca ter percebido que possuía um cartão secreto de "ex-membro da turma de artes de 1986" que me iria dar acesso a uma ligação humana, a uma ligação entre estas pessoas, a uma ligação tão de estranha como de inusitada.

eu ainda não percebo porque é que temos tanta vontade de estarmos a beber uns copos uns com os outros.
eu ainda não percebo porque é que, mais de seis meses após o nosso grande reencontro, ainda continuo com vontade de vos dar uns abraços.

juro, não percebo.

terça-feira, maio 08, 2007

elis

eu não percebo nada de música. não sou capaz de tocar nenhum instrumento. não sei ver se este ou aquele gajo estão a tocar bem ou mal. portanto se ouço alguma coisa que me agrada muito, tenho a veleidade de dizer: eh pá, ó pinto, e este vicky? baterista do catano, não é? ora o pinto, que percebe mais de música que eu, abanava a cabeça para cima e para baixo em sinal de aprovação. e isso deixava-me satisfeito. significava que eu até tinha acertado na coisa.

por isso e porque não sou pago para fazer crítica musical, posso dizer aquilo que me apetece sobre este ou aquele músico e portanto só acho que é bom aquilo que eu gosto.

com as cantoras é a mesma coisa. se eu gosto de ouvir, são boas. se não gosto tanto, pronto, não digo que são más, mas já cago para a coisa.

a elis regina não é a minha cantora favorita. eh pá, não sei. há ali uma fase, há ali muita coisa dos anos sessenta que eu não gosto. e depois há coisas muito jazzy. essas não são a minha praia.

por outro lado tem coisas que eu gosto muito. tem, por exemplo dois dvd's, este e este que contêm das mais prodigiosas interpretações que eu já vi.

eu explico: o primeiro dvd, tem esta música aqui que é um samba antigo, dos anos quarenta, composto pelo pedro caetano. a elis aparece a preto e branco, cebelinho curto, sorriso enooooorme. a fumar. gira de morrer. está um tesão. a somar a isto tudo lembra-se de cantar este "desabafar na multidão" com aquela voz enooooooorme, com aquela boca muito aberta e com aquele ar de quem canta com a facilidade com que se bebe um copo de água. repito, um tesão! (tesão de comer mesmo, não é um tesão de, sei lá, de ter garra. nah, tesão de fornicar.)




depois tem este segundo dvd, gravado num especial para tv. é a última aparição televisiva desta malandra, infelizmente morreria dias depois. aqui ela já se apresenta muito eighties. já não é a minha praia, já não é o mesmo tesão. por altura deste programa de globo, a relação da elis com o césar camargo mariano (pai da maria rita e do pedro) estava já nas lonas. curiosamente ele é um dos convidados deste especial. às tantas ela tem de cantar o atrás da porta e não se aguenta. aquelas palavras encaixavam na perfeição na porcaria de situação que eles estavam a viver. vejam isto até ao fim. repito, vejam isto até ao fim. não houve nem haverá mais ninguém no mundo que torne a fazer uma coisa destas. nunca se conseguirá unir três coisas desta qualidade: a voz da elis, a letra do chico e a música do francis hime. meus amigos, isto é musicól do bom.



no ano passado, depois duma jantarada bestial na companhia dum cabrão dum companheiro de outros carnavais (ó pedro, temos de lá voltar ao mal amanhado, pá!), lembrámos-nos de ir até ao maxime. depois de ter estado a trocar aquelas palavras trôpegas com o barrilaro ruas (um valente caracter (para ser lido em inglês) da naite) entro e ao piano deparo com o francis hime. caraças, fiquei sem fala! deu-me vontade de ir até lá, dar-lhe um abraço e dizer-lhe: tens noção que compuseste uma música - pelo menos uma pá! - que já tocou no coração de tantas, tantas pessoas? e tens noção que é uma música que nos fica para a vida. e tens noção que é uma coisa que se nos agarra a nós e que depois já não sai mais? tens noção, francis?

mas não, fui até ao bar, pedi dois bushmills e fui galar gajas!

(mas fiquei a olhar para o francis pelo canto do olho. sim, lá isso fiquei.)

então no sábado a gente vê-se, ok?

joquinha, meu querido, bem sei que tens de tocar coisas antigas, coisas actuais, coisas más, coisas boas.

agora, por favor, na medida do possível, tenta tocar esta aqui. sabes, é a melhor coisinha que já fizeste e que já cantaste.

fazes isso pela gente? vá lá, fico então à espera.

e continua a ler aqui o meu blog. eu gosto que apareças. lês, não lês?

aquele abraço.


eh pá...

... a gente segue uns links e tal e quando menos esperamos damos com posts como este: perfeito!

é para o lado que durmo melhor

os pais com filhos machos, quando sabem que os amigos tiveram uma filha dizem logo:
- ah e tal, tenho lá um bruno wanderley lindo da vida para a tua fernanda soraya. temos de os pôr juntos um dia. pode ser que aquilo dê qualquer coisa, não é?

calhou-nos termos filhas. eu uma cuca, tu uma carol. pronto, não seja por isso:
- ah e tal, tenho lá uma cuca linda da vida. se elas virarem fessureiras* temos de as juntar. vale?

parabéns, um beijinho para a zé maria e um bagaço para a família!

* ó bic, esta foi lapso. se vires posts anteriores verás que não falho. aliás ninguém da picheleira falharia. é fressureiras, sim senhor.

segunda-feira, maio 07, 2007

biografias

deixem-se de merdas. eu estou farto de biografias do jnpc - quantos mais presidentes vós conheceis que sejam tratados por quatro dos seus cinco nomes?

eu prometo aqui, solenemente, que se o clube editar um dvd com os melhores lances do quaresma (época 06/07), eu vou ali à worten comprar a coisa.

e se fizerem o mesmo com as coisas do anderson.... bom, esqueçam. tenho para mim que a minha mulher não me deixava estar a noite toda a olhar para aquilo.

(já viram bem a cueca que o cabrão do preto deu ao maduro do madeirense?)

sniffffffffff

coisas que me impressionaram neste regresso ao meu passado de rainha dona leonor:

- a escola mantém o mesmo cheiro de há 20 anos;
- não havia restos de sedas da smoking, nem de filtros feitos com bilhetes do metro, ali, naqueles bancos
junto à entrada do ginásio.

no holmes place...

...escutando uma conversa sobre o uso abusivo de palavrões por parte da xuventud deste país (assim, estilo eu, estão a ver?):

- e vai o puto e diz-me: "ah, para mim, dizer "porra" é pior que dizer "colhões"."

Não me venham com merdas, frase do catano: para mim, dizer "porra" é pior que dizer "colhões"!

whittard of chelsea












meus amigos,

quem tiver a felicidade de ir a londres lembre-se bem desta sugestão: há uma lojinha em convent garden (há seguramente muitas mais, mas esta eu sei que tem) que tem umas latas porreiras daqueles chás ingleses em pó. é simples: pespegam-se duas ou três colheradas do pó num conhé de água a ferver, mexe-se a coisa e tem-se um chá todo supimpa. dá para o quente e para o frio.

no entanto, no andar de cima da loja, há umas latinhas duns chocolates em pó que são uma coisa doutro mundo. são duma marca chamada whittard of chelsea. a receita é parecida: aquece-se um copo de leitinho (dois, se for um casal), pespegam-se na mesma duas colheradas desse pó achocolatado, mexe-se muito bem e daí resulta um aconchego para o estômago. a diferença para os restantes copinhos de leite com chocolate é que estes desta marca são a "ganza dos copinhos de leite com chocolate". são um tesão do catano, pá!

meus amigos, aquilo é uma coisa que trata deus por tu.

lá em casa, mora uma lata com sabor a chocolate branco (nem perguntem!), outra com sabor a conhaque courvoisier (que até faz arrepiar os cabelos ali da zona da próstata, estão a ver?) e uma também com sabor a caramelo (
ui, ui).

para quem gosta do estilo "leite com chocolate ao deitar", eu recomendo! para quem não gosta do estilo, sempre têm as minis da sagres.

lembro também que há à venda online. mas os portes, pagam, mais ou menos a viagem na easyjet a londres. isto, digo eu, não é?

mas, pronto, vós é que sabeis.

negligências

aqui há dias, ia eu com a minha filha de carro, quando de repente um marreco dum peão se atravessa à minha frente, obrigando-me a fazer uma travagem daquelas com chiadeira incluída. borrei-me todo, olhei para o lado, perguntei à minha filha se estava tudo bem e ela respondeu-me:
- uííííííííí! outra vez, paizinho, outra vez!

noutro dia, fui buscá-la à escola e lá fizemos a viagem para casa a cantar e a abanar o capacete. quando estacionei, saí do carro, fui dar a volta para a tirar e reparei que não lhe tinha posto o cinto. borrei-me todo e fiquei a pensar na sorte que tive com aquela puta daquela negligência. e se calha eu tivesse de fazer uma daquelas travagens e ela fosse projectada batendo com a cabecita (estavam à espera que eu dissesse cornos, não era?) no vidro da frente?

aqui há dias, no algarve, ouve um cabrão dum filh'a da puta dum gajo (ou gaja) que se lembrou de se aproveitar dum daqueles momentos de negligência paternal que não lembram ao diabo e, num acto premeditado, repito, num acto premeditado, surripiou uma criança aos seus pais.

eu queria fazer um post a mandar vir com o raio dos pais cámones da miúda mas, sinceramente, não consigo ter autoridade moral para o fazer.

desculpem, não consigo!

fico, no entanto contente por verificar que há muita gente que consegue. parabéns, meus caros!

domingo, maio 06, 2007

sexta-feira, maio 04, 2007

paul silvers

é por esta e por outras que eu gosto de ti. porque vês coisas onde mais ninguém vê. e normalmente vês duma forma acutilante.

(faz-me lá o favor de escrever lá no teu canto, fazes?)

os tomates do pai e a barriga da mãe



ontem na esplanada da sul-américa uma mulher encontra outra mulher.

a mulher encontrada está grávida, barriguda.
a mulher que encontrou a encontrada levanta-lhe a camisola.
a mulher encontrada está manifestamente constrangida e com vergonha de estar a passar por aquilo ali, em plena avenida de roma.
cruzo olhar com ela. eu estou a fazer que não com a cabeça, ela sorri ainda mais encavacada e faz um ar, assim como quem diz: "o que é que eu hei-de fazer"
a mulher que encontrou a encontrada saca da carteira fotos da sua gravidez, aparentemente recente: "olha eu aqui, olha a minha barriga nesta, olha eu tããão gorda!"
a mulher encontrada está francamente sem vontade de ver aquilo.

eu odeio de morte quando as grávidas se pôe a mostrar as panças em público.
qual é a ideia? julgarão elas que nós temos visão raio-x e conseguimos fazer ecografias com os nossos olhinhos?

quando pensarem engravidar, eu sugiro que mostrem também os colhões do pai.
não é por aí que tudo começa?

quinta-feira, maio 03, 2007

o meu rainha fez anos





- ahhhhhhh, andaste no rainha?
- sim, andei.
- e gostaste?
- eh pá, adorei!

de que é que afinal nós gostámos quando afirmamos com tanta convicção que adorámos andar no rainha? eu julgo que noventa por cento das respostas são ditas, tendo como ideia principal, os colegas. é natural, não é?

então, se nos perguntam se a escola foi boa, não nos vamos pôr a pensar na qualidade das carteiras, dos quadros, do giz, do cesto de basquetebol. nada disso. o que nos vem à cabeça são mesmo os colegas que nós tivemos: as brincadeiras, as cumplicidades, os amores, os desgostos de amor, as jantaradas com eles, as noitadas a estudar, as matinés no quarteto, as jogatanas de futebol nos relvados da estados unidos, etc.

e depois recordamos os cafés. havia o grupo da suprema, os armados aos cucos que iam para o vavá, os que faziam casa no luanda e os que, como eu, tinham uma cadeirinha com o seu nome na sul-américa. penso que tudo girava à volta destas quatro casas. era para lá que fugíamos quando tínhamos os nossos furos ou faltava este ou aquele professor e nos lembrávamos que havia coisas mais giras para fazer do que jogar à bola.

há também outro elemento preponderante quando avaliamos se gostámos ou não da nossa escola. eu julgo que ter andado – e adorado – no rainha durante os anos oitenta é outra loiça. principalmente porque foram os “meus” anos oitenta. porque foi precisamente com pessoas que comigo lá andaram que eu ouvi pela primeira vez músicas tão díspares como o love will tear us apart, o easy lover, o comanchero (não gozem) ou o tight connection to my heart.

hoje, contudo, não quero falar sobre os meus colegas, sobre os meus cafés, sobre os meus jogos de futebol. não, hoje quero ser crescidinho (por mais difícil que isso seja) e falar sobre os professores que tive no meu rainha. e, de entre os mais de, sei lá, 60, 70 professores, há uma que me vem logo à memória. estou a falar da professora maria de lurdes guisado.

hoje este texto é direitinho para ela.


tive a sorte de a conhecer no meu sétimo ano. inusitadamente, quis o destino e a sorte que fosse minha professora de português durante mais quatro anos.

era uma professora à moda antiga. eu julgo que é a primeira ideia que nos vem à cabeça: uma professora à moda antiga. no entanto, é uma ideia que não lhe faz inteira justiça. simplesmente porque julgo que não houve no antigamente, uma professora como ela.

a primeira coisa que ela nos disse, a nós, reparem, meninos e meninas com 12 anos foi:
- boa tarde, o meu nome é maria de lurdes guisado, sou a vossa professora de português. dizem que é bom estar-se de bem com deus e com o diabo. pois, meus caros, eu sou o diabo.

e pronto, como um árbitro de futebol que quer segurar um jogo mostrando um cartão vermelho logo aos dois minutos de jogo, também ela segurou aquela turma e aquelas pessoas para a vida.

e afinal o tal diabo que ela tanto apregoava ser, não era mais do que uma pessoa que retribuía tudo aquilo que exigia. que exigia um respeito infinito mas que entregava muito mais que isso.

e eu ando aqui de volta deste texto, querendo fazer-lhe uma bonita homenagem e tenho a certeza absoluta que não estou a conseguir dizer tudo o que esta mulher merece. além de que é escrito num português que ela, certamente, logo diria não ter sido o que me ensinou.

por isso, e porque depois me alongo, me espraio e já ninguém me agarra, vamos lá pôr isto esquematizado:


- as suas aulas
nas suas aulas ninguém se portava mal – e olhem que estamos a falar duma turma que, por exemplo, num só ano teve 5 (cinco!) conselhos disciplinares, com algumas expulsões à mistura. conselhos esses onde ela nos defendia até ao tutano com frases tão simples como: “nas minhas aulas ninguém me falta ao respeito, ninguém se porta mal. têm a certeza que estão a falar das mesmas pessoas?” –, ninguém se atrevia a copiar. no início da aula as meninas entravam primeiro que os rapazes porque os homens tinham de ser cavalheiros. se algum outro professor ou elemento do conselho directivo entrava na aula, levantávamo-nos de imediato como sinal de respeito. ah e ninguém comia pastilha.

aquelas aulas eram quase reuniões maçónicas. o que se passava lá dentro não transpirava para fora. se um aluno calhasse ser repreendido, seria, é certo, sempre em voz alta mas nunca fora de portas. que me recorde ou que eu saiba, nunca se queixou - ou comentou - a qualquer outro professor das coisas menos boas que lá aconteciam. para fora, as suas turmas eram sempre as melhores do mundo.

era incapaz de esquecer o nome dum aluno. guardava as folhas de aluno de todos os seus anos escolares. e tinha uma memória fantástica para arquivar naquela cabeça todos os mais ínfimos pormenores relacionados connosco.

os testes eram enormes. para colmatar isso, entrávamos no início do intervalo anterior ao teste e só saíamos no final do intervalo posterior. e acreditem, nunca ninguém conseguia escrever tudo o que pretendia.

de tempos a tempos havia sabatina de verbos:
- voluntários, voluntários, voluntários, quem quer ser voluntário para uma sabatina de verbos?

e lá íamos respondendo às suas provocações:
- então, meu caro, diga-me lá: primeira segunda ou terceira conjugação?
- pode ser segunda.
- comer. agrada-lhe?
- sim.
- pretérito-mais-que-perfeito do indicativo, podemos começar?
- eu comera, tu comeras, ele comera…..


- livros
mesmo que houvesse pessoas que não gostassem de ler, tinham de se aguentar à bronca. havia um livro que era por si escolhido e que era lido em casa durante uns dois meses. mas uma leitura crítica, nada de coisas assim ao de leve. na, nada disso. era tudo com anotações nas margens, com grandes estudos sobre as personagens, os locais, as descrições, etc. depois, havia um dia, em que íamos voluntariamente ao estrado, pegávamos num papelinho à sorte contendo meia dúzia de perguntas, e respondíamos às mesmas como se estivéssemos num concurso. e foi assim que eu li e adorei: o cavaleiro da dinamarca, o kurika, a morgadinha dos canaviais, a cidade e as serras, o bobo, o inevitável os maias, os bichos e claro, os lusíadas.


- cultura geral
era incapaz de passar por um feriado, uma efeméride qualquer, sem nos contar uma história sobre esse dia. quer fosse o são martinho, quer fosse o carnaval
e as incontáveis histórias relacionadas com as suas duas tuberculoses: “não se esqueçam que quando andam a mandar ovos uns aos outros, há tuberculosos que necessitam de comer pelo menos um por dia”!
quer fosse o dia de reis. com uma formação e uma vivência vincadamente católicas, estava como peixe na água a falar sobre estas histórias que nós ouvíamos duma forma sempre atenta.

não falava dum escritor sem contar uma curiosidade sobre o mesmo. não falava do eça sem contar que em paris foi a correr até ao nº 202 (ou será 222, oh diabo que já não me recordo bem) dos campos elísios para ver se existia a casa do jacinto de a cidade e as serras. não havia uma história que fosse dita em vão, não havia um comentário que viesse a despropósito. ali tudo era pensado com uma exactidão cirúrgica.


- teatralidade
não há um único aluno dessa minha turma que não se recorde de como ela era muito gestual na aplicação dos seus dotes pedagógicos. aliás o seu maior trunfo, o que mais a distingue de todos os outros professores que eu tive (e perdoem-me alguma injustiça) é o facto de se lembrar que estava ali para ensinar. e este “ensinar” é algo que está cada vez mais esquecido. a última coisa que eu me lembro de ela ter feito é de ter debitado matéria.

certo dia, estava ela a ensinar o segundo canto dos lusíadas (que eram lidos em voz alta e explicados tintim-por-tintim), por alturas em que vasco da gama é impedido por vénus e as nereides de entrar no porto de mombaça, escapando à traição do piloto mouro. então ela, com aquela voz já rouca e coberta de emoção diz-nos:
- a vénus, reparem, a vénus e as nereides colocaram o seu peito de encontro às naus lusas.

e ao mesmo tempo que dizia isto, batia com a mão na sua bata branca por altura do peito, encostando-o de seguida à porta da sala, fazendo uma força tremenda contra ela.
- assim, assim, estão a ver? assim, assim, com força!

foi pois nesse momento que uma empregada tentou entrar na sala para entregar uns pedaços de giz que tinham sido gentilmente pedidos pela professora. e a empregada rodava a chave e forçava a porta qual uma nau, e a maria de lurdes empurrava de volta qual nereide na barra de mombaça. e ali ficaram, dois, três segundos, num abre e fecha até perceberem que não estavam num palco teatral. risada geral.

outras histórias recorrentes focavam a sua vivência em peniche, sua terra natal. as histórias dos pescadores.

as tormentas que eram as viagens às berlengas:
- então diga-me lá para que servem estes baldinhos aqui debaixo dos nossos assentos?
- ó maria de lurdes, quando estiveres em alto mar, logo verás.

e fazendo loopings com os olhos, imitando o ar de enjoo, olhava depois para nós e dizia
- com o tamanho das ondas, descobríamos logo em minutos para que serviam os baldinhos.

e o gil vicente? ai que saudades daquelas aulas onde podíamos dizer bem alto e em frente duma senhora de idade, todo aquele asneiredo que só arriscávamos pronunciar entre nós, colegas.
- ó amadeu, não se acanhe, nem se envergonhe. é precisamente nesta ocasião que você deve dizer isso sem gaguejar. ora o sapateiro dizia o quê, senhor amaral:
- ah! nom praza ò cordovão, nem à, à, à, ai professora que eu não consigo dizer.
- quer que eu diga?
- eu prefiro.
- nem à puta da badana
se é esta boa traquitana
em que se vê joanteantão!


- expressões proibidas ou corrigidas – coisas que aprendemos para a vida
“- ó professora (ali não havia lugar para storas), desculpe lá. posso fazer uma pergunta?”
“- desculpe lá? onde? aqui? aqui assim? ali? onde quer que eu o desculpe?”
era este o diálogo recorrente sempre que alguém dizia, “desculpe lá”.

“hall de entrada”
ensinou-nos que não há halls que não sejam de entrada.

“constatar”
odiava esta palavra. dizia que sempre que possível, devíamos evitá-la. primeiro porque é um francesismo e depois porque existe verificar ou observar que são bem mais bonitas.



sei lá, muitas, muitas outras histórias que ficam por contar. neste dia que o meu rainha comemora sessenta anos, a minha memória tem de ser dirigida à pessoa que eu ligo imediatamente aos anos que lá passei. esta extraordinária professora merece sem dúvida esta homenagem que peca, obviamente, por defeito.

julgo, no entanto, que são poucos os seus alunos - mesmo os que nunca receberam uma nota positiva dela ou que se tenham sentido injustiçados por esta ou aquela eventual decisão, que a não considerem como tendo sido: a sua melhor professora de sempre.

acima disso, acima dum superlativo e raro grau de pedagogia, reconheço nela uma das mais incríveis mulheres que eu já conheci.

obrigado, senhora dona maria de lurdes, por ter sido minha professora.