A trisavó da minha filha, a grande Ermerita Costa, fez 100 anos. E pronto, tinha aqui pano para mangas para fazer um postaço dos diabos, não é?
Mas sinto que não tenho pedal para lhe prestar a homenagem que ela (e que a ocasião) merece.
Pedal, pedal, tem ela. Sem dúvida alguma. Assitimos àquele soprar de velas (nunca tinha estado numa festa de aniversário cujo bolo tivesse 3 velas) e vemos que este centenário é, para ela, um reles patamar. É isso que mais nos deixa perplexos, é verificarmos que o seu fim não está cada vez mais próximo, o início é que já vai longo.
Tanto é que, quando cantámos os parabéns e ela soprou as velas, fez logo ali, uma declaração que soou a promessa para ser cumprida: "aviso já que ainda vou viver mais 2 ou 3 anos."
A esse propósito, relembro outra história ocorrida no seu 99º aniversário. Quando lá chegou a casa uma amiga (seguramente, uns 50 anos mais nova) para lhe dar os parabéns, disse de imediato: ó Amélia, tira aqui uma fotografia comigo, para eu depois a pôr aqui na prateleira e lembrar-me de ti quando morreres!
E o mais incrivel é que não diz estas coisas para que os presentes se riam. Não, di-lo com a convicção de quem gosta mesmo é de viver.
Maravilha!