segunda-feira, dezembro 27, 2004

Discos Marcantes #2

Hall & Oates - Live at The Apollo



Chegaram lá a casa num destes dias, quatro dvd’s dentro de uma caixinha com imagens do Live Aid. Finalmente, e após 15 anos, iria poder rever um dos dias mais marcantes dos meus anos 80. É que a bem dizer, estão lá praticamente quase todos os nossos queridos meninos e meninas daquela década tão fascinante. Após o entusiasmo e a excitação inicial, dou uma vista de olhos pela setlist e reparo que lá para o fim, mais concretamente no dvd nº 4, aparece a actuação dos Hall & Oates, mas acompanhados pelos antigos membros dos Temptations, Eddie Kendricks e o David Ruffin. Pensei cá para comigo, é pá, tu queres ver que isto é a cena do Live at the Apollo.

A história começa 16 anos atrás, lá para os lados de 1989/90, altura em que, inspirados pela banda sonora do “Big Chill”, eu e o meu grupo de amigos entrámos numa onda de música dos anos 60. Ora, paralelamente a isso, dou de trombas na secção das promoções da Frineve do Areeiro, com um álbum ao vivo dos Hall & Oates. Chamava-se Live at the Apollo. À primeira vista a coisa não me pareceu muito interessante, pois não tinha nenhuma das minhas músicas favoritas: Meneater, Out of touch, Dreamtime, Say it isn’t so, etc… Mas como tinha umas cenas dos anos 60, e do "Big Chill" decidi arriscar. E arrisquei bem. É dos discos mais tocados de sempre lá na aparelhagem de casa.

O espectáculo retratado neste disco aconteceu no dia 23 de Maio de 1985, data que marca a reabertura do Apollo Theatre após longos trabalhos de restauro. Conta-se que foi o novo dono do teatro que escolheu expressamente Hall & Oates para o evento de abertura. Para essa noite, Hall & Oates convidaram David Ruffin & Eddie Kendrick, antigos membros dos Temptations.



O disco reza assim,
Lado A
1 – Apollo Medley:
a) Get ready
E começa logo a rasgar. Aos primeiros acordes de um baixo potente, ouve-se a voz de Daryl Hall anunciar “All right! Now, now comes the special portion of our show. I get to bring out a very special a dear friend of mine, one of the original Temptations, Mr. Eddie Kendrick. Eddie!” e depois é sempre a abrir com o Eddie em falsete e o resto do pessoal a responder em coro. Era uma música que desconhecia. Mas para quem tinha comprado o disco às escuras, não podia pedir melhor abertura. Está lá tudo: os metais, os coros, a bateria sempre a rasgar. Bom, um espectáculo.


b) Ain’t too proud to beg
Desta vez é o John Oates que anuncia a entrada do seu amigo “All right! Next guy we’re bringin’ out right now, no stranger to the Apollo Theatre! The voice you know and love, David Ruffin!”
Esta canção fazia parte do Big Chill. Não era, pois, novidade para mim. O que não estava à espera era esta versão ser ainda melhor que o original. Só ouvindo.


c) The way you do the things you do
Sem pararem, arrancam para mais uma dos Temptations. Na mesma linha (qualitativa) das anteriores e sempre com aquele ritmo tipo anúncio-de-tv-da-Coca-Cola. A festa continuava desta vez com o Eddie Kendrick a liderar as vozes.


d) My girl
O final deste medley e da actuação dos artistas convidados acontece com o My girl. Outra que fazia parte da banda sonora do Big Chill. O público já está num delírio total e aos pedidos de David Ruffin “Everybody can sing this. Come on!” todos alinham já embalados por aquela especial reunião de vocalistas. Este conjunto de músicas termina da mesma forma como acabou e, novamente com os acordes do Get ready, fazem-se as despedidas da praxe.


2 – When something is wrong with my baby

Uma fantástica versão de um dos maiores êxitos de Sam & Dave.


3 – Everytime you go away

Ora bem, eu já conhecia esta música através de uma versão do Paul Young – Lp Secret of Association, 1985 – que, obviamente adorava. Mal sabia eu que o original era destes gajos. Confesso que a princípio, ouvir esta música por estes dois marrecos não me soou muito bem. Mas como dizia o outro em relação à Schweppes, a princípio estranha-se e depois entranha-se, também com esta música sucedeu o mesmo. É uma g’anda baladona e ponto final.


Lado B
1 – I can’t go for that (no can do)

Este lado do disco, confesso não foi tão tocado com o anterior. Mas não invalida que não tenha umas perolazinhas. Esta música, aparentemente fraquita, acabou por vir a ser uma das minhas favoritas deste duo.


2 – One on one
Originalmente do álbum H2O (1982) que continha o grande Maneater, esta música é boa do início ao fim. Termina com uns ooh baby, go baby muito soul e r&b e certamente cheio de esgares no rosto da Daryl Hall


3 – Possession Obssession
Se fosse a escolher agora, esta seria a eleita para música favorita do álbum. É do Big Bam Boom (álbum de 1984) que já tinha o bacano Out of touch. É cantado pelo John Oates. Mas o final é apoteótico com uns bola-para-lá-bola-para-cá vocais entre os lead e os background vocals fantásticos.


4 – Adult Education
No melhor pano cai a nódoa. A piorzinha. Ou melhor, é má. Ok? A evitar.


Há cerca de 2 anos consegui finalmente comprar isto em CD. Como não se encontra ali ao virar da esquina, arrotei com 7 contos (portes incluídos) por uma versão japonesa na amazon.com. Mas valeu a pena.

2 comentários:

ana disse...

É possivel que goste sim! :)

Anónimo disse...

Amigo, parabéns pelo seu texto, ficou perfeito! Eu sou muito fã do Hall & Oates, para mim qualquer que venha deles só pode ser excelente! Parabéns pela postagem de primeira qualidade! Um abraço!

Nízio Pedrosa
nizio.pedrosa@yahoo.de