quarta-feira, maio 23, 2012

começa por apresentar...

... a sua certeza «é assim porque eu sei que é... » mesmo que o «é assim» seja a coisa menos importante - no sentido de depois as pessoas dizerem «ah, sim senhor, muito bom! - ou facilmente «verificável». mas não, é logo de chofre: «é assim, eu sei que é assim».

às vezes não sabemos que é assim e a primeira impressão que temos é ficarmos contentes por termos descoberto, aprendido, uma coisa nova. depois vemos que «afinal não é assim» e começamos a desconfiar. porém a certeza, as certezas demonstradas mantêm-se inalteráveis. tudo bem.



mais tarde, nos outros «eu sei que é assim porque...» ainda fazemos figuras de urso, tentando alertar para o facto de nem sempre ser «assim». «recorda-se que também da outra vez... julgava que era assim e foi-se a ver e ...». mas não «é assim!» e se depois afinal não for, logo se vê. mas por princípio, «é assim».

a seguir vem aquela fase em que o «é assim» nos incomoda. é isso, há um desconforto em presenciar, em ter que aturar, que lidar com aquela sucessão de «é 'assins'», cabotinos e arrivistas. mais a mais porque quando vem a verificação que afinal o «é assim» era um «é assado», acontece-nos um sorriso irónico, pavloviano, como que a dizer «mais uma das suas certezazinhas, não é?»



ontem lá veio mais outro «é assim». afinal - olha a novidade! - não era «assim». pronto, já atingimos aquela fase em que já nada fazemos: nem alertamos, nem sorrimos ironicamente com o ridículo destas situações, nem.... simplesmente encolhemos os ombros e rezamos para não estarmos presentes no próximo «é assim» que certamente surgirá.


gosto tanto de pessoas com certezas.

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