sábado, fevereiro 11, 2012

sou do tempo em que nos genéricos ou nos créditos finais passava vivaldi ou ravel

eu já de cama com a gripe a bombar e chegam as duas juntas da rua. 

na tv, baixinho, está a dar o querido.

a mais pequena junta-se a mim. a mais crescida junta-se mais tarde.

vemos juntos as transformações, ao sons de ohhhh, ficou tão giro... (mas porque caralho agora passaram a colocar papel de parede em tudo o que é casa? há dois locais onde o papel de parede e as alcatifas ficam bem: no lixo!)

chega o casal «transformado» (dois negrões e uma filha bebé que se peidou quando tiraram a venda) e ficamos em silêncio a ver aquilo: eu já a chorar - choro sempre no querido - a mais pequena interessada, claro, em dois puffes rosa choc e a mais crescida a controlar outros pormenores.

uma músiquinha calminha a acompanhar o casal surpreendido enquanto percorrem as divisões da casa (assim já num ambiente operação pirâmide e tal), os agradecimentos do gustavo e daquela decoradora que tem pinta como tudo... o programa a terminar e... quando menos se espera, na altura em que aparece a descrição dos produtos e dos patrocinadores a música passa a «nossa, nossas, assim...» pronto, está a burra nas couves. 


eu que já estava mais para lá que para cá fiquei pior, a mais crescida a levar as mãos à cabeça e a mascote a levantar-se num ápice, pondo-se de pé em cima da cama e cá vai de empinar o cu «a minha filha não tem cu, tem rabo!», ou melhor, a empinar o rabo e com as mãos a fingir um leque de abano «e passou a menina mais liiiiinda!»


são já três da tarde do dia seguinte e ainda não estou bom.

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