sexta-feira, novembro 28, 2008

performance

por razões que não vêm agora ao caso, é visita lá da nossa casa, uma senhora já com umas décadas valentes no corpo mas que tem o espírito e a alma todos enxutos.

é, digamos, uma velhota toda práfrentex.

revela esse seu lado modernaço utilizando, sempre que pode - e mesmo quando não pode - palavras estrangeiras ou não, que "apimentam" as frases que profere. falo de palavras ou interjeições, como: cachet, oh yeah, glamour, class, style, uau, etc.

num outro dia, quando lhe dava boleia para a estação, enquanto falávamos do frio, do trânsito e da previsão meteorológica, interveio da seguinte forma:

- sabe pedro, fica bem com essa barba.
(eh pá! qual barba? pensei eu. isto quanto muito é um projecto de barba, mas tudo bem) - ai sim? obrigado.
- sabe, dá-lhe assim um ar de...
- (ai o que é que ela vai agora dizer)
- ... um ar de ...
- (ai...)
- ... um ar de performance!

não me fodam, uma senhora que me diz que há uma parte do meu corpo - seja lá ela qual for - que me dá um ar de performance - mesmo que a senhora não saiba o que quer dizer - merece todo o meu imensurável respeito.

performance, foda-se!

(tentem lá agora bater esta!)

repito, performance!

beat box

há umas quantas músicas, maioritariamente dali daquela zona que vai de 1977 até, vá lá, 1983 - encontrando-se no entanto vestígios ainda em 1984 e inclusivamente em 1985 -, que têm aquele ritmo de bailarico dos anos oitenta e que me fazem jingar ajancas - é aquela parte do corpo eruditariamente denominada por "ancas" - e abanar a cabeça para um lado e para o outro, ao mesmo tempo que as mãos fechadas batem verticalmente uma na outra, alternando a esquerda com a direita, ficando a primeira uma vez em cima e a outra em baixo, mudando de posição em seguida.

isto pode parecer muito técnico - e é - mas se forem aqui ao teledisco do discotheque, verão que na parte "satuday night fever" - minuto 1 e 42 e seguintes - o the edge efectua essa ginga, perante o abanar de cabeça aprovador do seu vocalista quando que ele passa defronte dele.

ora dentre essas músicas que aludo no primeiro parágrafo, há uma que, digamos, me incendeia. falo do last night a dj saved my life dos indeep.

calma, não comecem logo a mandar as pedras que reuniram assim que se sentaram em frente do pc e pensaram «deixa-me cá mandar uns pedragulhos aos cornos do pitx».



para mim esta canção - canção, é realmente uma palavra supimpa - começa dois anos antes com a linha de baixo do another one bites the dust que vinha no lp de 1980 chamado the game.

é com uma linha de baixo parecida com a que o deacon inventou para o another one.... que os indeep criaram uma das minhas canções favoritas para abanar o esqueleto.

a somar a isto, temos de referir mais dois ou três pormenores que me deixam perfeitamente de rastos e que para mim são alguma da raiz destas coisa que é o som dos anos oitenta.

comecemos pelo vídeo.



eu suponho que não havia teledisco destes gajos na altura, por isso o que se vê por aí são meras actuações em programas de tv.

poderão neste momento estar a questionar a minha sanidade mental por estar a mostrar este clip, mas acreditem, eu gosto mesmo disto. sei que é foleiro, sei que não é muito giro - atenção, calma, a música é fantástica, ok? - mas eu nutro, digamos, um carinho igual ao que acontece quando ouço os comentários do gabriel alves, que metem a um canto toda a porcaria da sport tv e da tvi.

adiante.

dizia eu que há elementos neste clip que merecem um registo pormenorizado:

- comecemos logo à partida pelo povo que está a assistir àquilo e a gingar ao mesmo tempo que bate palminhas. um mimo! as roupas então... pronto, no fundo eram precisamente as roupas que todos nós usávamos.

- dêem uma vista de olhos à cantora do lado esquerdo. gosto particularmente da maneira como ela demonstra, ao efectuar aqueles passos de dança, que os seus antepassados eram... patos!

- temos então a linha de baixo por fundo, enquanto que desata a tricotar sobre o baixo, uma guitarra com uns acordes, o mais funk possivel.

- ao centro, ora ao centro é que estão elas. mas já lá vamos.

- quero referir que é notável o casting que foi efectuado dentre o leque de "sons" que se podem adicionar a músicas. existe o som do telefone a tocar que alude ao facto de uma delas ter ligado para casa do seu homem e de ninguém ter atendido. foi então que o dj salvou-lhe a vida com uma canção. isto é poético, foda-se. depois vem o som do guinchar dos pneus. ao que parece ela pegou no carro para bazar dali mas não teve muito sucesso.

- e vem então a parte em que o senhor do meio intervem. bom, ele esteve o tempo todo a dedilhar o baixo, é certo. mas aqueles wayfareres de lentes escuras e a barba assim, à lá rick rubin, faziam temer o pior. é então que ele assume o papel de dj e filosofa da seguinte maneira:

there's not a problem that i can´t fix
cause i can do it in the mix
and if your man gives you trouble
just you move out on the double
and you don't let it trouble your brain
'cause away goes troubles drown the drain
i said away goes trouble down the drain

e se estas palavras já eram um nirvana do caraças ditas da forma que o são, ao colocar-se um som dum autoclismo numa canção funk/disco, meus amigos, é memorável

- well all right!

notas finais: os indeep fizeram também o when boys talk e o subvalorisado e fantástico buffalo «iupi iá ei iupiá oh oh, iupi iá ei iupiá oh oh...» bill. a mariah carey decidiu por sua vez, regravar o last night... mas eu já tenho coragem de fazer aqui qualquer link. tudo o que não tenha o ar cool do senhor de barbas e óculos escuros, meus amigos, para mim não merece referência.

quinta-feira, novembro 27, 2008

mais triste que um pai bater num filho é um filho que bate no pai

existia um filho e um pai. um pai que era assim uma espécie de excremento farsola. do mais farsola possível. daqueles que nem para estrume servem. e esse pai não gostava desse filho. e esse pai, por isso, nem sequer falava com esse filho. e o filho nem era daqueles que tinha dado muito trabalho ao pai com cenas de drogas e roubos e afins. simplesmente o pai não gostava dele, mas gostava de apregoar esse ódio.

e esse filho que existia deixou de existir porque morreu. e o senhor da polícia que telefonou lá para casa a avisar o pai, recebeu como diálogo a seguinte frase:
- olhe que se é para me falar do meu filho, é bom que seja para me dizer que morreu porque já não posso mais com ele e com a vida dele.
- ...pois... infelizmente... como é que eu hei-de dizer isto... infelizmente é mesmo sobre isso... é que o seu filho morreu mesmo.
- olhe, é de maneira que já não me chateia mais. está melhor agora, é o que é.

e o pessoal por vezes tem problemas de consciência e nem consegue relativizar muito esta coisa do exercício da maternidade e tal e, tragicamente, é com história destas que vemos que afinal há coisas bem piores do que a nossa filha que é uma besta (e é mesmo) porque faz sempre birra para comer de manhã.

p.s.: a coisa ganha contornos de loucura e estupidez quando se chega ao ponto do dito pai, ao se ver na eminência da partida do funeral do filho, de lisboa para uma terra da província, ter pedido ao senhor da funerária para lhe levar o frigorífico na carreta "porque lhe dava jeito ter uma coisa daquelas na terra."

quarta-feira, novembro 26, 2008

from now on

paris

adorado desde o início dos oitentas, comprado na feira - 5 pintores - aí por oitentas e setes ou oitentas e oitos, uma delícia para as décadas seguintes.

o melhor disco ao vivo de sempre?



quem sabe?

guess i'll always have to be
living in a fantasy
that's the way its got to be
from now on

inventam tudo*

a patti, uma gaja que me encornou durante os 3 anos que namorámos... espera, não é nada disto.

a patti, uma gaja que me mudava a algália quando eu fui operado.... também não é isto. eu sei que é uma coisa má mas não me estou a recordar.

a patti, uma senhora que nos atirava com baldes de água de cada vez que lhe patinhávamos a escada onde era porteira... ainda não é bem isto, confesso. mas eu sei que é uma coisa má, porra!

a patti, uma chavalita que lê o meu blog - é isso, porra! - recordou-me que hoje faço 4 anos de escrita ao mais alto nível. ao nível, do rato e do teclado - confesso, nem gastei uma única carga de caneta e também não cheguei a aguçar o lápis. é tão giro dizer aguçador, não é?

pois é verdade, foi há 4 anos que me meti nestas coisas. nada mau, não é? já dura há mais tempo que o jornal já do miguel portas. e diga-se de passagem, não precisei de ter os dentes tão escuros que os dele.

dizem que é dos chocos com tinta. acredito.

e posso ter a barba mais mole que a do senhor, mas caramba, tenho um blog que dura há mais tempo que o extinto jornal e tenho também mais fios capilares que ele. e seguramente que a minha irmã corta melhor o cabelo que a irmã dele.

e eu imagino que logo à noite vou aparecer no telejornal da manela e quero estar bonitinho, ora!

* pronto, o segredo acho que é um site que nos indica quando os blogs fazem anos. vá-se lá a saber porquê, houve uns senhores (ou senhoras) que se lembraram de lá escreverem o nome do meu blog.

parvos!

serviço público




você (mulher, homem abichanado ou homem sem ser abichanado mas também sem problemas com a sua sexualidade) chega a casa com aquela fome que até tresanda.

procura nas gavetas o seu vibrador favorito (ai do que ele se foi lembrar). encontra-o.

senta-se na sala a massajar... ora a massajar a face, não é?

e massaja e massaja e massaja e às tantas aquilo cai-lhe no colo e vai-se lá a saber porquê, deu-lhe vontade de comutar o botãozinho para a velocidade máxima.

e é então que aquilo começa a fazer barulhos estranhos. procura por um buraquinho, um botão, uma gaita qualquer que faça reset à coisa e nada acontece. procura nas gavetas pelo manual de instruções, quer desligar a coisa e já não se recorda como se faz. o seu companheiro (companheira, companheiros ou companheiras - riscar a palavra que não interessa, por favor) está quase a chegar e você está com vergonha do que ele possa pensar «ó luís alberto, pela alminha da tua mãe e minha sogra, eu juro que estava só aqui a massajar as maçãs do rosto. o quê, estou com os collants para baixo? tinha estado a mijar, porra!» e o raio do manual de instruções que não há maneira de aparecer...

pronto, nós temos a solução. vá até este site, insira a marca e o modelo e tem a vida facilitada.

(e eu acho que aquela caixa enorme onde guardo aqueles calhamaços dos manuais de instruções de tudo o que é coisa - sim, pareço quase o diniz jaime - lá de casa, é agora que vai mesmo para o "baldo lixo" - é assim que se escreve, não é?)

luxo sem lucho

não era suposto o jesualdo ter criticado a arbitragem de ontem por ter validado um golo precedido de mão?

ah, como lhe deu jeito não se diz nada. é isso? ou afinal o argentino tem ombro ali até ao cotovelo, é?

pronto, siga a dança.

cebolada

vi há pouco o rodriguez ganhar uma bola, virar-se para a baliza e seguir por ali fora, chegando mesmo, depois, a passar a bola a um colega.

nunca tinha visto.

é giro.

terça-feira, novembro 25, 2008

momento da verdade

você vai a como a quem vai, pronto, assim do i cê dezanove para a damaia e num repente o carro pára. olha para o tablier e vê que realmente o depósito está mesmo a zeros. está uma chuvada do caneco e você tem as suas gémeas bebés no banco de trás. por sorte, lembra-se que há um garrafão velho do porta bagagens. tem de ir até à bomba abastecer mas não pode carregar com as crianças porque elas farão uma birra descomunal e além disso não conseguiria trazer tudo ao mesmo tempo. já para não falar que as crianças por causa da molha da chuva apanhariamgripalhada na certa.

entretanto uma pessoa ali daquele bairro mesmo, mesmo, mesmo ali ao lado, pára o seu tunning luminoso junto do seu carro, abre o vidro, ajeita a pála do boné, coça a orelha e o diamante que lá está preso, baixa o volume do rádio e pergunta:

- ô dréd! qui'stás fazendo aqui parado?

você explica-lhe a situação tin-tin por tin-tin, duma forma educada e civilizada.

ele então diz-lhe:

-se tu quiseres, órientas-me aí 20 euros que eu vou ali à bomba safar-te disto, queres? mas tens de me dar também mais outros 20 para eu ir comprar também um panfleto. para render mais logo, considera como sendo uma comissão. eu depois ligo-te mais tarde e devolvo-te esses 20 euros.

você diz que sim, diz que não ou diz que sim a medo?

e se em vez do rapaz bronzeado - como diz o berlusconni - parasse um destes senhores, com uma conversa idêntica. como reagiria?




tróia resort

eu ando aí com uns três posts na cabeça mas são todos, infelizmente, para "dizer mal de" e isso gasta-me muito e consome muito tempo. quero dizer mal do francisco camacho, da gq, das gajas que aparecem nas revistas supostamente masculina portuguesas, quero dizer mal... e não tenho tempo.

falemos de amor


aí por volta de 1990 e 1991, o meu pai, recém proprietário de um video-gravador, aproveitava as minhas ausências ao serviço do excelso e ridículo serviço telegráfico do exército desta nação, para validar, aos olhos do seu filho, acções que lhe garantiriam o reconhecimento como "pai modernaço".

dentre essas coisas que ele fazia, conta-se a gravação de programas do tutti "colpo grosso" frutti dos serões da sic «caldo, caldo, fredo, fredo...» ou então matinés de variedades com cantores modernos.

numa dessas cassetes que ele gravou estava um concerto da sinéad o'connor de quem, obviamente, só conhecíamos o "... guess, what he told me, guess what he told me...". no início achei uma tolice aquela gravação. mas com o tempo e com as intermináveis vezes que fui vendo, a verdade - vamos lá tirar o chapéu ao velhote - fui acabando por gostar.

durante anos, sem saber de alguém que tivesse discos da sinéad fui-me mantendo na ignorância acerca dos títulos das canções que estavam nesse concerto e, porque parte das letras são interpretadas com guinchos, urrus e afins, também não consegui entender a maior parte do que a senhora dizia, para que pudesse procurar por essas discotecas da cidade.

além do last day of our acquaintance que percebi era também do mesmo disco do «it's been 7 hours and 15 days...» havia uma outra que nunca cheguei a saber nome da canção e muito menos em que raio de disco existia.

até há pouco tempo. perdida a tal cassete vhs, desatei noutro dia a fazer uma sindicância o you tube de ponta a ponta, até descobrir ao que vinha. e ao que vinha nem eu sabia muito bem o que era.

o que é mais engraçado é que há uns 10 anos, um antigo colega de trabalho (pronto, antes que perguntem, foi o hugo lima), tinha também essa gravaçao - ou tinha-a visto quando foi a casa de alguém ou coisa assim - e guardava sobre essa canção, a mesma menemónica que eu também criei sobre esse momento do concerto: é a parte em que ela aparece com um batido, eventualmente, da herbalife.

e apesar de ser uma interpretação bruta, por vezes esganiçada, outras vezes corajosa, outras ainda exagerada, a verdade é que eu adoro vê-la neste vídeo - recorda-me a natalie portman - gosto do povo a acompanhar «...there is no other troooooooooyy...", gosto que a guitarra seja de 12 cordas - apesar de nem sequer saber se isso é bom ou mau -, gosto que o povo só bata palmas a partir de certa altura e gosto da forma que ela fala sobre esta gaita, esta cena que é o amor.

não que o amor, o início do amor, o fim do amor, seja diferente aos 15, aos 20 ou aos 39 anos. o que é diferente é se ele acontece em 1796, em 1545, em 2008 ou em 1991.

pelo menos em 1991 havia estas canções. e eu acho que faz mais sentido o amor com as canções desta altura.



well, you should have left the light on
you should have left the light on
then I wouldn't have tried
you'd never have known
and I wouldn't have pulled you tighter
no, I wouldn't have pulled you close
i wouldn't have screamed
now I can't let you go
if the door wasn't closed
no, I wouldn't have pulled you to me
and I wouldn't have kissed your face
you wouldn't have begged me to hold you
if we hadn't been there in the first place
but I know you wanted me to be there
every look that you threw told me so
but you should have left the light on
you should have left the light on...

quinta-feira, novembro 20, 2008

se já com uma custa...

pergunto-lhe, num tom catastrófico dado o seu - apesar de contido, é certo - momentâneo mau feitio, se ela tem noção da desgraça que seria a minha vida, se se desse o caso de no futuro as duas ficarem com o período ao mesmo tempo.

- e ficas desde já avisado que realmente as mulheres que vivem juntas tendem, vá-se lá a saber porquê, a menstruarem-se na mesma altura!

(tentei fazer um simulacro mental da coisa e confesso que não consigo imaginar tamanha desgraça. pelo sim pelo não, escrevi o número da protecção cívil numa medalhinha que usarei ao pescoço)

quarta-feira, novembro 19, 2008

25 anos bp (before playstation)

percebemos que atingimos uma certa idade* quando visitamos o museu** do brinquedo e há lá jogos que já foram jogados por mim.

* cum caraças que isto não há maneira de parar ali nos 33, pronto!
** um museu, imagine-se! não estamos a falar duma mostra regional. estou a referir-me a um museu. uma casa com coisas velhas e tal....


eu já não chego a netos, é o que é!

nanda

ela questiona-me, através daquela coisa do mensageiro, se eu gostaria que ela cortasse o cabelo como a nanda.

replico, perguntando-lhe se gostava que eu abrisse uma barraca de comes e bebes chamada «amo-te, picheleira»

(acho que o meu casamento já teve melhores dias. não é uma questão de amor, é uma questão de racionalidade)


caguei para os contentores...

... eu exijo que haja uma petição nacional para sugerir (não convem obrigar ou forçar o mulherio) que a fernanda serrano deixe ficar o cabelo curtinho.

oh meu deus que coisa mais boa (e todas essas coisas que me passam pela cabeça)!



(desculpa lá o mau jeito, mas foi o filha da puta do cabrão do câncro que te obrigou a ficar mais... ó caneco, eu nem tenho palavras, pá. estás gira mas mesmo gira, porra!)

senhora dona estefânea

aqui, em 1979, a contar-nos que...

... and he was just like a great dark wing
within the wings of a storm
i think i had met my match - he was singing
and undoing laces
undoing laces.

e eu fico a pensar que seria algo, digamos prazeiroso se aqui a senhora dona estefânea me tivesse aparecido à frente, em 1979, vestida precisamente como aqui no teledisco, a contar-me estas coisas.

(talvez fosse melhor não em 1979 mas, vá-lá, em 1989. por via das dúvidas, em 1989 seria mais sensato. mas que viesse na mesma, pronto)




moutinho e manela, mandai-os passear!

e estou agora a pensar, os tais que se indignaram com as tais palavras da ferreira leite são os mesmos que se indignam com o que o moutinho diz na entrevista à gq.

faz-se um frisson do catano, publicam-se artigos, fazem-se declarações mas ninguém vai rever as imagens onde a senhora diz a tal frase, ninguém lê o que disse o moutinho, ninguém faz nada. pronto, emitem-se opiniões e omitem-se neurónios. é a vida.

será que há mesmo alguém que depreenda nas palavras da ferreira leite a ideia "eu cá queria era mesmo que isto fosse uma ditadura!"?

infelizmente, há!

será que há mesmo alguém que depreenda nas palavras do moutinho "eu cá queria era mesmo jogar no benfica!"?

infelizmente, há!

e andam por aí. e alguns são pagos por nós.

já sabes que aqui, o pessoal gosta mesmo é delas com uma pichota entre as pernas

estas coisas, este burburinho, este frisson, as declarações do alberto martins, toda esta parvoíce faz-me recordar o penalti em alvalade sobre o moutinho, no jogo frente ao clube. uns dizem que ele sentiu a mão e deixou-se cair outros dizem que ele caiu porque foi empurrado.

as declarações da senhora são... ou melhor, a forma como algumas pessoas reagem àquelas palavras vem reforçar a minha ideia acerca de como se anda a fazer política: tratam os palavras, as brincadeiras, as bocas, sei lá, os bitates como se fossem proferidas, solene e seriamente num discurso de cinco de outubro ali da varanda dos paços do concelho. por outro lado, são toscos, mancos e e incultos de ouvido com as palavras que, precisamente se ouvem nesses palanques.

venham cá pedir o vosso voto que eu vos manda cá para um sítio que eu cá sei.

segunda-feira, novembro 17, 2008

a caridadezinha, parte dois

perguntam-me, uma ou outra pessoa, pelos desenvolvimentos deste post. peço, desculpa, lá vou eu respondendo, mas há certas coisas que não se apregoam, não se contam, não se mostram descaradamente.

mesmo que, à primeira vista, pareça algo bonito e "humilde".

(para mim, é como olhar para a bandeja das oblatas quando ela passa à frente dos "mais afortunados do que nós", para sabermos o quanto é que eles eram solidários para com a paróquia.)

17 de novembro

e reparo agora que o texto anterior a este, foi escrito, curiosamente, dois anos depois dum famoso jantar de "ex-combatentes" do rainha dona leonor.

há datas do camandro!

coincidências.

cabral

o meu bairro não foi produtor de pessoas que possamos dizer que vieram a ser, digamos, vá lá, famosos.

quando lemos as entrevistas biográficas nos jornais a quem quer que seja, há lá sempre uma ou outra referência a um antigo amigo de infância que agora é ministro, ou jogador da bola, ou actor de teatro ou reitor universitário. no meu bairro não temos nada disso.

quanto muito temos um gajo que jogou na primeira divisão, um outro que foi porteiro de discoteca e sex symbol regional outro que foi dirigente federativo e pouco mais. pessoas com cursos superiores antes da minha geração não foram coisa abundante. ainda agora recordo bem o cachet que era podermos dizer como remetentes - já que imaginaríamos algo muito distante, podermos ouvir como destinatários - «o nuno, primo do kaiser anda no técnico." carái, andar no técnico, imagine-se. porra, era algo muito além.

assim, tirando os que tiveram sucesso, digamos, individual - e houve, obviamente, muitos, graças a deus - gente famosa, meus amigos, não houve.

a minha escola secundária, o rainha, já teve mais qualquer coisa de, digamos, conhecido: há ali aquela que escreve nos jornais; aquela que namorava com o irmão da cláudia e que tinha sido miss fotogenia ou lá o que foi; aquele que é, digamos, empresário na área canina, etc.

saudosista como eu sou - será que é um mal (ou um bem) exclusivo da minha geração? - faz-me sempre bem, saber o que é que este ou aquela "agora fazem". se casaram? quantos divórcios agora têm? em quantos blogs escrevem? coisas assim, nada mais que isto. não tenho a veleidade de imaginar que vou estar com eles todos os dias da minha vida, não sonho que vou passar o resto das noites a falar com eles ao telefone, não pretendo convidá-los para o baptizado dos meus filhos, nem quero que me forniquem a alma quando o meu clube perde... mas gosto, gosto de saber que (ainda) existem.

ainda antes desta coisa de mircs, mails, blogs, ou hi5, vi, uma noite, num programa da rita ferro rodrigues um dos meus dois melhores amigos da preparatória. ihhhh, ele estava na mesma. já não falava com ele há uns valentes anos e fiquei ali meio estarrecido a olhar para o gajo a ser entrevistado pela miúda. ele agora tinha uma actividade profissional completamente diferente daquilo que eu imaginei, quando tínhamos 11 anos, que ele pudesse vir a ter quando fosse crecido. pensei que o seu futuro estava ligado a qualquer coisa como a redacção dalgum "jornal do incrível" ou, eventualmente, ser funcionário da nasa. mas não. durante o seu percurso numa escola secundária diferente da minha, era um dos sex-symbols do camões, foi surfista, gostava de música de vanguarda e ali, no programa da tv dizia-se escultor/restaurador. um mimo! não descansei enquanto não telefonei para lá, inventando uma pergunta reles qualquer, apenas pelo prazer de lá enfiar a frase "... só por curiosidade, eu sou o jaime, teu colega da cesário verde...". prazer esse redobrado porque ele fez aquele sorriso que o nick também faz quando a karen começa a tocar os primeiros acordes dos stones no funeral do alex.

na minha vida tive sempre um ou outro fio solto de antigos amigos. gente com quem me dava muito bem e que a vida obrigou a que cada um seguisse o seu caminho. gostei de rever, por exemplo, há uns quatro anos, na fil, o meu primeiro amiguinho da primária. foi mesmo emocionante, confesso. e já nem encomendo que do lado de lá também haja o mesmao enternecimento. eu não posso obrigar que todo o mundo venha com o pacote "vaz nápoles" incluído na encomenda. - meu caro engenheiro, sabes do que falo, não sabes?.

por isso foi com alegria que descobri, noutro dia, que dentre o grupo de pessoas que entrou sorrateiramente pela porta de serviço do prédio da sinfonia, na avenida de roma, para se entregar aos prazeres carnais dum jogo de bate-pé, há gente que agora são engenheiros encartados, tradutoras de grego ou ilustres advogados. não fiquei alegre por saber que são essas coisas todas, fiquei foi contente por saber que essas pessoas ainda existem. o facto de terem essas profissões tão credenciadas só apimentou a coisa.

mas gostava de saber, sei lá, o que faz o varela que andava sempre de sobretudo; o paulo jorge que era a loucura das meninas e que vi pela primeira vez trajando umas jardineiras de ganga quando fui ver os horários do segundo ano; o luís pedro de odivelas, o rui fernandes de chelas; o edmundo que virou bombeiro, a cláudia - menina do meu primeiro beijo -; a paula boazona; o carlos «gordo» augusto; o ayala botto; o picanço; o emílio; o ratana; o amaral...

gente que não vejo há mesmo muitos anos e a quem gostava de dizer «olá, recordas-te de mim?».

adiante.

vi-o há uns 20 anos ali na actor taborda. ainda pensei que não fosse ele, mas parecia mesmo. vinha a sair do prédio do independente mas a última coisa que imaginei foi que trabalhasse lá. o luís?, nahh, não pode ser.

aqui há umas semanas leio uma referência a um lançamento qualquer dum livro na fnac do chiado, onde teriam estado um "ex-colegas do autor, no tempo em que escrevia no independente de nome...". eh pá, pensei, tu queres ver que é mesmo ele? googlei o nome e lá encontrei algumas referências mas nenhuma fotografia. que caraças, será que, seguindo o curso natural do seu envelhecimento capilar precoce, já estava com o cabelo completamente branco? pois, não pude responder.

e a vida seguiu.

sábado precisei de comprar um jornal para os meus sogros. sentei-me para o folhear e a dada altura lá estava ele. carái, é mesmo o luís!

que giro!

e olho para aquelas fotos, leio o que escreve e aquilo não me faz sentido. tento me recordar dos seus atributos e os académicos são os que menos recordo. lembro-me que comigo - e com mais uns quantos valentes - reprovou no nono ano. lembro-me que comigo andou quatro anos na mesma turma mas o que mais recordo é da sua finta com bola. tinha uma forma fodida de fintar, assim, com a bola sempre junta ao pé. ali, parecia que a conduzia como se ela estivesse presa com um elástico. e fazias marselhesas que eu lembro-me bem. estou aqui a pensar, tu eras dos iniciados do teu sporting não eras? era o firmino - ah firmino, lembrei-me tanto de ti nestas férias que fiz na madeira, pá - nos juvenis e tu nos iniciados, não era? e a forma como ias por ali fora, assim meio inclinado, a fazer avançar a bola, com pequenos toques, sempre conduzida pelos dois dedos de fora do pé direito, não era?

agora coisas escritas? caneco, é que não estou mesmo a imaginar-te a fazer isso. a escrever? ainda por cima no expresso? que giro, pá. é que nem sei se tens mérito para isso, mas a verdade é que estás lá. sabes que fiquei orgulhoso? bem sei que é uma coisa parvita, mas fiquei, pronto.

sabes que sei de cor o teu aniversário? 21 de maio, não é? e sabes porque o sei? porque é o mesmo dia em que pedi namoro a uma gaja, ao vivo, ali duma forma oral, num sábado do início dos oitentas, no ginásio lá da escola.

e sabes o que é que aconteceu também nesse mesmo dia? uma valente bebedeira: eu, tu, o rui, a cristina - vi-a noutro dia, ainda com o gugas, imagina só. devem estar juntos há quase vinte cinco anos, não é? - e mais a carla, o augusto e a sofia a assistir. que cena, nós na sala de geografia, recordas-te? um dia conto-a aqui, vale? foi o dia de são smirnoff.

mas repito, é giro ver-te assim, descontraído, lá nas fotos. maravilha! acreditas que até já tinha pedido a um amigo que mora na tua (antiga) terra, se ele conhecia gente da nossa geração que pudesse reconhecer o teu nome? é coisa de parvos, não é? mas nem era para te chatear, acredita, era só mesmo para saber que existes. saber o que sentiste ou onde estavas quando o nuno gomes marcou aquele terceiro golo contra a inglaterra em 2000. ou saber como viveste o teu título com o inácio a comandar os teus leões. coisas assim, sabes?

pronto, não te chateio mais. quis só mesmo dizer que fiquei contente por finalmente te ver. fiquei ainda mais por saber que escreves, deus do céu.

a minha terra, os meus colegas não deram em celebridades. mas a minha vida ainda não acabou, um dia destes ainda os surpreendo quando estiverem sentados numa mesa qualquer dessas fnacs da vida, enquanto que eu ali estou em pé, na fila para recolher um autógrafo.

sexta-feira, novembro 14, 2008

à espera duma moça, mesmo, mesmo como a ti!

a minha relação com a medicina é uma relação meramente técnica.

sou um bruto, é certo e por isso, para mim, quando me contam que "eh pá, tenho de ser operado..." aquilo nunca me soou diferente a "eh pá, tenho de ir à oficina do horácio mudar os cabrões dos platinados". nunca mais que isso.

para mim não há operações - dizer intervenções cirúrgicas ou cirurgias é do mais apaneleirado que existe - difíceis ou complicadas. para mim, o senhor doutor desliga-nos o quadro, descarna-nos uns fios e volta a ligar de novo. simples.

e quando me toca a mim é a mesma coisa.

quando me disseram que me tinham de abrir as costas para me cá colocarem uns ferros - lá está, dizer que temos cá dentro uns ferros já é uma coisa de macho, uma coisa à lá filomena mónica - a conversa foi tida com o maior cuidado possível:

- sabes, filho... como é que te hei-de dizer isto... parece que temos... ora bem...
- é operar, não é?
- pois é isso, lamento...
- nada disso! e pode ser só para a semana? é que tenho um casamento no sábado e tal..

e no dia indicado, despedi-me da minha mulher e da minha filha com um beijo e lá fui, de mochila às costas, sozinho, primeiro de comboio e o resto a pé até ao hospital.

estou aqui a pensar que deveria ter apanhado um táxi, mas aquilo era hora de ponta e já me bastava o que iria pagar lá para o hospital.

adiante.

o senhor louis grammatico, aparentemente uma pessoa anónima teve um grande galo na vida quando aos quarenta e sete anos reparou que andava com uma valente dor de cornos. foi ao médico, fez lá uns exames e tal e os gajos disseram-lhe que aquilo era um tumor.

«ah e tal, ó luis, isto é benigno. a gente adormece-te saca-to cá para fora e ficas logo fino.»

e assim foi. o problema é que a operação lhe fodeu a glândula pituitária. e pronto, lá teve de o gajo levar com uns tratamentos adicionais para ficar como novo.

e ficou.

para ele tudo bem. já caga e mija sem dores na cabeça. para mim é que não. é que o senhor tinha como profissão ser cançonetista. há tempos, juntou uns amigos e formou uma banda - não, não teve nenhum projecto como agora todas as bandas que se prezem têm. agora deixou de haver músicos, agora há arquitectos projectistas. o legendary tiger man tem um projecto, a rita red shoes tem um projecto, os vicious five têm um projecto... - chamada foreigner.

ora os foreigner apesar de terem feito o «i want to know what coiso e tal», uma das piores estopadas dos anos oitenta juntamente com o lover why dos century, fizeram uns quatro ou cinco dos melhores albuns de rock fm de que há memória.

sucede que este tipo de bandas volta e lembra-se de fazer umas festarolas pelo mundo fora. já não concentram muito pessoal à frente do palco mas aqui o je era bem menino para gastar uns trocos a pater o pezinho com eles.

mas lá está, há situações em que a doença dá cabo dum gajo. por causa do tratamento lá à glândula pituitária o senhor louis desatou a ganhar peso e perdeu completamente a voz. o peso não digo, mas, convenhamos, ter voz dá jeito nestas coisas da música. e se não são os amigos a dizerem-lhe "eh pá, ó lou, pára lá com isso!" temos de ser nós a baldarmo-nos à festa.

mas tenho pena, tenho sim senhor.

esta é uma das minhas músicas favoritas cantadas pelo senhor. é um daqueles casos em que se vê que o gajo cantava como quem bebe água. e todos nós sabemos que há pessoal que a beber água engasga-se e entorna tudo. como é que eu hei-de-dizer, há ali uma parte, quando ele diz, "waiting" que aquilo me arrepia naquela parte que vai do rego do prói até lá bem acima na nuca. é o melhor que vos posso dizer.

ele antigamente cantava assim como está neste vídeo e agora canta assim.



p.s.: podem-me dizer que sou mau, que sou bruto ou até que não tenho razão no que digo. mas neste caso sou intransigente. este gajo musicalmente bateu as botas. e nem admito outra opinião sobre o que aqui acabei por escrever.

pronto, pensando bem sou capaz de acatar e dizer «sim, senhor, concordo!» se alguém me chamar a atenção pelo facto de afinal a oficina do horácio só fazer bate-chapa e pintura e não efecturar obras de mecânica.

quinta-feira, novembro 13, 2008

aqui não!

alguém me consegue explicar, me ensina, me mostra, onde raio consigo eu uns papelinhos amarelos como os da imagens mas... para os limpa pára-brisas?



é que um gajo às tantas irrita-se!

quarta-feira, novembro 12, 2008

que é feito de vocês...






... que não há ninguém que vos consiga pôr a vista em cima?


está-me na mona desde que estacionei ali o carro ao solinho

a melhor música de toda a discografia dos new order dentre as que estão nos discos da década de noventa, especialmente os discos que têm capas muito coloridas.

a melhor música dos new order dentre as que se podem ouvir nos meus wireless sennheiser (babem-se seus cabrões. e quando se meterem a dizer mal dos meus óscultadores que dão para ouvir relatos da bola enquanto vou ao lugar do senhor joão comprar tomate cacho, recordem que se escreve com dois énes e o s. em alemão este s lê-se zê. já agora o é érre final nas palavras alemãs lê-se quase como se fosse â. já agora o a com aqueles dois pontinhos em cima lê-se é. e por isso deixem paneleirices e passem a chamar mateus àquela pessoa a que chamam habitualmente mátáuze) na classe das músicas, perdão, das canções dos new order que não dão para dançar mas que ainda assim permitem acompanhá-la com o bater da ponta do pé esquerdo (já agora, não se acompanham músicas batendo com a ponta o pé direito. quanto muito acompanham-se com o bater do calcanhar do pé direito. conferir com o malcolm young no tnt). arrisco quase mesmo a dizer, a melhor música dos new order.



nota: não me venham corrigir os meus correctivos germânicos. estou-me cagando para isso. tive alemão durante quatro anos na escola. aprendi a ler e a contar alemão. infelizmente não aprendi alemão. sei dizer sempre em frente porque era o título do livro. sei dizer sumário e sei que aquele links que os rammstein dizem no links 234 quer dizer esquerda. sei ainda que por ter escolhido alemão em vez de francês - blhec! - me permitiu ir para o rainha - iupiii - e coleccionar negativas de valor 1.

segunda-feira, novembro 10, 2008

selada das eiras

recordas-te, rui?

foi há mais de um ano, fiz aquele post dedicado a ti. tiveste a paneleirice - e a pinderiquice - de insistires que para ti, ganchos nos rallyes é mais ou menos como olhares da tua janela o trânsito da segunda ponte do feijó. pronto, há-de ser a nossa infinita guerra, tu pelas rectas, eu pelos ganchos. ainda assim, tens de concordar, é uma guerra mais bonita que a que os outros dois têm com um a defender o nuno gomes e o outro a deitá-lo abaixo. eles que são brancos que se entendem.

faz-me um favor, vê este video de 1997.



diz lá que é de 1998 mas eu acho que é de 1997. se tiveres paciência - eu sei que tens - para rectas deixa-te ficar a olhar para ele. se entretanto deres o braço a torcer e te maçares com a coisa, avança com o rato até lá bem mais para a frente. hás-de então ver umas curvas interessantes numa terra chamada alqueve lá para os lados de folques - um dia, acredito, levo-te lá, não em passeio mas para veres carros como antigamente - e, se te deixares levar pela emoção, verás que às tantas tens imagens do senhor comandante ventura dos bombeiros de arganil. nessa altura, faz uma pausa com o rato, respira fundo e depois continua.

agora tens imagens do gancho de selada das eiras. vais ver passar o loix (luá para uns, lóiqs para outros). neste ano este belga - lembraste, ele corria com uns celicas privados? - andou muito bem. aliás, ele em portugal sempre andou bem. houve um ano até que ele papou umas 4 classificativas ali em arganil. depois vem o schwarz que foi para a ford fazer companhia ao sainz. meu deus, a quantidade de despistes parvos que este gajo teve. número 8 é o madeira que ganhou a classificativa seguinte e também a segunda passagem aqui em na selada. neste ano ele andava com um impreza. mais para o fim vem o adruzílio.

pronto, podes continuar a não achar muito emotivo mas é contigo.

repara, eu não vi aqui os audis, os stratos ou os 037 desta vida, mas vi este gancho - isto é enorme, pá. não dá muito a ideia mas isto é enorme. repara que o loix, o schwarz e o madeira ainda dão ali um slide e tal, mas o adruzílio faz a curva como se aquilo fosse a direito. - várias vezes na minha vida de espectador. por isso gostava que pensasses um tiquinho e imaginasses o que é o blomqvist, o duez ou até, pronto, o galli a fazer este gancho.

combinado?

nota muito importante: reparaste que já só faltam 5 meses? será que este ano chove?

fábio

meu caro fábio, quando eu era puto tinha a mania das meia-maratonas. era um chavalo magrinho, tísico e nem me pesava o corpo. não tinha velocidade rigorosamente nenhuma mas tinha força de vontade. e lá ia eu, dividia a coisa em molhos de cinco quilómetros e assim, até parece que a corrida custava menos a vencer. é claro que tentava melhorar os meus tempos. vinte minutos para os primeiros cinco quilómetros, mais vinte para os segundos, outros vinte para os terceiros e, os últimos seis quilómetros era a tentar aguentar sem rebentar. e conseguia, sim, conseguia. melhorava aqui e ali, um pouquinho e tal, mas conseguia. eh pá, umas vezes sem pernas ou com o pé aberto, corria com o jaime gazul e passávamos a corrida a contar anedotas e a controlar os tetos das gajas que estavam na beira da estrada a bater-nos palminhas; outras vezes com mais pedal ia atrás dum outro gajo para melhorar tempos. agora, vinte e tal anos depois, pesa-me o cu. tenho mais uns vinte quilos em cima e é isso mesmo, pesa-me o cu. tenho umas pernas que sofrem quando há aquele impacto, quando o peso do cagueiro e da barriga faz estremecer os quadrícepes. um dia, lá naquele tempo, tinha feito umas corridas e uns treinos de jeito, sentia-me porreiro, sabes? lembrei-me de fazer um treino com o artur "cagalhão" brandão, um senhor, atente-se. não estás a ver a coisa. aquele gajo não corria, trilhava sulcos no alcatrão. fazia um quilómetros para lá, depois fazia mais 750 metros para cá, vinha ter comigo e dizia: estás bem? e eu lá continuava, a babar cuspo e sofrimento.

lembrei-me disto ontem quando te vi a correr ao lado do hulk. que porra, tiveste azar! com tantos lugares para estares em campo, calhou-te logo ficares ali, junto do teu compatriota, quando a bola lhe veio ter aos pés.

e depois foi o que se viu: tunga, tunga, tunga, tunga, o gajo, como o artur cagalhão - um senhor, não me canso de dizer - também parece que cavava sulcos no relvado. às tantas nem sei o que te passava pela cabeça. eu sei é que à entrada da área vi o hulk travar antes de fazer o remate. e fez, e foi nessa altura que o albarroaste. e foi nessa altura que viste que estás mesmo gordo e lento. foi quando chocaste que ele podia também ter percebido que o teu peso impõe respeito. mas tinhas chocado, infelizmente, na altura em que ele tinha rebentado um petardo em direcção ao teu patrício.

cabrão do hulk. que egoísta que ele foi!

para os portistas, a actuação do bruno paixão foi tudo menos anormal, já estamos habituados. ao que parece os lagartos também não gostaram da coisa. e quando assim é, quando uma equipa tem razão de queixa e quando a outra também tem, é porque então há unanimidade.

pois, não sei, há lances clarinhos, há lances duvidosos, há lances estranhos. sinceramente, acho que o árbitro errou tanto ou menos que os jogadores. pessoalmente acho que foi um jogo de cáca.

até já li que foi o melhor jogo da época. pergunto, o melhor jogo em quê?

anda um pai a criar uma filha...

e assim, do meio do nada, desata a chorar porque se lembrou que os pais também acumulam anos:
- eu não quero que vocês fiquem velhinhos, eu não quero que vocês fiquem velhinhos...
- mas ó filha, olha lá bem para a mãe. a mãe ainda é uma miúda nova e gira e tal e toda grossa..
- mas eu não quero que ela fique velhinha...
- está bem, pá. mas a mãe só vai ficar velhinha daqui a muitos anos.
- mas eu não quero que ela fique um dia velhinha. e tu também já és velhinho.
- eu???!!!!
- sim, tu já tens cabelo de velhinho!
- eu? onde?
- aqui. olha, tens muitos, vês?

quinta-feira, novembro 06, 2008

façam as suas apostas

em relação ao post anterior devo acrescentar o seguinte: a playboy fez uns anúncios anteriores ao lançamento da revista, uns teasers que, para quem conheça as fotos do primeiro ensaio, têm, convenhamos, muita, muita piada.

digo eu, pronto


nota: se alguém não perceber a piada, avise. eu depois faço-vos um desenho.


claúdia

se alguém for ao brasil, alguém, um ser humano qualquer, por favor, traga-me o último número da playboy que traz as fotos da cláudia ohana.




a última defensora da mata atlântica.


(eu não sei se aguento pelo, sempre tardio, lançamento em portugal.)

even better than the real thing

aquelas pessoas, tipo: intelectuais de esquerda, programas culturais do canal 2, câmara clara, lisboadoc, gotham project, joana amaral dias, hollywood é o capitalismo americano em todo o seu esplendor, goddard, cinema king, belle de jour... e essas merdas, não era suposto sentirem-se incomodadas com o espectáculo (atenção que eu disse espectáculo) hollywoodesco das eleições americanas e mais os beijinhos em palco e os abraços aos filhos e às comadres e as fitinhas e as bandeirinhas?

p.s.:
- eu não estou contra o senhor meio preto.
- eu não estou contra a vitória do senhor de preto.
- acredito tanto na tal futura lufada de ar fresco que ele irá criar como na que o lula, esperava-se, iria também produzir.
- cada vez mais gosto da série west wing. a ficção daquela 7ª temporada, é afinal menos menos espectacular que a realidade.
- considero que naquela coisa de "gestos bonitos para se fazerem naquela parte quando acontece o discurso de vitória/derrota" nada ainda bate aquele roçar de narizes, aquele beijinho à esquimó entre o carrilho e a bárbara quando o carmona venceu.

protecção

this girl I know needs some shelter
but she don't believe anyone can help her
she's doing so much harm doing so much damage
but you don't want to get involved
you tell her she can manage
now you can't change the way she feels
but you could put your arm around her



esta música, é, digamos, uma valente ganza!

quarta-feira, novembro 05, 2008

bo concept

sou má pessoa? serei mau pai? mau marido, por exemplo, por me estar rigorosamente cagando para as eleições americanas?

as pessoas portuguesas que acham bem que o mccain tenha perdido, acham-no porquê?

porque é algo que melhorará as suas vidas? porque a senhora do alaska é foleira? porque é bonito ter um presidente preto? porque o branco é a favor das ideias do bush? mas quais ideias do bush? as do iraque? mas então o durão barroso também não era a favor dessas ideias? então e as pessoas que são contra o bush não são, algumas delas, as mesmas que votaram, com agrado e alegria no durão barroso e no santana lopes? alguém saberá por exemplo qual é a posição do obama em relação aos contentores de alcântara? achará ele que o sá fernandes só fala quando convém? e principalmente - e sobre isto é que sinceramente ainda não o ouvi dizer sequer um pio - qual é a ideia dele em relação às redes portistas? helton ou nuno? ou defenderá ele uma terceira via?

capa

achei piada ao paulo bento ontem quando criticou a comunicação social portuguesa por não ter dado o devido destaque ao seu clube nesta caminhada na liga dos campeões.

achei piada porque o que ele está a fazer não é mais que fazer figura de palhaço. sei-o porque a figura que ele fez é idêntica à que eu aqui vou fazendo. é isso que me sinto, um palhaço de circo. mas lá está, tenho um blog e uso-o para isso mesmo, para palhaçadas.

não fica bem, nos tempos que correm, invocar a falta de destaque jornalística da carreira leonina nas champions, porque, como ele bem sabe, os jornais portugueses são empresas comerciais. e como ele bem sabe, empresas comerciais existem para dar lucro. e para dar lucro as pessoas têm de comprar os jornais. e só as capas benfiquistas é que fazem as pessoas comprar jornais.

então mas e isso é correcto? é! ou pelo menos não é incorrecto. não lhe chamemos é a isso jornalismo isento e essas merdas. é como chamar cerveja àquela coisa da tango ou da green ou lá o que é. chamem-lhe outra coisa, pronto. e quem se sentir tocado com essa situação, faça como eu, monte um blog e desabafe cada vez que sentir que as sociedades jornalísticas só contam histórias benfiquistas.

gozar com os jornalistas ou com o jornalismo, é do melhor que há. é uma terapia catártica.

o benfica joga amanhã na taça uefa, o porto joga hoje naquela coisa fraquinha que é a liga dos campeões e o record, por exemplo, dá um destaque de capa à benfica com mais ou menos o dobro do espaço que é dado ao porto. mas mesmo assim, o jogo, por exemplo, fala nos milhões que o sporting encaixou com esta passagem. ou seja, não é uma conquista desportiva, é uma benfeitoria financeira.

apesar de tudo, não me parece mal de todo. reparem, há quanto tempo não surgem três primeiras páginas no mesmo dia, com o destaque principal a ser dado a uma equipa que tenha passado aos oitavos de final da liga dos campeões?

paulo bento, faz um blog que isso passa.

terça-feira, novembro 04, 2008

coisa linda!

gosma é uma palavra do caneco, não é?

o bana




tenho curiosidade em saber, quantos dos portugueses que dizem: «ah e tal, pá, o obama, estás a ver? é preto, é magro, é educado, esse sim. o outro não, o outro é velho e escolheu uma barroa para vice-presidente, um cargo muito importante lá na américa. tão importante que metade da população lá da américa sabe de cor o nome de todos os vice-presidentes. o preto é que é, pá!» votaram no santana pelas mesmas razões.

segunda-feira, novembro 03, 2008

mata sete

então vamos lá fazer umas contas:

- ora, então estão decorridas sete jornadas, certo? certo! muito bem. assim sendo estão decorridos 23% do campeonato. quase um quarto, não é?
- vamos então contar quantas equipas estão à nossa frente. ora, uma, duas, três... (bom, vou pôr aqui uns parêntesis que dá-me ideia que são muitas)..., seis e sete!
- eh pá, sendo assim os administradores já não ganham prémio nenhum.
- vamos agora contar quantas estão ainda para trás. ora, uma, duas, três (neste caso não vou colocar parêntesis nenhum porque assim dá a ideia que são muitas mais), quatro, cinco, seis sete e oito!
- oh que porra, são muitas mais, pá! crise? crise era se fossem, sei lá, se fossem apenas 3 atrás de nós, não era?
- além disso estamos em ex-aequo com o quinto classificado. com uma vitória e podemos ficar, imagine-se, num louco 3º lugar. (lá está, já dá direito ao prémio lá da administração).

- eu leio para aí críticas e mais críticas e eu sei é que o 11º lugar está garantido. estive a fazer contas e o setúbal, que está em 13º, mesmo que ganhe não nos conseguirá apanhar. não me fodam, estamos num lugar confortável, porra!

p.s.: eu não quero meter medo a quem vai à minha frente. mas quero alertar-vos para o seguinte: esta equipa que está a jogar um nojo, que perde com o leixões e a naval, que perde com o kiev e leva cabazadas do arsenal (esta parte até rimou), é a mesma que veio à luz permitir o empate do benfica (meteu duas no ferro, não esqueçam) e veio a alvalade ganhar sem grandes espinhas. não estou a dizer que é equipa para melhorar num repente daqui para a diante. eu estou é a dizer que os candidatos que estão à nossa frente são capazes de bem pior. cuidado!

sábado, novembro 01, 2008

o (meu) mundo ao contrário

amanhã a igreja (a minha, pelo menos) celebra o dia de fiéis defuntos. hoje, dia 1, como eu já desconfiava, na figueira da foz, nem todos os santos ajudaram.

(não calhando este ano, o dia 2 um dia de semana, porque raio foram as pessoas hoje fazer as visitas aos cemitérios? irão amanhã também?)

vão por mim, acreditem, a que custa é a primeira derrota. dali para a frente só custa se não tivermos uma boa pinga para aquecermos essas mesmas derrotas.