lembro com muito gosto o modo como ela se referia a ele (pelo menos ela o
fez uma vez e isso ficou marcado muito fundo) dizendo: 'caetano, venha
ver o preto que você gosta'. Isso de dizer 'o preto', sorrindo
ternamente como ela o fazia (ou fez), tinha - teve, tem - um sabor
esquisito que intensificava o encanto da arte e da personalidade do moço
no vídeo. era como se se somasse àquilo que eu via e ouvia uma outra
graça, ou como se a confirmação da realidade daquela pessoa, dando-se
assim na forma de uma bênção, intensificasse sua beleza. eu sentia
alegria por gil existir, por ele ser preto, por ele ser ele - e por
minha mãe saudar tudo isso de forma tão direta e tão transcendente. Era
evidentemente um grande acontecimento a aparição dessa pessoa - eu via
que se tratava desde já um grande entre os grandes - e minha mãe
festejava comigo a descoberta",
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