sexta-feira, julho 31, 2009

o rei do lexotan

percebemos que somos uns eternos proprietários de mundos desconhecidos quando, após decorrido um par de horas, já recebi uma mão cheia de perguntas acerca de minha eventual ida à missa do leonard cohen.

meus caros, cohen, até ver, só mesmo os irmãos cohen e mesmo com esses, nem sempre. a música e a voz do leonard cohen é seguramente das coisas mais soporíferas que a indústria não farmacêutica alguma vez produziu.

é uma valente seca!

o meu leonard cohen ficou morto, morrido, matado e enterrado, alguras no final dos anos oitenta quando também foram enterradas as idas ao quarteto por causa do tarkowski ou as sandes de clearasil para sanar as erupções cutâneas.

salva-se o facto do senhor senhor uma pessoa simpática e educada.

além disso, já não há cu - nem peida nem pacote - para aguentar a forma como as pessoas me questionam acerca da ida ou não à referida missa «foste ver leonard cohen?».

foda-se, mas haverá alguma directiva comunitária que impeça as pessoas modernaças de utilizarem artigos definidos?

ó que caralho! falam de músicos como quem fala de colheres de pau! desemparem-me a tasca, por favor!

quinta-feira, julho 30, 2009

sniff, snifff


já não me bastava o salvador do salvador dali, o uomo da trussardi, o photo do lagerfeld ou o new west da aramis agora chegou também a vez à armani?

pergunto, duma forma bem séria, quem foi a valente cavalgadura que retirou de circulação o city glam?

fit less

percebemos que não estamos em forma quando na aula de ginástica passamos mais tempo a olhar para o relógio e a contar os minutos que faltam para o fim do que a controlar os tetos do mulherio reflectidos no espelho.

quarta-feira, julho 29, 2009

bonny

sou dos que acham que o steve mcqueen (o melhor disco dos anos oitenta) não deveria começar com faron young mas sim com o bonny.

aliás tenho a certeza que muitas das desgraças que o meu mundo conheceu em 1985 se deveram ao facto de me ter chateado tantas vezes quando tentava acertar com a posição da agulha do gira-discos, ali na segunda cantiga do lado a.

porque reparem, logo após a bonny, vem a appetite, seguida pela when love breaks down, terminando o lado a com a perfeita goodbye lucille #1 mais conhecida pelos amigos como a johnny johnny.

por isso, se o mundo fosse perfeito, tinham passado o desire as do lado b para o lado a, eu diria, deixa cá ver, entre a when love breaks down e a goodbye lucille #1 e, com alguma arrumação, também lá enfiavam a horsin' around.

mas também não sou fundamentalista, se já não coubesse no lado a podia muito bem ficar no lado b mas no início. ou então, esperem lá, já sei. mandavam a appetite para o lado b dando então espaço suficiente para a entrada da horsin' around.

confusos? acredito. são desejos dum louco e como sabem não se devem contrariá-los.

resumindo e concluindo, lado a: bonny, when love breaks down, desire as, goodbye lucille #1, horsin' around; lado b: appetite e as restantes.

(para o povo que não sabe o que é comprar e pôr a tocar discos de vinil acredito que este post seja uma valente estupidez. e é. para todos os outros, admito que também o seja. e realmente é!)



há tanto tempo que eu não falava de bola


hoje é dia de liga dos campeões.

mas: a bola fala na felicidade do keirrison, o record fala no peixoto e o jogo fala nas costas dos cagões (ou nos cagões de costas ou lá o que é).

pronto, parece-me justo!

terça-feira, julho 28, 2009

las palabras de amor (ou um dia destes ponho o body language que eu também gosto muito)

as minhas experiências musicais, como vos é dado a perceber pelo que vai acontecendo neste blog de trampa, têm uns valentes paradoxos. os meus queridos rolingue pedras, por exemplo, têm discos tão, mas tão bons, como o exile on main street ou o black and blue e apesar disso o disco de que mais gosto é o undercover; o prince tem coisas tão giras como o around the world... e a minha paixão cai sempre no parade; e aqui os queen de quem eu já gostei mais - mas que adoro como quem adora a função renal que os ereteres têm o a night at the opera - têm umas coisas bem à maneira como o jazz mas de quem, vá se lá a saber porquê, gosto muito do hot space.

pela vossa saudinha, não me tentem compreender.



quarta-feira, julho 22, 2009

todo lo que hago lo hago por ti

como já lá vão aí uns 17/18 anos, já se pode gostar do waking up the neighbours sem acharmos que estamos a gostar de músicas foleiras ou aquilo é um rótulo que fica para sempre?


segunda-feira, julho 20, 2009

tenho saudades, confesso, do «portanto»...

e então do «pertantes» nem queiram saber!

isto tudo porque já não há pachorra para ouvir pessoas começarem frases com «é assim»
.

quinta-feira, julho 09, 2009

pernóxtxicu

- césar, eu já fumei um maço de cigarros, pode?
- não pode...
- diz a ela que está crescida, pode fumar à vontade. eu te dei a piteira, com a piteira filtra tudo.
- ahhh, mas fica pernóstico
- você só pega o ar das montanhas.
- com a piteira fica pernóstico.
- eu adoro aqueles picos altos ali em teresópolis...
- ... o dedo de deus...
- ... pico, pico boulevard

este video não faz jus a este diálogo entre o camargo mariano, o tom jobim e a "hélice" regina.



mas é o que se arranja. e não se arranja nada mal, não senhor!

terça-feira, julho 07, 2009

cultura pop

que ninguém se ofenda com a coisa, mas ando por aí a ler tanta letra, tanta palavra, tanto parágrafo, coisas tão apuradas, descrições tão precisas de tudo o que sucedeu ontem em madrid com o cristiano, gente tão revoltada com as emissões, com o tempo gasto pelas televisões que fico na dúvida: essa malta tinha o botão de desligar a tv ou de mudar o canal avariado?

eu por exemplo aproveitei para cagar - li mais umas 13 páginas dos relatos do comandante vasco moscoso de aragão (acabei há pouco no dentista) -, mudei o saco do lixo da cozinha - a tola da minha filha tinha despejado umas casacas de meloa lá para aquele espaço entre o balde e o saco de plástico e estava já a ficar um cheiro que não se podia -, e estive a fazer um refill a dois frascos muito apaneleirados, com uns pauzinhos e tal que exalam um cheiro porreiro a chá verde. um dos frascos está no meu quarto - não, a minha mulher não. sou só mesmo eu que cheiro mal de noite - e o outro está na casa de banho.

ahh, compreendo, estavam só à espera para verem as imagens da tomada de posse do novo ministro da economia. ok, pronto, já percebi! era realmente um tema porreiro.

e não, isto não nenhuma indirecta, directa ou abordagem a tema algum. até porque eu já não consigo fazer directas e abordagens faziam os filibusteiros.

intervalo grande

se eu tivesse que responder, com sinceridade, àquelas incansáveis provocações que nos fazem quando chegamos aos entas

nada muito diferente das que nos fizeram quando desatámos a
trintar por aí fora

aquelas coisas do «e então, como é ter quarenta anos?» eu diria que ter quarenta anos é ter patine na saudade.

assim como os prédios da almirante reis sempre tiveram patine

noutro dia reparei que os das avenidas novas, agora que nos aproximamos a correr do fim desta década do novo milénio, começam a ter também patine de boa casta nos alçados frontais


também nós olhamos para as nossas saudades mais remotas, com aquela coisa boa de lá encontrar paredes com vestígios de mais de vinte anos, assim como as paredes com camadas sucessivas de cartazes das festas do avante ou dos concertos de apoio à libertação do povo oprimido pelo general noriega.


se aos trinta eu verificava que aconteciam com bastante frequência frases iniciadas com as palavras «lembro-me, há vinte anos...», aos quarenta, tenho a felicidade de reencontrar pessoas que não via há pelo menos, os tais referidos «há vinte anos».

e sucedem-me com uma velocidade estonteante esses reencontros: há dois anos foi a fantástica reunião de colegas duma muito gira turma do meu rainha dona leonor; há uns meses marcou-me muito um valente simpósio gastronómico em casa da minha única prima carnal

gosto muito de dizer «primos
carnais»

aqui do meu lado jaime, a «tal» prima que todos nós tivemos, temos e teremos;

gosto tanto de tua pinta, pá!
;

no meu 40º aniversário recebo um telefonema duma ovelha transviada que abandonou há uns 18 anos um rebanho muito porreiro; desde há uns dois anos, ou coisa que o valha que me ando a empanturrar com valentes comezainas nuns encontros muito aprazíveis

não penses que os caracóis de ontem fazem esquecer o leitão. e aviso já que não te armes em caçador gabirú, a apanhar estorninhos com pescoceiras armadas lá no terreno para nos servires passarinhos com arroz. estou para aqui a falar e se calhar nem sabes o que são pescoceiras. nahhh, deves saber!

com gente da velha, velha, velha guarda; há uns meses foi uma mana que esteve guardada uns oito anos, precisamente para me saberem melhor uns reencontros valentes, acontecidos já neste ano que andamos a percorrer; são histórias atrás de histórias.

e se o facebook (ou o hi5 ou o raio que o parta) é o novo suplemento dos classificados com anúncios a reencontros do batalhão de combatentes destacados no uige de 1968 a 1972, então juntemo-nos ao facebook que não vem daí mal nenhum ao mundo.

e eu ando para aqui a engonhar, com este texto nitidamente de «ir ao cu» e nunca mais chego ao que interessa.

falei ali atrasado numa turma do meu querido rainha dona leonor. foi uma turma criada ali por volta de 1986/87 ou coisa que o valha, gente já com bigode rijo e tal, pessoal que já tinha arrumado os lusíadas - cheios de desenhos grafitados de adamastores com palas à pirata e bigodinhos hitlerianos - na prateleira mais alta e andava agora na livraria da fundação gulbenkian, lá na cave, armados em finos e carapaus de corrida, feitos parvos a comprar o pesadíssimo jansen. mas tinha mesmo que ser comprado...

pois, agora falo-vos de uns cromos mais difíceis.

começaram timidamente; este adicionou aquele, que descobriu depois aqueloutro e mais não sei o quê e quando demos por ela, estavam umas pessoas que já não se viam há uns vinte e tal anos a coleccionar almoços à sexta-feira.

e desses almoços de 48 minutos cada, partimos para o patamar da jantarada.

mas aqui já é preciso sorte. da mesma forma que havia sempre um tanso que tinha mais lata e paciência para os aspectos logístico-escolares e que apanhava com o frete de ser o delegado de turma, também aqui há uns (e umas. calma, não atirem pedras) que fazem os favor de nos oferecerem de presente: folhas de excell com relações de alunos, contactos telefónicos, messengers... e que marcam mesas em restaurantes, organizam contas, falam com empregados de mesa e coisas assim.

depois há gente, nitidamente mais parva (não tens outro nome, meu querido engenheiro) que enfia em sua casa, uma dúzia de bêbados e barulhentos cotas, carregados de paletes de cerveja, sacos de gelo e uns cd, para evitar que os plateaus desta vida ganhem uns trocos com um bando de cantores de karaoke.

este post, como a maioria das coisas deste blog, é obviamente escrito com um (uns) destinatário(s) na parte da frente do envelope.

é assim mesmo!




madrugada de domingo, no regresso a casa, transportando comigo muita emoção boa, uma valente cólica renal e um ensonado advogado, comentava com este último, como é bom ter andado na escola com pessoas tão diferentes que chegam, depois, aos quarenta e ãs, comportando-se duma forma tão homogénea e pateta. como é bom ver chegar à nossa beira, esta ou aquela pessoa que já não vemos há tantos anos, darmos um abraço, soltarmo-nos num repente e disparando para o outro um «vais tu ou vou eu pedir duas tulipas ali ao balcão?» assim, como quem diz «vai-me ali à mirita do bar e tira-me uma senha para um bolo de arroz, enquanto vou num instante ao wc passar o meu kispo por água, que o cabrão do augusto mandou-me com um torrão de terra com tanta força que até parecia que me partia o ilíaco.»

não me apetece (se calhar até apetece) estar para aqui a reflectir muito sobre a noite de sábado. sei é que fiquei com a sensação que tinha estado de novo, num dos intervalos da escola. no grande, no de quinze minutos. é isso, para mim, aquilo foi o intervalo grande.

e eu espero que a minha filha nunca nunca leia esta parte - tenho a certeza que se está cagando e andando para isto - mas para a sua formação mais lá de dentro da ialma preocupa-me mais que ela chegue aos 35 ou 40 anos com o espírito de saudade e reencontro que o pai e os seus amigos de escola têm, do que ter passado os anos todos, cheia de: boas notas, irrepreensíveis comportamentos disciplinares ou folhas de avaliação pejadas de «assíduo e pontual»

(gostava de ter exagerado com o que escrevi nesta última parte, mas estou ainda tão emocionado com aquilo tudo de sábado que por enquanto é assim que fica.)

dê, dê, dêdêredê
dê, dê, dêdêredê
dê, dê...




(só deus sabe porque carga de água, onde está a maria, está um bando de gajos todos augados à volta.)

quinta-feira, julho 02, 2009

roy orbison singing for the lonely

quem cresceu sob o livro de horas do thunder road, sabe que haveremos sempre de imaginar os lonely a receberem cânticos do roy orbison.

e se já não tínhamos idade para ouvir as coisas do roy orbison, também ainda não a tínhamos para encaixá-las noutros momentos da nossa vida. provavelmente, já nem sentido faria até, convocá-las, precisamente para serem bandas sonoras do que quer que seja da nossa vida.

mas por outro lado fazia sentido que naquele filme em que a screen door slams, e em que como numa visão ela dança ali sob o alpendre ao som do roy orbison. não éramos apreciadores da sua música mas respeitávamo-lo porque os que amávamos gostavam da música dele.

alguras no final da década de oitenta, o t-bone burnett, decidiu reunir um bando de compinchas e pô-los a trabalhar para o roy orbison. chamaram-lhe a esse evento «a black and white night». estão lá todos os que eram preciso estar para homenagearem o grande roy. dentre eles destaco obviamente a bonnie raitt, uma moça, justamente (por mim) considerada o melhor malho do rock and roll. bom, mas não estou para me maçar em vos contar o que por lá aconteceu. simplesmente gosto e é bonito ver alguns dos «donos de palco», recuarem dois ou três passos e baixarem um pouco o volume da voz, para a festa resultar melhor.

trago aqui este dream baby porque... ora, porque escolhi uma em que o springsteen (braço direito lá do roy neste concerto) faz um valente papelão.

eu imagino como é que ele se estaria a sentir nesta noite.

muita atenção ao que acontece durante os sete segundos a partir dos 3:00 minutos!

(é um dos 3 melhores dvd da minha humilde colecção)

respeito!



quarta-feira, julho 01, 2009

igordutes!

fico a pensar, seriamente, no que que de grave se terá passado em criança, com os adultos que preferem iogurtes natuarais aos de frutas.

seca de morte (passe a expressão, por favor)

depois (depois uma ova, durante!) da seca que tenho andado a apanhar com a morte do máááááááíchaaaaaaaaaaaaellll, peço encarecidamente a deus que madonna, o thom yorke ou o chris martin, não morram nos próximos tempos.

porém, solicito, por exemplo, ainda ao tal referido deus, que faça o favor de re-matar, sei lá, por exemplo, o marc bolan.