quarta-feira, janeiro 31, 2007

Factory Records: The Complete Graphic Album

para o meu querido pedro nápoles, um velho companheiro de viagens pela factory.



o peter saville é um designer gráfico muitos, muitos anos à frente do seu tempo. lá para os finais dos anos 70 lembrou-se que seria uma boa ideia fazer uns posters e umas capas de discos (no tempo em que havia capas de discos "à séria") para a factory records. eram coisas muito arrojadas, tudo muito além. tipográficamente, eram trabalhos caríssimos com uso de muitas cores directas, cenas maradas que encareciam, para lá do razoável, os custos de produção dos discos.

o seu trabalho e não só, está compilado num fantástico livro que tive a sorte de ver noutro dia da fnac e que reúne a maior parte (se calhar até está tudo. não sei, confesso) das coisas da factory. um mimo, portanto.

descobri-o ontem numa livraria. é um livraço. mas pronto, custa aí uns 11 contos. (não se justifica, portanto.)

mas tem a sua piada, dar uma vista de olhos nestas coisas boas. tem, sim senhor.






far away eyes

de caras, a letra de música mais gira e mais inspirada que eu conheço.

I was driving home early Sunday morning through Bakersfield
Listening to gospel music on the colored radio station
And the preacher said "You know, you always have the Lord by your side"
And I was so pleased to be informed of this
That I ran 20 red lights in his honor
Thank you Jesus, thank you Lord

And I had an arrangement to meet a girl and I was kind of late
And I thought by the time I got there she'd be off
She'd be off with the nearest truck driver she could find
Much to my surprise, there she was sitting in the corner
A little bleary, worse for wear and tear
Was a girl with far away eyes

But I'll tell you

So if you're down on your luck and you can't harmonize (I know you all sympathize)
Find a girl with far away eyes
And if you're downright disgusted and life ain't worth a dime
Get a girl with far away eyes

Well

Well the preacher kept right on saying that all I had to do was
Send 10 dollars to the Church of the Sacred Bleeding Heart of Jesus
Located somewhere in Los Angeles, California
And next week they'd say my prayer on the radio and all my dreams would come true
So I did
The next week, I got a prayer
For the girl - well, you know what kind of eyes she got

So if you're down on your luck, I know you all sympathize
Get a girl with far away eyes

derlei

houve um maduro que se lembrou de perguntar ao derlei (mas estes jornalistas não sabem fazer outro tipo de perguntas?) durante a sua apresentação como jogador encarnado

se este gajo jogar metade (sim, metade chega) do que jogou no meu clube eu já acho que o benfas fez uma puta duma grande aquisição. e mais, num eventual jogo contra o meu porto "assobiá-lo-ei" da mesma forma que "assobiei" o drulovic, com palmas e de pé.

se achava que tinha havido verdade desportiva enquanto foi jogador portista.

a pergunta que eu faço é: esperavam que ele respondesse de que forma?

nota final: cheira-me que o que faltava ao meu clube para definitivamente levar a sério a conquista do título é mesmo isto: um par de derrotas, uma arbitragem negativa, um jornalismo tendencioso a apertar-nos os calos e a justiça deportiva sempre "do nosso lado". mas ainda ninguém verificou que quanto mais nos apertam os calos, melhor a gente se dá?

angel in blue - vidióclip

olha, sem querer, assim, pronto, ups, encontrei o video da música dali do post de baixo.

(saudades!)

angel in blue

para mim, mulher de bota branca - mas não entendem que ficam horríveis? - (então se for de verniz, ui, melhor ainda) há-de sempre me lembrar a mulher desta música:

We met in a bar
Out on Chesapeake Bay
With her white patent boots
And her blouse red lame
A table top dancer
She would smile on cue
Those lips of an angel
Angel in blue
She's been dancing for ages
Though cities of bars
She was kickin' the habit
of scoring in cars
She'd been drained of her spirit
All caged in this zoo
A wildcat angel
Angel in blue
And as she stared out into nowhere
I thought, yes, I thought she might break down and cry
When I whispered I thought I could love her
She just said "Baby, don't even bother to try"
And I watched as she spoke
Her words chilled my bones
All her friends did her favors
That were really just loans
And she never had dreams
So they never came true
The palest of angels
Angel in blue
And the bees they had stung her
The birds they had flown
There were guys she could number
But none she had known
And she never had dreams
So they never came true
My fade away angel
Angel in blue

medo

daqui a um par de semanas vou ser pai solteiro por uns dias.

se a minha filha tivesse mais uns anos em cima era certinho que íamos os dois para a rambóia durante a ausência da mãe. como esse dia ainda não chegou a coisa pia fininho.

e não, não estou com medo de não dar conta do recado com as comidas, as lavagens corporais, os leites quentinhos, o saquinho de água quente na cama, as eventuais febres, caganeiras ou outras que tais.

também já estive a ver na net e a menarca ainda vem longe, por isso a "tal conversa" que as mãezinhas têm com as filhas não me apanhará de surpresa.

quem me conhece sabe desde logo do que é que eu tenho receio (na realidade é "pavor").

sim estou a falar das roupas. mas o que é que eu lhe hei-de vestir?

ainda por cima a minha filha, imagine-se, uma miúda chiquésima no vestir, todos os dias uma caixinha receptora de elogios sobre o seu elevado nível fashion ("olha quem chegou, a nossa miss, olá beatriz!")

e agora, como é que vai ser sem a mãe a combinar roupas? e agora, que a miúda tem uma reputação a manter?

tenho medo que a roupa que eu tenha escolhido afinal é pavorosamente quente (ou estupidamente gelada).
tenho medo, tenho medo que, sem querer, da escolha das roupas resulte um espécime ao estilo fp-25, de camisola de gola alta, calças e uma saia por cima.
tenho medo que do seu penteado matinal surja uma bloquista de esquerda, de risco ao meio e ganchos sobre as orelhas (serei capaz de colocar ganchos?).
tenho medo de não conseguir resistir aos seus constantes apelos e a deixe levar uns sapatos horriveis (que ela teima em gostar), tipo menina "cenoura", mas em branco.

medo!

domingo, janeiro 28, 2007

veronica

mais ou menos em 1989/90 - ali onde já não são os anos oitenta mas também ainda não são os noventa, portanto terra de ninguém - houve um album que tinha uma música que eu gostava imenso.

já não a ouvia há um porradão de tempo e hoje calhou de caminho ver no iu-tubo esta versão acústica.

tótil.



só mais uma achega: ó elves, tu lá em casa deixas a tua mulher cantar ou és também dos que achas que ela é uma valente seca?

sábado, janeiro 27, 2007

ganha-se para a próxima, carago!

a velhice que descrevi à uns posts atrasados, atingiu-me ontem outra vez. estava todo contente porque o clube ia jogar à noite e quando dei por ela já eram 1h20 de hoje. foi nessa altura que então soube que tinhamos perdido em leiria.

aguente-se!

vou a ler as crónicas do jogo e não gostei do que vi. não me interessa saber se fizemos mais remates que o leiria, não me interessa saber que mandámos umas quantas ao ferro - algo que para mim não é sinal de falta de sorte mas sim de falta de pontaria - não me interessa saber que, provavelmente, o árbitro não fez um bom jogo. o que me interessa foi ter lido as declarações que os elementos da minha equipa (treinador e jogadores) fizeram relativamente à arbitragem.

o meu clube tem de estar acima dessas merdas. o meu clube tem de entender que há jogos em que os árbitros também erram. o meu clube tem de perceber que há jogos em que os árbitros também erram para o lado do adversário. é a vida!

quem é que me garante que se tivesse sido um árbitro internacional a coisa teria sido diferente? e se tivesse sido o lucílio? ou o bruno paixão? preferiam, era?

a pergunta que eu faço é a seguinte: se houver um jogo em que o porto seja beneficiado da forma como ontem, pelos vistos, foi prejudicado, o helton, o jesu e o pepe vêm dizer as coisas que disseram ontem?

hum, duvido.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

ai que me dás cabo da paciência, pá!

não sei se hei-de ter mais respeito pela paciência das pessoas que utilizam cartórios, se das que utilizam conservatórias, se das que utilizam as repartições das finanças ou se das que têm conta na cgd?

de de

não consigo decidir qual delas gosto mais.

se desta



ou desta

quinta-feira, janeiro 25, 2007

ó ana rute,

eu conheço.

bonequinhos dos testes dos automóveis



há 15 anos, mais coisa menos coisa, ficaram famosos uns périplos feitos na companhia deste malandro, ali para os lados da foz do arelho.

a coisa começava invariavelmente no sítio da várzea, continuava pelo solar da paz e terminava (pelo menos até aí às 6) na green hill (cagando um bocado para a geografia, era juntamente com a seagull e a horta do cartaxo a melhor discoteca de lisboa).

ora, sucede que por 4 vezes consecutivas (atenção, eu disse quatro), assim que eu entrava na discoteca, na pista de baixo, estava a dar o mmm mmm mmm mmm. e eu não sei se era das pessoas que frequentavam essa pista, não sei se era das roupas que normalmente traziam, não sei se era do cheiro que exalavam, não sei era da forma como essa malta dançava com aqueles movimentos tipo rancho folclórico de portel, assim, dum lado para o outro, a verdade é que fiquei com um pó ao raio da música dos crash test dummies. aliás, eu acho que dessa pista, só guardo gratas recordações duma miúda, entre nós conhecida pela "ana backside", já que tinha o chamado rabinho de cebola (para os mais distraídos, é aquele tipo de rabo de ir às lágrimas), era de caras (e de cu) a melhor peida que as caldas da rainha viu nascer.

só um parentesis para referir esta minha amiga que pode não ter nascido nas caldas, mas "a níbel de cu" (e de pernas, e de pernas...) rivalizava com quem quer que fosse.


adiante.


foi só dois ou três anos mais tarde que uma colega da faculdade me chamou à razão e me disse: ó palhaço, deixa-te de merdas e ouve lá com atenção e sem paneleirices o disco dos rapazes.

e assim fiz.

e realmente passei a ver aquele disco, o god shuffled his feet, duma forma completamente diferente. eu não sei se é um disco bom, não sei se a banda é boa e não sei nada dessas coisas. eu sei é que é um disco bestial, pronto.

está pois, naquela categoria do "iá, bacano, ouve-se!"


nestes últimos dias tem andado no meu carro e eu confesso, tenho andado a curtir a coisa e tenho me lembrado de muitas das coisas que aconteceram nesses outros tempos.

When you go on camping trips you're stuck right out in nature
Foraging the forests like a primate
Using sharpened tools instead of hotplates

Your thumb and forefinger supposed to show you're not a wild beast
You can hear their noises at night time
They don't have to keep a certain bedtime

See in the shapes of my body
Leftover parts from apes and monkeys

Sometimes when I lie awake I hear the rainfall on my tent fly
I think of all the insects that are sleeping
And wonder if the animals are dreaming

See in the shapes of my body
Leftover parts from apes and monkeys

In the days of the caveman and mammoths and glaciers
Bugs and trees were your food then; no pyjamas or doctors

And when I finally get to sleep, I dream in technicolor
I see creatures come back from the Ice Age
Alive and being fed inside a zoo cage

uén áim sicsti fór

hoje pensei pela primeira vez na velhice.

quando saía do duche e limpava com uma tolhinha turca as partes baixas, a minha filha entra casa de banho dentro, vestida unicamente de meias e cuecas porque me queria mostrar as maminhas. e pronto eu lá lhe disse que eram bonitas e tal mas no fundo preferia que tivesse sido a filha doutra pessoa qualquer, assim com mais uns anos em cima, que tivesse entrado, toda descascada para me mostrar o marmelamento. adiante.

como viu que eu me dirigia para o quarto, cagou para a mãe que estava de body em punho para a vestir e decidiu que teria de ser ela a vestir-me (vou axudar a vextir o paizinho!).

e aqui é a porca torce o rabo. é que o raio da miúda, para já, acha que eu devo vestir só coisas branquinhas (a camijola b'anquinha, as calças b'anquinhas, etc) e depois aquilo é tudo feito muito devagar, as meias postas todas tortas, as cuecas viradas ao contrário, o sapato esquerdo no pé direito, etc.

não gostei. e fiquei a pensar no momento em que ela me puser num lar: será que me vai vestir também assim? será que vou andar com vincos nas meias a lixarem-me os calcanhares ou nas cuecas a trilharem-me os tomates? será que vou andar sempre vestido de branquinho?

medo!

terça-feira, janeiro 23, 2007

mais confuso

esta senhora teve o carinho e a deferência (uma pessoa a gente não conhece de lado nenhum e que se lembra de nos vir corrigir ou sugerir uma nova interpretação para uma nossa ideia, merece sempre o nosso respeito. vénia, portanto) de me chamar a atenção para o anterior post que eu escrevi.

ok, li e reli o acórdão e fiquei (quase) na mesma. mas preciso de dar o braço a torcer nalgumas coisas: continuo a não acreditar na justiça portuguesa; continuo achar que o pai biológico merecia um belo par de estalos mas poderia manter os tomates intactos; continuo a achar que a juíza decidiu de uma forma errada (e em vez dum par de lostras, levaria apenas um raspanete) e volto a achar que as pessoas que fizeram as leis deveriam prever o acontecimento de mais coisas e não deixar tanta coisa "em branco".

volto a afirmar que as crianças são quem mais sofre. e neste caso, será obviamente a criança quem mais sofrerá.

ainda assim, obrigado.

e não se pode referender a coisa?

existirá alguém que ainda acredita na justiça em portugal? não.

existirá alguém que acha justo - eu repito, justo - que uma criança de 5 anos possa trocar, assim de um dia para o outro, o pai e mãe que a criou, amou, educou e outros ous, por um pai que se esteve a cagar para a miúda durante um porradão de tempo? por estranho que pareça, há!

ok, já que a coisa não vai lá a bem, vamos lá tratar disto a mal: eu quero que fique bem claro que se um dia esse pai tal pai "biológico" passar à minha beira levará um valente pontapé nos colhões. não, esperem, levará antes uma facada nos ditos cujos para não voltar a foder nem a bater sarapitolas. esta é a primeira. depois, se a tal juíza (diz-se que também é mãe, imagine-se) que disse só ter cumprido a lei, passar também à minha beira, leva, no mínimo um valente par de laustíbias nas trombas. por fim, se se vier a descobrir as pessoas que fizeram a tal lei que a meretíssima diz ter cumprido, a esses, tenho lá em casa um barrote que ficará um mimo no cimo dos cornos desses iluminados.

palavra de pitx, porra!

(e continua a fazer-me uma impressão do caraças, como é que a opinião (sei lá, a "visão", o "lado", etc) das crianças (vide casa pia, por exemplo) é sempre posta em segundo plano. desculpem-me mas isso tira-me do sério.)

(por outro lado, já alguém tentou adoptar uma criança em portugal? é uma aventura, não é? e no, sempre acarinhado pela comunicação social, refúgio aboim ascenção? é outra aventura, não é?)

fruta podre

vamos lá por partes (calma que são só duas partes):

- porque razão continuam a insistir no raio do jogo fcp-amadora? porque é que não vão buscar um jogo em que o porto tenha mesmo sido beneficiado. assim, à séria (estou-me a lembrar de tantos)?

- se nesse jogo, a actuação do árbitro putanheiro, tivesse sido idêntica à do lucílio no benfica-leiria de domingo ou daquele outro jogo (mais ou menos na mesma altura do tal fcp-estrela) contra o sporting em alvalade onde não viu (pronto, ok, não reparou, vá lá) 4 (quatro!!!!) penalties a favor do meu clube, teria ou não a bronca sido maior?

(lá estou eu a lembrar-me destas coisas sem importância nenhuma, catano!)

segunda-feira, janeiro 22, 2007

ansiosamente...

...aguardando que saia a 7ª temporada do west wing, a melhor série de tv de sempre. de caras (que me perdoem estes malandros).

quando terminar de ver esta novela, farei então um post sobre isto. até lá, vamos aguardando.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

para a lénia, com um beijinho

Katana - Feels Like Magic

Touch me, show me your affection
Why do you drive me crazy, move in my direction.
Baby, let me take you higher
All you wanna need but such a tease, you´re all the desire.

Ay ay, yeah yeah

Can you feel the chemistry?
I'm on my way to heaven
I know you want it
Let's fly away together
Satisfaction, it's like I turn electric
There's no way to stop, you're all the shock
Because it feels like magic

Ay ay, yeah yeah...



aprende, que eu não duro sempre. realmente, um gajo mete-se a confiar nos amigos e depois dá nisto. bem que eu podia esperar sentado, não é?

vêde não, paizinho. quelo lalanja! ai o caiaxas...

ontem (já tinha ameaçado ante-ontem) depois duma m-o-n-u-m-e-n-t-a-l birra no cascaishopping (adoro o meu ar indiferente, quando passo pelas pessoas que ficam estarrecidas a olhar para uma criança a espernear e a lançar grandes fios de baba pelo ar que acertam nas montras e ficam a escorrer por ali abaixo. nessas alturas escolho sempre o olhar 28, não, desculpem, é o 43. é aquele olhar: qué'que foi, ó caralho, há azar?) quando chegou a casa, só queria comer a sopa se a mesma fosse servida na sala.

tudo bem, desta vez, tudo bem.

lá pusemos a moranguinho no "vi-dê" e preparámos-nos para lhe dar umas colheradas. quando viu que era sopa da verde, voltou a rabujice. exigiu que fosse a sopa laranja:

- vêde, nãããããão. quelo sopinha lalanja. ai o caiáxas!

apaguei a luz, fui à cozinha, aguardei 3 segundos. não, foram aí uns 12. e voltei para a sala com o mesmo prato com a mesma sopa "vêde".

à primeira colherada, ela, esperta, olhou para ela e disse:

- é vêdeeeeeeee. não que-lo!!!!
- ó beatriz (desculpem, eu queria dizer "ó b.". assim, para ninguém saber o nome dela e manter o anonimato), estás parva? então não vês que esta gaita é laranja? então, brincamos?

e com o barulho da ausência das luzes, lá emborcou uma pratada das antigas.

pedagogia!

darwin

e aos 13 anos começaram as mudanças dos ténis sanjo para os le coq sportif e eu, passados uns tempos lá mudei tb para uns assim;

e depois era ver quem é que tinha relógios sem ponteiros e eu, passados uns tempos lá tive tb um relógio assim;

e depois era ver quem é que tinha calças elásticas, assim justinhas nas canelas e eu, passados uns tempos lá pus a minha mãe a apertar-me umas ditas cujas;

e depois era ver quem é que tinha um deck de cassetes duplo e eu, passados uns tempos lá consegui convencer o meu pai a comprar uma coisa dessas;

e depois era ver quem é que já tinha uma namorada e eu, mesmo passados muitos tempos não conseguia uma coisa dessas;

e depois era ver quem é que já tinha deixado a escola e arranjado emprego e eu, passados uns anos, não deixei a escola e lá fui ser paquete (com o passe incluído no ordenado e tudo);

e depois era ver quem é que já tinha feito a tropa e eu, passados uns adiamentos lá fui bater com os costados;

e depois era ver quem é que já tinha deixado a casa dos pais e eu, passados muitos anos lá tive a sorte de ser resgatado de casa dos meus pais;

e depois era ver quem é que já tinha feito a viagem de lua-de-mel com fotos dela a beber água de côco por uma palhinha, em copos com sombrinhas de papel pequeninos e eu lá fui acampar para barcelona a 15 metros da pista de aterragem do aeroporto;

e depois era ver quem é que já tinha uma casa para receber os amigos e eu, passados uns anos lá consegui convencer a minha mulher a aturar as nossas bebedeiras;

e depois era ver quem é que já tinha tido um filho e eu, passados uns anos lá tive a sorte de ter uma filha;

e depois era ver quem é que já tinha um carro com uma bagageira capaz de albergar o carrinho da criança e eu, pasados uns tempos lá investi numa coisa dessas;

e depois era ver quem é que já tinha um "casalinho"....
e depois era ver quem é que já tinha um terceiro filho....
e depois era ver quem é que já tinha conseguido uma casa para albergar essas mudanças todas...
e depois era ver quem é que já tinha um ppr...

e depois..

mas esta merda não pára?
se eu me meter a comprar um jazigo para mim, para a minha mulher e para quem depois vier atrás acham que consigo passar à frente de vocês todos?
e depois deixam de fazer essas perguntas chatas?

deixam?

seca!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

bifes, avecs e outros que tais

há um camarada que volta e meia vem aqui deixar uns comments em francês. por mim tudo bem, tranquilo.

quero no entanto deixar aqui exarado em acta, que este escriba apalermado (eu, mesmo) não pesca rigorosamente nada nem de francês, nem de alemão nem nada que se fale daí para a direita (assim de quem está a olhar para o mapa com o norte para cima, estão a ver a coisa?).

nesta casa o seu dono só pesca alguma coisa de português (tem dias), de inglês (mal), de cigano (mahhhhhh'renego tê pai, tua mãe e a tua família tooooodaaa. aííííííííí)(por necessidade de integração), de espanhol (mira, vamos cambiar de postura que me gusta valiente) e de alentejano.

agradeço pois, que se quiserem comentar alguma coisa em francês, que o façam ali no blogue da minha mulher, digam que é para mim que ela fará o favor de me traduzir a coisa.

terça-feira, janeiro 16, 2007

arte e tetas

segundo a revista sábado é oficial, o strip tease é arte.

e eu sabia, eu sabia, pá. ó quim, eu sabia que as mamas daquela gaja do sampayo, naquela célebre noite, tinham qualquer coisa de rubens.

eu sabia.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

passa para cá a narta!

a coisa aconteceu hoje de manhã quando fui levar a minha filha à escola. à entrada, um dos alunos tirava a sua mala de dentro da bagageira do carro do pai, um bê-éme série 5. à frente, o pai, um belíssimo exemplar da raça cigana, aguardava as monobras do miúdo enquanto fumava o charuto matinal - eu realmente, tenho um azar do caraças com os encarregados de educação dos miúdos lá da escola. ou me tenho de desviar das tias ou me desvio dos ciganos ricos. só comigo.

às tantas, como o miúdo estava demorado, o progenitor começa a olhar pelos espelhos retrovisores. repara então que o miúdo estava a enfiar uma máscara/capuz, assim ao estilo das fp-25. um show!

- aiiiiii, zézéeeee. dê-xa lá essa merda. vai p'rá escooooola. aíiiiiii. ainda assustas os meninoooooos.

o chavalo, caga para o que o pai diz - típico da raça - e corre em direcção à escola.

a funcionária que lhe abre a porta sentencia logo:
- aqui dentro não andas com isso. aqui dentro andas com a cara descoberta, vá vamos lá.
- ah mas lá em casa eu brinco com o meu pai de andar assim.

contrariado, lá tira a coisa e vai para a sala de aula.

e eu fico a pensar: a que é que brincam os ciganos quando brincam com máscaras? à guerrilha polisário? ao harri batasuna? ao ira?

pedagogia da raça. maravilha.

nota: dispensam-se os comentários sobre a minha relação de ódio/ódio à raça cigana. aceito no entanto lições de moral de pessoas que tenham vivido para cima de 30 anos com eles, que já tenha sido roubado por eles, que já tenha levado porrada deles, e por aí fora. menos que isso, esqueçam. vêm bater à porta errada

sexta-feira, janeiro 12, 2007

(g)aranhão

da colecção "carros que eu não tenho, nunca tive (sniff, sniff) e pelo andar da carruagem nunca terei



alfa romao spider
(assim, em vermelho, à la mrs. robinson)

o máiór

da colecção "carros que eu não tenho, nunca tive (sniff, sniff) e pelo andar da carruagem nunca terei



lancia delta integrale

(em preto, se possivel)

sprint

da colecção "carros que eu não tenho, nunca tive (sniff, sniff) e pelo andar da carruagem nunca terei



alfa romeu sprint

(se possível, preto com a risquinha verde)

ao ler isto, lembrei-me (com saudade) disto

E por falar em saudade, onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo que me deixou morto de tanto prazer

E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia nas noites dos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava em total solidão

Hoje eu saio na noite vazia, numa boemia sem razão de ser

Na rotina dos bares, que apesar dos pesares me trazem você

E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer nestes mesmos lugares
Na noite, nos bares, onde anda você

digital old-school

inesperadamente, ao meu lado, uma coisa que já não via nem ouvia há uns bons 20 anos: uma pessoa com um relógio digital (nem sabia que ainda se fabricavam) que faz pi-pi na passagem das horas.

nível do caraças!

era bom, era! como dizia a minha mãe: fora os que a burra mamou!

You Are 29 Years Old

Under 12: You are a kid at heart. You still have an optimistic life view - and you look at the world with awe.

13-19: You are a teenager at heart. You question authority and are still trying to find your place in this world.

20-29: You are a twentysomething at heart. You feel excited about what's to come... love, work, and new experiences.

30-39: You are a thirtysomething at heart. You've had a taste of success and true love, but you want more!

40+: You are a mature adult. You've been through most of the ups and downs of life already. Now you get to sit back and relax.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

integração

ontem, na rádio, um pedopsicólogo falava nas vantagens que havia em conversar com os bebés e outras crianças mais pequenas, sobre assuntos mais relacionados com os adultos.

afirmava que era uma forma de os ir inserindo paulatinamente numa vida nova, com palavras novas, com assuntos diferentes do seu mundo de pequeninos.

em casa, quando a pus no banho, comecei a falar à minha filha no ápeiron de anaximandro. ela aparentemente não me ligou nenhuma mas eu sabia que estava a haver integração dos assuntos. eu sabia, pá. perguntei-lhe o que tinha achado do tema e respondeu-me que queria ver um filme da moranguinho.

ficou integradíssima! adoro estes psiquiatras da rádio, tv, disco e da cassete pirata.

é que nem para um coitozeco tu serves, pá!

enquanto escrevia o post anterior, passava na sic uma telenovela portuguesa com pessoal sempre ali no fornicanço.

pergunta: aquilo é suposto ser um comédia? é tãããããão mau. tem actores tãããããão maus!

(desculpem, não sei o nome do programa)

terça-feira, janeiro 09, 2007

say anything



há coisas que vemos no cinema e que rezamos a todos os santinhos que venham a ocorrer connosco. assim, mais ou menos como o woody allen no "play it again, sam" que esperou uma vida inteira para poder utilizar o diálogo final do casablanca entre o rick e a ilsa com uma tipa qualquer. também eu achava que haveria uma dia uma garina que me concederia a oportunidade de me proporcionar esta ou aquela cena, assim mais "pensamento profundo abarco romântico" que eu tivesse já visto num filme qualquer. paneleirices, digo eu agora, de papo cheio. (até porque eu já tive "a minha cena de cinema" à séria).

bom, é impossivel ver esta coisa do cusack à porta da namorada, de braços no ar a segurar o cantante e não pensar: iá, isto tinha dado um vistão do camandro com aquela espanhola toda gira que passava férias com o meu grupinho lá na terra do meu pai.

streets of fire




é a isto que eu me refiro quando digo que temos de ter umas colunas porreiras em casa quando queremos ver certos e determinados dvd's.

nota: se passarem por mim de carro e eu estiver a fazer cenas parvas com os braços, a cabeça e boca, não se assustem. provavelmente estarei a personificar a diane lane nesta cena aqui descrita. está tudo bem, não liguem e sigam em frente, ok?

ai carol, só tu pá.

ao que parece - custa-me a acreditar, confesso - a carolina salgado andou a divertir-se com a leonor pinhão e cia.

eu não gosto muito de trazer à tona o passado de alternadeira da miúda. até porque acho que esse facto não tem mal nenhum. o que me chateia é os clientes actuais não aprenderem com o passado recente da miúda, não percebendo o perigo que correm. é que daqui a uns anos podem aparecer mais livros da carolina, assim mais ou menos ao estilo dos da anita: carolina em lisboa, carolina na naite, carolina foi ao circo, carolina no bairro alto com a leonor, carolina já muda pneus ....

ó filha, deixa-te de merdas. vá lá, tu és capaz de melhor

é por estas e por outras que há certas alturas em que o pessoal até faz um esforço para estar concentrados e tal, não é, mas acabamos por nos desmanchar a rir à frente do raio das catraias.


segunda-feira, janeiro 08, 2007

anverso e reverso

coisas más da taça: a eliminação, claro.

coisas boas dessa eliminação: ter a certeza que escolhi ser dum clube que tem realmente o hábito de vencer. se a bola reservou, aqui há uns poucos anos, apenas 4 cm2 no dia em que jogámos uma meia-final da liga dos campeões (algo que nenhum clube português atingiu nos últimos, sei lá, quinze anos), é sintomático que a vitória do meu clube é algo que não merece destaque. ver os três diários desportivos darem página inteira ao revés de ontem quer dizer isso mesmo, que uma derrota portista é algo raro e inusitado.

notas:
1) contrariamente ao meu treinador - sim, bem sei que ele quis transmitir uma mensagem e blah, blah, blah - eu não estou envergonhado. era o que mais faltava. uma derrota desportiva não envergonha ninguém, caraças. pelo menos a mim.

2) as pessoas que me inundaram com mails e sms (principalmente os amigos sportinguistas), vieram bater na porta errada. primeiro porque não me aborrecem, nem me tocam com isso. e depois porque deviam de guardar essas mensagens para os momentos em que os vossos clubes vencem.

andam assim com tantas saudades de gritar "ganhámos", que até já celebram quando os outros perdem, é isso? que giro.

trabalho para casa

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está bem assim? já posso ir para o recreio?

domingo, janeiro 07, 2007

pronto, fiquem lá c'a taça

o meu vitória clube de lisboa, aquando da sua fundação foi apadrinhado pelo atlético clube de portugal. inclusivamente o emblema do clube alcantarense é similar ao do vitória.

raisparta aos padrinhos!

quinta-feira, janeiro 04, 2007

manual de instruções

resolução prioritária para 2007

deixar, duma vez por todas, de falar com a minha filha na 3ª pessoa do singular.

é algo que já venho fazendo há um porradão de tempo, nem sempre com sucesso é certo, mas com jeitinho isto agora vai.

frases como "a beatriz quer comer, quer?" ou "a beatriz tem frio, tem?" ou ainda "pffff, que chierete, a beatriz tem cocó?" têm de passar a ser banidas das minhas conversas com a minha filha. de agora em diante a coisa tem de passar a ser, definitivamente, assim:

- como é que é pá, queres comer ou não?
- está um barbeiro do caneco. e tu, filha, também sentes os ossos a estalar?
- está um fedor que não se pode. cagaste-te filha?"

é que às tantas, quando desse por ela, parecia um daqueles jornalistas que interpelam o astro da luz no final dos jogos da seguinte forma:
- acha que o rui costa, fez um bom jogo?
e invariavelmente, o tal rui costa responde
- o rui costa, não fez uma boa primeira parte, mas na segunda já melhorou a sua performance.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

revelhão

para mim, é a noite do ano.

além do significado que tem esta gaita da dobragem do ano, para mim em particular, carrega mais um porradão de outros significados.

lembra-me por exemplo da minha primeira directa, aos 16 anos, num reveillon fantástico passado numa pensão semi-abandonada na costa da caparica (não queiram saber o que se pode fazer num local desses).

para quem tinha poucas hipóteses de sair à noite, a boites, matinées e afins (lá está, a tal ordeca dos pais), uma noite daquelas marca-nos para o resto da vida. até porque tive oportunidade de fazer um giro pelas três discos da caparica, aquelas que ficavam localizadas junto à praia (só me lembro do nome duma delas, era o strobe. que entretanto já teve, mais não sei quantos nomes). por isso, esta noite sempre esteve associada a liberdade, libertanagem e libertação.

e música (whole of the moon e solsbury hill em 1985; trovante no cp. pequeno e need you tonight em 1988; chorando se foi (quem nunca cantou o "bicho" do iran costa que atire a primeira pedra) e another day in paradise em 1989; personal jesus em 1990 - de caras, "a melhor passagem de ano de todos os tempos"; acdc ao vivo em 1992, o hey ronney em 1993 e finalmente, se possivel, o el chato medley em todas elas.

e choradeira. tenho-me aguentado nos últimos anos, mas normalmente esta é uma noite de choradeira pegada. mas uma coisa fina, alegre, sem paneleirices (ok, com algumas. aceito) uma coisa cheia de saudosismos e tal. uma noite de memórias. aí ao 5º copo a coisa fica para trás e não se pensa mais no assunto.

desde há uns 10 anos que ando a passar esta noite sempre com as mesmas pessoas. salvo honrosas excepções - uma passagem de ano nas areias de copacabana tem de ser mesmo um honrosa excepção, caneco - são sempre os mesmos que me aturam. se eu sozinho já era um chato do catano porque não me calava, não parava quieto e era uma seca por causa dos copos, agora tenho o reforço da minha filha. este ano já deu para perceber que temos ali mulher, carago (eu juro que nunca tinha assistido a uma coisa daquelas. vocês têm a certeza que não lhe puseram meia pastilha de ecstasy no biberão? a miúda estava louca, fónix! ela deu, quê, 30 voltas à mesa? 40? 100?).

foi um fim-de-semana/ano e peras. com a particularidade de ter sido passado a 20 metros do nosso presidente tabaco silva e abraçado ao administrador do canal #lésbicas do mirc.

a gente vem a descobrir cada coisa....

vou ali pôr a minha bandeirinha à janela.

6 (seis!) pescadores foram para o maneta porque, a meia dúzia de metros da praia, não houve meios de salvamento suficientemente rápidos para os resgatar.

espero que o engº sócrates, essa alma iluminada que se lembrou um dia de se empenhar a sério em propor à uefa um europeu repleto de estádios novinhos em folha, se lembre de vender o estádio de aveiro, do algarve, do restelo ou de leiria para a sucata e venha então apresentar uns meios de socorro, pelo menos, porreiros, para ver se morre um bocadinho menos de gente.

demagogia esta minha proposta (o timing da mesma e essas merdas)? sim, aceito que seja. espero também que quando as autarquias terminarem de pagar finalmente as dívidas resultantes da construção desses estádios - daqui a uns 20/30 anos, possam então começar a comprar helicópteros e outros meios de salvamento.

p.s.: sim, eu sei que a remodelação do estádio do restelo não recebeu jogos do europeu (apesar de ter sido efectuada dentro do mesmo comboio), mas de certeza que não foi paga com o dinheiro dos sócios do belém. além disso, não entendo o porquê da existência dum estádio que deve levar 30.000 pessoas, quando a sua assistência nunca passou, sei lá, os 10.000 espectadores nos últimos 15 anos.