O grande Costa Calado que é, dentre os meus amigos, a maior sumidade em desporto automóvel, mandou-me ontem via email, um vídeo com uma estrondosa ultrapassagem do Piquet ao Senna.
A cena passa-se no dia 10 de Agosto de 1986 durante o Grande Prémio da Hungria. Foi pois, sob um calor abrasador que o inesquecível Nelson Piquet fez uma das maiores ultrapassagens da história da F1.
No final da recta da meta Piquet coloca-se pelo lado de dentro, ultrapassa o Lotus do Senna, mas após a travagem, derrapa e, já na curva, o seu compatriota retoma a liderança da prova. Não convencido, na passagem seguinte volta a tentar. Desta vez, imagine-se, passa-o pelo lado de fora e faz a curva em derrapagem controlada.
Meu Deus, que cena. Como disse o escocês Jackie Stewart, foi como fazer um looping num Boeing 747. Como infelizmente não tenho hipótese de apresentar aqui o vídeo (estou aberto a propostas de quem o quiser alojar) mostro-vos um shot do clip e, com a devida vénia, a descrição que o Costa Calado fez da coisa.
“Poderão não achar nada de especial mas para mim, do ponto de vista de condução, foi das ultrapassagens mais fantásticas que alguma vez vi.
Nessa altura, para quem não sabe, os carrinhos tinham motor turbo 1.500 cm³ com cerca de 900 cv, embraiagem, caixa totalmente manual e sem controlo de tracção.
Assim, enquanto vêem o filme, lembrem-se que para além de estar a controlar a derrapagem daquele carro com 900 cv, estava simultaneamente a acelerar o motor com o pé direito (de forma a não perder rotação e pressão no turbo), a travar e a utilizar a embraiagem com o esquerdo e a reduzir com a mão direita!!!
Ah... e o carro é um F1 não um carro de rally!
Outros tempos....”
Outros tempos e não só, outros pilotos. Ah grande Piquet. Que saudades… Nunca foi um piloto com uma condução elegante. Mas era muito mais doido e playboy (a Stefanie do Mónaco que o diga) que qualquer outro da sua geração.
Ruizinho, meu querido, este clip fez-me lembrar duas coisas. A primeira é uma outra ultrapassagem, feita pelo Alan Jones (piloto que sempre odiei) por entre os dois Renaults do Prost e do Arnaux (sim, passou literalmente pelo meio deles) em Hockenheim no ano de 1981. A segunda coisa, foi a resposta que me deste quando te perguntei qual era actualmente o teu piloto favorito. Respondeste-me apenas: “O filho do Nelson Piquet!”
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